"De tempos em tempos, o Céu nos envia alguém que não é apenas humano,
mas também divino, de modo que através de seu espírito e da superioridade de
sua inteligência, possamos atingir o Céu"
Giorgio Vasari, falando de Leonardo da Vinci
Sumário
1. INTRODUÇÃO
2. O QUE CAUSOU O RENASCIMENTO?
2.1. SURTO COMERCIAL E O MECENATO
2.2. O CRESCIMENTO DAS CIDADES E A BURGUESIA
2.3. A INVENÇÃO DA IMPRENSA
3. CONSEQUENCIAS RENASCENTISTAS
4. MUDANÇA DE PENSAMENTOS ESTÉTICOS E ARTÍSTICOS
5. OS GÊNIOS RENASCENTISTAS
5.1. LEONARDO DA VINCI
5.2. MICHELANGELO
5.3. RAFAEL SANZIO
5.4. BRUNELLESCHI
6. MANEIRISMO
7. CONCLUSÃO
8. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
1. INTRODUÇÃO
O termo Renascimento é utilizado para caracterizar a civilização
européia entre os anos de 1300 a 1650, a literatura, as ciências assim como o
campo das artes obtiveram grandes progressos neste período, apesar de certa
forma ser uma época em que se reviveria a antiga cultura greco-romana,
porém ultrapassando em muito essa sua herança clássica.
O novo nascimento (re-nascimento) voltou os olhos para o humanismo,
sendo o espírito deste movimento que fez oposição aos conceitos
impregnados da idade média que voltava seus olhos para o divino, ou
sobrenatural, trazendo novos temas como a valorização do próprio homem
assim como da natureza. As principais características do Renascimento é a
racionalidade, a dignidade do ser humano, o rigor cientifico, o ideal humanista
e a reutilização das artes greco-romanas.
Cúpula da catedral de Florença - Filipo Brunelleschi
Acervo de fotos Juca Martins
As relações matemáticas eram a base para a ocupação do espaço pelo
edifício, na arquitetura Renascentista, para que o observador possa entender a
lei que organiza de qualquer lugar que se coloque. Segundo Bruno Zevi "já
não é o edifício que possui o homem, mas este que, aprendendo a lei simples
do espaço possui o segredo do edifício", as ordens arquitetônicas, os arcos de
volta perfeita, a simplicidade nas construções, a escultura e a pintura
autônomas ao edifício, são as características que dominam a arquitetura neste
período da história, tendo como seu principal arquiteto Filipo Brunelleschi, que
não só era um completo artista Renascentista (pintor, escultor e arquiteto),
como também tem como seus maiores trabalhos a cúpula da catedral de
Florença e a Capela Pazzi.
Já a pintura deu um grande salto com o inicio do uso da perspectiva
que seguia os princípios da matemática e da geometria para mostrar a
diferença de tamanho das coisas seja por proporções ou distancias, o que não
era feito anteriormente, o uso do claro e escuro, que trazia as pinturas um jogo
de contrastes, pintando algumas áreas com luz e outras na sombra, dando
também através deste "jogo" a sugestão de volume dos corpos. A mudança de
pensamento deste período, que fazia com que o artista não visse mais o
homem como um simples observador do mundo que mostra a grandeza do
divino, e sim se colocando na posição de obra prima de Deus, deixando o
mundo para ser compreendido através da ciência e não apenas admirado,
trouxe também uma pintura realista, utilizando pela primeira vez a tela e a tinta
a óleo.
É neste período também que a pintura (assim como a escultura) deixa
de ser quase que exclusivamente detalhes das obras arquitetônicas para se
tornar manifestações independentes, o que fez com que surgissem artistas
com estilo pessoal (individualistas em termos artísticos).
Virgem das Rochas - Leonardo da Vinci
Divulgação da exposição do 50º
aniversário da União Européia
Entre os principais pintores deste período estão, Bottichelli (A
Primavera e O Nascimento de Vênus), Michelangelo (teto da Capela Sistina e
A Sagrada Família), Rafael (A Escola de Atenas e Madona da Manhã), e o
principal gênio do Renascimento Leonardo da Vinci (Virgem das Rochas e
Monalisa).
Os grandes escultores do Renascimento surgem na região do Vaticano,
com a volta dos papas de Avinhão para Roma, sendo o maior destes
escultores Michelangelo (que também era pintor), os escultores do
Renascimento buscavam representar o homem com fidelidade, buscando o
realismo absoluto, tentando também manter a figura na sua proporção real,
sendo influenciados pela perspectiva e pela profundidade assim como na
pintura, estudando também o corpo e o caráter humano.
Michelangelo assim como Leonardo da Vinci dissecou muitos corpos
tentando saber exatamente onde estavam cada músculo e cada tendão.
2. O QUE CAUSOU O RENASCIMENTO?
Quando falamos de Renascimento com certeza estamos tratando de um
tema muito amplo, e pensando em história, não foi um movimento que veio
com uma obra revolucionária de alguém, ou mesmo, com alguns anos
graduais, e sim vários fatores históricos e sociais.
Podemos falar que as principais causas do Renascimento foi o
aumento do comércio, o crescimento dos centros urbanos, a renovação dos
interesses pelo cientifico, pelos estudos clássicos, a fuga do misticismo, as
cruzadas, a invenção da imprensa, o fortalecimento da burguesia com o fim
do feudalismo, e o mecenato (financiamento para artistas, com finalidade de
aumentar o poderio das cidades e firmar o poder pessoal).
2.1 SURTO COMERCIAL E O MECENATO
Cidade de Florença
Foto de Medusa (quenemumavacalouca.blogspot.com)
Com o aumento da burguesia, as localidades em que o comércio se
desenvolveu, apareceu uma disposição em financiar artistas. O sustento dos
artistas do Renascimento vinha desta prática chamada mecenato (que nada
mais é que uma referência a um patrocinador da Roma antiga), onde
mercadores, banqueiros, reis e até mesmo a igreja contratava patrocinava os
melhores artistas para que eles construíssem, suntuosos edifícios, palácios,,
igrejas, estátuas, pinturas até mesmo para suas próprias residências, sendo
assim através do orgulho os maiores protetores da produção artistica do
Renascimento.
O exemplo é a cidade de Florença onde os Médici ficaram famosos por
fundar uma academia dedicada ao estudo de Platão, sendo responsáveis
também, pelo sustento de diversos escultores, pintores, e arquitetos que
transformaram Florença inteira em uma verdadeira obra de arte, sem negar
que este período é um dos maiores responsáveis pela valorização das artes,
das ciências, e da valorização do intelectual na atualidade.
2.2 O CRESCIMENTO DAS CIDADES E A BURGUESIA
Nos séculos XI e XII, várias mudanças sociais políticas e econômicas
ajudaram o crescimentos das cidades e o fortalecimento da burguesia. As
técnicas agrícolas evoluíram aumentando a diversidade de produtos agrícolas,
e o cultivo de novas terras, o que sustentou a alimentação de um grade
crescimento demográfico no período. Estes fatores fortaleceram a vida
urbana, fazendo com que as cidades crescessem e se tornassem centros
comerciais e artesanais fazendo com que estes locais deixassem de depender
da produção agrícola e se afastarem dos centros agrários (ao redor de castelos
e mosteiros).
Com esta evolução as cidades européias chamadas de burgos, que
deixaram de depender de senhores feudais, transformando-se em ilhas
capitalistas em um continente feudal, sendo tudo isto acompanhado de uma
ascensão desenfreada do comércio. Estes habitantes dos burgos eram uma
nova classe social dedicada somente ao comércio (os burgueses), que devido
ao conflito dos reis com os senhores feudais se beneficiavam com apoios
reais.
No mesmo momento os burgueses restabeleceram o comércio com o
Oriente Próximo, o que elevou o preço das mercadorias, pelo aumento de
demanda, aumentando as condições dos camponeses que compravam sua
liberdade, aliado a expansão do comércio e da indústria, que abria novas
frentes de trabalho, atraindo estes camponeses para os burgos, que se
tornavam cidades. Todos estes fatores minaram as bases da organização
feudal, que causou assim, o declínio do feudalismo, que dominava o período
anterior ao Renascimento.
Johann Gutenberg
(www.biografiasyvidas.com
)
2.3 A INVENÇÃO DA IMPRENSA
Vale lembrar que Johann Gutenberg redescobriu os tipos (tipografia)
chineses e inventou a prensa tipográfica, e foi muito importante para difundir
as idéias comunicando finalmente em massa. Essa invenção ocorreu junto
com a Queda de Constantinopla e teve grande influência na sociedade
Européia, democratizando o aprendizado (antes de uso quase exclusivo do
clero), vindo a contribuir quando o Renascimento atingiu o norte Europeu.
3. CONSEQUENCIAS RENASCENTISTAS
O Renascimento proporcionou ao mundo várias mudanças, um novo
comportamento foi encontrado em todas as situações, desde os encontros nas
ruas, o trabalho, a diversão, o tipo de moradia, até a moral, ética, política e
religião, o que significa que o Renascimento não teve influência somente na
arte e sim essa foi reflexo de uma mudança de pensamento da sociedade,
recuperando vários dos valores clássicos.
Homem-Vitruviano
Gallerie Dell´Academia
Ao contrário do que os Romanos fizeram com a arte grega, na
antiguidade clássica, o Renascimento nunca foi uma cópia, pois se utilizava
dos conceitos gregos, porém sem perder a estética e os conceitos desta nova
realidade do homem, o antropocentrismo era um ponto comum entre as duas
civilizações "o Homem é a medida de todas as coisas", porém, no pensamento
Renascentista o que era belo no homem era ser uma criação perfeita de Deus,
assim como a natureza e os animais, e não simplesmente o homem pelo
homem, o que houve foi uma mudança de foco, enquanto na idade Média os
"olhares", se voltavam para Deus, no Renascimento eles se voltaram as
criações do mesmo, chegando a conclusão de que o homem era/é a mais
perfeita delas.
O mundo passou a ser entendido a partir da importância do ser
humano, o trabalho, as guerras, as transformações, aspirações e as
contradições humanas se tornam objetos de inspiração e preocupação,
produtos da ação do homem. A ciência e a razão passam a ser cultuadas,
fazendo com que o homem se recuse em acreditar em qualquer coisa que
não tenha sido provada de forma cientifica, ou com racionalismo, o que faz
com que o experimentalismo e a ciência se desenvolvesse em grande
proporções, sendo que este homem racional, acabou se tornando também
individualista, que nada mais é do que reflexo da emergência da burguesia, e
as novas relações de trabalho, tendo como idéia norteadora que cada um é
responsável pela condução da própria vida, podendo mudá-la, e tomar
controle da mesma. É importante frisar que o individualismo, não
proporcionou o isolamento do homem, que continuou normalmente vivendo
em sociedade mas sim na possibilidade que cada um de nós tem de tomar
decisões sobre as próprias vidas.
Na arte havia também o hedonismo que nada mais era que produzir o
belo, apenas pelo prazer que isso lhe proporcionava, juntamente com o
universalismo, que dizia que o homem deveria desenvolver todas as áreas do
saber, que temos como maior exemplo Leonardo da Vinci, que além de pintor
e escultor, foi arquiteto, engenheiro, matemático, botânico, físico estudando
até fisiologia.
4. MUDANÇA DE PENSAMENTOS ESTÉTICOS E ARTÍSTICOS
O Renascimento veio com diversas mudanças de pensamentos, na arte
muito foi modificado, como por exemplo, a volta dos ideais clássicos, assim
também como algumas descobertas estéticas.
Vários fatores trouxeram essas mudanças, fatores políticos, e
econômicos e de organização, assim, um período denominado trecento, que
foi uma preparação para o movimento Renascentista, teve algumas
mudanças. Foi nessa época que os Médici, começaram a prática do
mecenato, e os moldes políticos, foram se modificando saindo do feudalismo
um sistema onde cada local deveria ser auto-suficiente, isolando as regiões,
modificando algumas coisas de feudo para feudo, e tornando-se basicamente
mercantilista e urbana, fazendo com que a economia dependa exatamente do
comércio o que acabou com este isolamento. Essa sociedade em expansão
via crescer uma classe média que não dependia dos nobres, que foi a base de
sustentação para o governo, e os pilares para o novo mercado de arte e
cultura.
Houve um fator religioso que ajudou nesta transformação de
pensamento, houve uma mudança na relação entre Deus e o Homem,
fazendo com que a salvação pudesse ser alcançada, além de pelos bons atos,
pelo embelezamento das cidades e igrejas com obras de arte, o que aumentou
também a prática do mecenato.
No período a seguir denominado Quattrocento (séc XV), é famoso por
ser a era dourada da Renascença, onde ela sai totalmente do gótico, e
amadurece saindo da Europa e rumando para países, como a França,
Inglaterra, Portugal, Espanha, a historiografia com Leonardo Bruni é criada e
várias pessoas procuram pelas bibliotecas do mundo textos dos clássicos,
como Platão, Aristóteles entre outros, repercutindo também na arte, fazendo
com que todos saiam do pensamento idealista do gótico, vindo ao
racionalismo, aumentando ainda mais a prática do mecenato.
Escola de Atenas - Rafael
Talvez o período mais famoso do Renascimento, é a transição do
Quattrocento para o Cinquecento, chamado Alta Renascença, foi neste período
que Leonardo Da Vinci, fez suas mais maduras obras como "A Virgem das
Rochas", e Michelangelo fez seu "Davi", Rafael em seu inicio de carreira
pintou sua "Madonna Cowper", tendo até o "Tempietto" de Bramante na Igreja
de São Pietro em Montorio em Roma. É a fase em que se cristalizam idéias
que marcam todo o movimento Renascentista, o humanismo, a noção de
autonomia na arte, assim como a emancipação do artista de sua condição de
artesão deixando-o lado a lado ao cientista e ao erudito.
É neste período que a arte atinge perfeição e equilíbrio que todos
buscavam nos clássicos, especialmente na escultura e na pintura, e o
idealismo clássico encontra uma reforma, no Renascimento.
Madalena Penitente
Donatello
O Cinquecento, também chamado de Maneirismo, foi quando as coisas
começaram a avançar de tal forma, que quando menos se esperava tudo
havia se modificado chegando ao barroco, devido a muitas mudanças
políticas o séc.XVI, faz com que Roma se torne agora berço de Renascentistas
(anteriormente era Florença), e mestres como Rafael, Michelangelo e
Bramante, fizeram com que a cidade ficasse artisticamente mais rica e se
criasse ali uma escola onde o mecenas mais poderoso de Roma deu uma
estética nova a todo esse período sendo ele o papa. Com novas mudanças
políticas e sociais como o domínio de Roma pelos protestantes, e a
contestação da autoridade papal, trouxe um novo sentimento aos artistas,
rumando para o barroco, o Maneirismo é um período de diversas
transformações e de tão extensa influência que muitos historiadores o vê
como um movimento a parte do Renascimento, sendo que alguns dizem ser
uma decadência a busca pelos clássicos, e a perfeição, e outros que é uma
parte positiva e conciliadora e até uma legitima conclusão do Renascimento,
onde se usava os modelos Renascentistas para se criar uma nova estética de
acordo como aquele momento histórico tendo sua grande importância
principalmente por fazerem dele a primeira escola de arte moderna.
A pintura Renascentista foi uma grande transformação que tem como
pontos centrais uma nova definição do espaço cênico e a representação
realista principalmente do homem, assim como dos animais e da natureza,
com avanços técnicos, que modificaram toda a visão de pintura, como a
perspectiva, realista e cientifica que deram uma nova visão de pintura dando
uma aparência de terceira dimensão, nas pinturas (bidimensional), ajudando
nas construções de proporção e ponto de vista buscando assim uma maior
perfeição. Outro fator técnico dominante do Renascimento foi a tinta óleo que
surgiu devido aos mercadores irem cada vez mais longe, que tinha um tempo
maior para a secagem que possibilitou diversas novas técnicas não possíveis
no fresco e na têmpera. Novos elementos aglutinantes também ajudaram na
técnica da pintura Renascentista, que possibilitou uma maior gama de cores
possibilitando um maior degrade, assim como as telas e os cavaletes também
contribuíram para que os pintores pudessem carregar suas obras para outros
locais.
Esteticamente a pintura da Renascença tem como principais fatores, a
representação da realidade tal como se é observada, valorizando a
personalidade retratada, assim como o equilíbrio e harmonia que era possível,
devido ao rigor científico, adquirido através da perspectiva, e do esquema em
pirâmide o que possibilitava uma maior harmonia entre os elementos. Essa
nova maneira de representar os elementos significou um afastamento das
técnicas medievais, as proporções Greco-romanas foram a base da pintura
Renascentista, assim como o culto do belo, típico dos gregos. No
Renascimento o desenho era considerado o alicerce de todas as artes visuais.
O uso do claro e escuro também foi um diferencial do Renascimento.
Já a escultura do Renascimento distingue-se das esculturas anteriores,
por deixar de ter um valor tipicamente ornamental, para valer-se por si só,
voltando a representação do nu como nos clássicos, e assim como na pintura
a busca pelo realismo perfeito foi incessante.
Davi - Michelangello
Museu do Louvre
Os sinais dessa influência estética classicista vêm de um pouco antes,
no século XIII com Nicola Pisano e o púlpito do "Batistério de Pisa", já seu filho
vai além dominando a cena em Florença, e usando linhas limpas e puras,
com elementos góticos, misturados com elementos clássicos, os
contemporâneos de Giovanni Pisano, seguiam mais ou menos a mesma
linha, por todo trecento. Apesar de todos estes avanços estéticos, isso ainda
era uma discussão entre os elementos antigos (Gótico), com os novos, até que
Lorenzo Ghilberti recupera todos os modelos clássicos, seguido de Donatello
que conduz vários avanços modelando em grandes proporções o nu, de
dimensões por completo e inovando a estatuária eqüestre. Vale lembrar
Verocchio que compôs esculturas de grande teatralidade e dinamismo de
composições, sendo tudo isso basicamente em Florença o berço do
Renascimento, até o aparecimento e desenvolvimento de Michelangelo, que
trabalhou em Roma, para os papas, que foi o maior nome da escultura, que
passou desde o classicismo puro, até o Maneirismo, as mudanças estéticas da
escultura ficaram evidentes durante estes períodos, tendo obras de
extremamente perfeição, como Davi de Michelangelo que assim como
Leonardo da Vinci na pintura tinha grandes noções de anatomia, por ter
dissecado corpos humanos.
Todas as artes basicamente seguiram estes elementos, buscando a
perfeição do clássico.
5. OS GÊNIOS RENASCENTISTAS
Existe uma gama de Gênios Renascentistas nas diversas áreas, como
Leonardo da Vinci, Michelangelo, Rafael, Donatello, Bruni, entre outros, que
são considerados gênios, pela maestria em suas obras assim como pela
revolução causada pelos seus trabalhos.
5.1 LEONARDO DA VINCI
Madonna do Fuso
http://abcgallery.com/L/leonardo/leonardo29.html
Leonardo da província de Vinci, foi pintor, escultor, arquiteto, engenheiro,
matemático, fisiólogo, químico, botânico, geólogo, cartógrafo, físico, mecânico,
escritor, poeta, musico e inventor conhecido também por ser o percussor da
aviação e da balística. Embora não tivesse uma educação formal na maioria
dos campos em que atuava, foi considerado um dos maiores gênios da
humanidade, não possuía um sobrenome, por ser filho ilegítimo, sendo o da
Vinci, o nome do local onde cresceu (vindo de Vinci). Leonardo nasceu em
Anchiano, filho de Piero e de Caterina, que se acredita ter sido uma escrava
de Piero ou uma camponesa, sendo assim sempre assinou seus trabalhos
simplesmente como Leonardo.
Lorenzo de Médici e Andrea Del Verrocchio foram as grandes
influências de Leonardo em sua adolescência, sendo plena Renascença,
sendo considerado um dos artistas que mais expressa o espírito destes
tempos. Tem como obra mais conhecida "La Gioconda - Mona Lisa", assim
como "A última Ceia". Com 14 anos Leonardo se mudou para Florença onde
iniciou seu aprendizado no ateliê de Verrocchio, que era um artista de grande
prestigio na época, que lhe ensinou as bases da pintura, que o tornaria um
grande pintor, já com 20 anos (1472), era membro do Grêmio dos pintores
Florentinos o que o lança independente de seu mestre, anos depois foi
acusado de sodomia, em 1476, porém foi absolvido de todas as acusações.
Foi Ludovico Sforza que foi mecenas de Leonardo em 1482, encomendando
um cavalo em armas. 1500, foi o ano que Leonardo Voltou a Florença sendo
em 1502 mantido por César Bórgia, sendo seu arquiteto militar e engenheiro,
viajando pelo norte da Itália e voltando a Florença ainda neste ano, para
recebeu a encomenda de um retrato que viria a ser "La Gioconda".
Morou na mesma cidade que Rafael e Michelangelo (Roma), de 1513 a
1516, sem ter muito contato com estes artistas. Uma de suas encomendas
desta época provavelmente o colocou em contato com o rei Francês Francisco
I, sendo que se mudou pra França em 1516 para servir-lo como primeiro
pintor, arquiteto e engenheiro do rei, se tornando um grande amigo do mesmo.
Morreu em Cloux e seu corpo está enterrado na Capela de São
Humberto na França, para grande pesar de seus conterrâneos Italianos, de
acordo com seu desejo, sessenta mendigos seguiram seu caixão.
Imagine uma torre fortificada com 4 rampas de acesso para o seu topo,
para que as tropas não se batessem, enquanto descessem, ou subissem, ou
mesmo um fosso com uma torre cilíndrica escondida nele e embaixo da água
de modo que, só aparecesse na superfície um pequeno pedaço na superfície
revestida de feno molhado para evitar os disparos inimigos, com pequenas
fendas para os defensores atirarem seus projeteis, esse são dois exemplos de
invenções de Leonardo que foram colocadas em prática pelos Sforza.
Pintura
Data de
realização
Anunciação
1472 - 1475
O Batismo de Cristo
1475 - 1478
Madona Benois
1475-1478
Anunciação(segunda
versão)
1478-1482
Adoração dos Magos
1481-1482
Retrato de Músico
1485
Retrato de Mulher de
Perfil
1490
La Belle Ferronière
1490-1495
A Virgem das Rochas
1495-1508
Mona Lisa ou La
Gioconda
1503-1506
São João Batista
1513-1516
Pintura
Data de
realização
A Virgem de
Granada
1475 - 1480
Ginevra de' Benci
1475-1478
Madona del
Garofano
1478-1480
São Jerônimo
1480-1482
Madona das Rochas
1483-1486
Dama com Arminho
1485-1490
Madona Litta
1490-1491
A Última Ceia
1495-1497
Madona, o
Menino,Sant'Ana e
São João Batista
1499-1500
A Virgem, o Menino
e Sant'Ana
1508-1510
São João Baptista
(com os atributos de
Baco)
1513-1516
Fonte: Wikipédia
5.2 MICHELANGELO
Pietá, escultura de Michelangelo
Foto: Eliomar Ribeiro
Michelangelo Buonarroti foi essencialmente escultor, ou pelo menos se
dizia assim, foi de verdade pintor, escultor e poeta do Renascimento. Apesar
de ter tido poucas atividades além das artes sua versatilidade o equiparou com
Leonardo da Vinci. Duas de suas obras mais famosas obras são a Pietá, o
Davi, que foram feitas antes de o artista completar 30 anos, e apesar de não se
afeiçoar com a pintura fez obras que até hoje são idolatradas, como as
pinturas famosas da Capela Sistina e a cúpula da Basílica de São Pedro a
qual ele projetou.
Para Michelangelo a arte nada mais era do que fonte da inspiração
interna e da cultura via a natureza como um inimigo a ser superado em
beleza, o que o influenciou para o Maneirismo, tinha como objetivo ao esculpir
libertar as formas que estavam dentro da pedra, sendo solitário e melancólico,
indiferente a vida em si, e buscando apenas a arte, conta-se que Michelangelo
proferiu a frase "perchê non parlü?", ao terminar sua escultura de Moisés (por
que não fala?), depois de proferir uma forte martelada no joelho da estátua.
A estética das obras de Michelangelo é em parte uma expressão da
idealização Renascentista do corpo humano, sendo que para alguns autores
era também, uma paixão pela beleza (principalmente masculina), tendo em
vista que além da escultura e da pintura, Michelangelo deixou em seu legado
cerca de trezentos poemas, marcados por uma carga homoerótica.
Vale lembrar que Michelangelo era canhoto e escolheu ser aprendiz
inicialmente de Domenico Ghirlandaio, onde ficou por três anos,. Foi aprendiz
também de Bertoldo di Giovanni e Lourenço de Médici.
Com a morte de Lourenço de Médici Michelangelo, sem financiamento
parte para Bolonha, onde produz o "Cúpido" em mármore que é comprado
pelo cardeal San Giorgio e o chama para Roma, onde ele produz "Baco" e
"Pietá".
Em 1513, Michelangelo volta a trabalhar para um Médici,que pede para
que ele reconstrua o interior da Igreja de São Lourenço em Florença, e o
adornasse com esculturas, o que não foi concluído. 1526 foi o ano em que os
Médici foram expulsos de Florença e Michelangelo volta para ajudar a
construir as fortificações, porém quatro anos depois os Médici conseguiram
voltar ao poder.
No tempo em que Michelangelo ficou em Roma, foi comissionado para
construir a tumba papal, pelo papa Julio II, porém seu papa-mecenas, não o
deixava concluir a obra pedindo que diversas outras tarefas fossem feitas
antes e durante a construção da tumba, fazendo com que o artista trabalhasse
40 anos sem parar neste projeto, sem nunca concluí-lo.
Destas tarefas a mais famosa foi a pintura do teto da Capela Sistina,
que demorou quatro anos para ser concluída, Michelangelo por não se
considerar pintor, protestou e relutou, mas o que era para ser uma
representação dos 12 apóstolos, se tornou uma decoração que retrata toda a
doutrina da igreja católica, passando pela Criação, a Queda do Homem, e a
Promessa de Salvação, compostas por mais de 300 figuras centradas nos
episódios do Genesis. Anos depois em 1534 Michelangelo volta a Sistina
comissionado pelo papa Paulo III, para pintar toda parede por trás do altar,
representando o juízo final.
O Gênio Michelangelo morreu em casa, em Roma com 88 anos no dia
18 de fevereiro de 1564.
A criação do Homem - Capela Sistina
5.3 RAFAEL SANZIO
Raffaello Sanzio, conhecido em português como Rafael, nasceu em
Urbino, então capital do ducado do mesmo nome, na Itália, em 6 de abril de
1483. Seu pai, Giovanni Santi, era pintor de poucos méritos mas homem culto
e bem relacionado na corte do duque Federico de Montefeltro. Transmitiu ao
filho, de precoce talento, o amor pela pintura e as primeiras lições do ofício. O
duque, personificação do ideal Renascentista do príncipe culto, encorajara
todas as formas artísticas e transformara Urbino em centro cultural, a que
foram atraídos homens como Donato Bramante, Piero della Francesca e
Leone Battista Alberti.
O casamento da Virgem - primeira
obra registrada
Pinacoteca di Brera, Milão
Após a morte do pai, em 1494, Rafael foi para Perugia, onde aprendeu
com Pietro Perugino a técnica do afresco ou pintura mural. Em sua primeira
obra de realce, "O casamento da Virgem" (1504), a influência de Perugino
evidencia-se na perspectiva e na relação proporcional entre as figuras, de um
doce lirismo, e a arquitetura. A disposição das figuras é, no entanto, mais
informal e animada que a do mestre.
No outono de 1504, Rafael foi a Florença, atraído pelos trabalhos que
estavam sendo realizados, no Palazzo della Signoria, por Leonardo da Vinci e
Michelangelo. Sob a influência sobretudo da obra de Da Vinci, absorveu a
estética Renascentista e executou diversas madonas, entre as quais a
"Madona Esterházy" e "A bela jardineira". Fez uso das grandes inovações
introduzidas na pintura por Da Vinci a partir de 1480: o claro-escuro, contraste
de luz e sombra que empregou com moderação, e o esfumado, sombreado
levemente esbatido, ao invés de traços, para delinear as formas. A influência
de Michelangelo, patente na "Pietà" e na "Madona do baldaquino", consistiu
sobretudo na exploração das possibilidades expressivas da anatomia
humana.
Roma. Por sugestão de Bramante, seu amigo e arquiteto do Vaticano, Rafael
foi chamado a Roma pelo papa Júlio II em 1508. Nos 12 anos em que
permaneceu nessa cidade incumbiu-se de numerosos projetos de
envergadura, nos quais deu mostras de uma imaginação variada e fértil. Dos
afrescos do Vaticano, os mais importantes são a "Disputa" (ou "Discussão do
Santíssimo Sacramento") e a "Escola de Atenas", ambos pintados na Stanza
della Segnatura. O primeiro, que mostra uma visão celestial de Deus, seus
profetas e apóstolos a encimar um conjunto de representantes da igreja,
equipara a vitória do catolicismo à afirmação da verdade. Já a "Escola de
Atenas" é uma alegoria complexa do conhecimento filosófico profano. Mostra
um grupo de filósofos de várias épocas históricas ao redor de Aristóteles e
Platão, ilustrando a continuidade histórica do pensamento platônico.
Após a morte de Júlio II, em 1513, a decoração dos aposentos
pontifícios prosseguiu sob o novo papa, Leão X, até 1517. Apesar da
grandiosidade do empreendimento, cujas últimas partes foram deixadas
principalmente por conta de seus discípulos, Rafael, que então se tornara o
pintor da moda, assumiu ao mesmo tempo numerosas outras tarefas: criou
retratos, altares, cartões para tapeçarias, cenários teatrais e projetos
arquitetônicos de construções profanas e igrejas como a de Sant'Eligio degli
Orefici. Tamanho era seu prestígio que, segundo o biógrafo Giorgio Vasari,
Leão X chegou a pensar em fazê-lo cardeal.
Transfiguração - Ultima obra
Museu do vaticano
Em 1514, com a morte de Bramante, Rafael foi nomeado para suceder-
lhe como arquiteto do Vaticano e assumiu as obras em curso na basílica de
São Pedro, onde substituiu a planta em cruz grega, ou radial, por outra mais
simples, em cruz latina, ou longitudinal. Sucedeu também a Bramante na
decoração das loggias (galerias) do Vaticano, aí realizando composições de
lírica simplicidade que pareciam contrabalançar a aterradora grandeza da
capela Sistina pintada por Michelangelo.
Competente pesquisador interessado na antiguidade clássica, Rafael
foi designado, em 1515, para supervisionar a preservação de preciosas
inscrições latinas em mármore. Dois anos depois, foi nomeado encarregado
geral de todas as antiguidades romanas, para o que executou um mapa
arqueológico da cidade. Sua última obra, a "Transfiguração", encomendada
em 1517, desvia-se da serenidade típica de seu estilo para prefigurar
coordenadas de um novo mundo turbulento -- o da expressão barroca.
Em conseqüência da profundidade filosófica de muitos de seus trabalhos, a
reputação de humanista e pensador neoplatônico de Rafael implantou-se em
Roma. Entre seus amigos havia respeitados homens de letras, como
Castiglione e Pietro Aretino, além de muitos artistas. Em 1519 ele projetou os
cenários para a comédia I suppositi, de Ludovico Ariosto. Coberto de
honrarias, Rafael morreu em Roma em 6 de abril de 1520.
Rafael foi um grande fã de Leonardo da Vinci e Michelangelo.
5.4 BRUNELLESCHI
As bases da estética Renascentista foram lançadas por dois artistas
florentinos: Masaccio, na pintura, e Brunelleschi, na arquitetura, considerados
os pioneiros da nova linguagem.
Filippo Brunelleschi nasceu em Florença em 1377 e iniciou a carreira
artística como ourives e escultor.
Dome Duomo - Brunelleschi
Florença Itália
Em 1401 participou, com o painel "O sacrifício de Abraão", ponto alto de
sua carreira de escultor, do concurso para a realização dos relevos em bronze
da porta do batistério de Florença. Decepcionado com o resultado do
concurso, ganho por Lorenzo Ghiberti, decidiu dedicar-se à arquitetura.
Acredita-se que nesse mesmo ano tenha viajado com o escultor Donatello
para Roma, onde estudaram os princípios da escultura e arquitetura clássicas.
Na primeira fase de sua carreira de arquiteto, Brunelleschi redescobriu
os princípios da perspectiva linear, que, conhecidos por gregos e romanos,
ficaram esquecidos durante toda a Idade Média. Restabeleceu na prática o
conceito de ponto de fuga, e a relação entre a distância e a redução no
tamanho dos objetos.
Seguindo os princípios ópticos e geométricos enunciados por
Brunelleschi, os artistas da época puderam reproduzir objetos tridimensionais
no plano com surpreendente verossimilhança.
Em 1418 ganhou o concurso para a finalização da catedral de Santa
Maria del Fiore, em Florença. As dificuldades para a construção da abóbada
sobre uma enorme base octogonal tinham desafiado várias gerações de
arquitetos.
Brunelleschi pôs em prática um método original para a sustentação da
cúpula, inventou as máquinas necessárias à construção e executou o projeto
sem utilizar o cimbre, armação de madeira que servia de molde e suporte a
arcos e abóbadas e era retirada depois de completada a obra.
Entre outros trabalhos importantes de Brunelleschi está o pórtico do
hospital dos Inocentes, cujas características mais notáveis são a proporção, o
emprego da coluna como elemento sustentador e a sucessão rítmica de
elementos modulares para criar perspectiva.
Construiu ainda as igrejas de San Lorenzo e Santo Spirito, esta última
concebida segundo o modelo de planta basilical, com cúpula em cruzeiro, e
desenho de proporções estritamente matemáticas.
A última de suas grandes obras foi a capela Pazzi, na igreja de Santa
Croce, em Florença. Brunelleschi morreu em 15 de abril de 1446 em
Florença.
6. MANEIRISMO
No ano de 1520, começaram várias manifestações artísticas,
denominadas Maneirismo, que nada mais é que o movimento que ajudou na
transição do Renascimento para o Barroco. Neste período vários movimentos
religiosos reformistas, políticos e absolutistas. Os outros países Europeus
começam a receber os artistas que fogem da inquisição na Itália, difundindo
as bases Renascentistas, que já estão começando a se modificar.
"A Primavera" - Giuseppe Arcimbaldo
Museu do Louvre
O Maneirismo tem características diversas o que impossibilita que você
chegue a um conceito único, como no Renascimento, a tendência maneirista
era de estilizar a obra e caprichar ainda mais nos detalhes, desenvolvendo em
cada artista uma marca pessoal, passando assim das linhas rígidas do
clássico que era tão cultuado no Renascimento, e ainda no Maneirismo, sendo
o próprio termo utilizado por Giorgio Vasari, para se referir a maneira diferente
de cada artista trabalhar.
Para muitos autores o Maneirismo é uma contraposição dos modelos
clássicos e um estilo que vai predominar até a chegada do Barroco, outros
acreditam ser apenas uma tendência na transição entre o Renascimento e o
barroco.
A busca pelo real e perfeito do Renascimento é deixada para trás, e
neste momento os artistas buscavam pela deformação das figuras e a criação
de figuras abstratas, não havendo mais uma relação do tamanho da figura
com a sua importância na obra.
O estilo maneirista na arquitetura não refletiu somente na construção
do edifício, assim como também na distribuição da luz e na decoração,
construído igrejas no plano longitudinal, com espaços longos, tendo sobre o
transepto a cúpula principal.
Naves escuras, iluminadas apenas de ângulos diferentes, coros com
escadas em espiral, que na maior parte das vezes não levam a lugar nenhum,
produzem uma atmosfera de rara singularidade. Guirlandas de frutas e flores,
balaustradas povoadas de figuras caprichosas são a decoração mais
característica desse estilo. Caracóis, conchas e volutas cobrem muros e
altares, lembrando uma exuberante selva de pedra que confunde a vista.
Na arquitetura profana ocorre exatamente o mesmo fenômeno. Nos
ricos palácios e casas de campo, as formas convexas que permitem o
contraste entre luz e sombra prevalecem sobre o quadrado disciplinado do
Renascimento.
A decoração de interiores ricamente adornada e os afrescos das
abóbadas coroam esse caprichoso e refinado estilo, que, mais do que marcar
a transição entre duas épocas, expressa a necessidade de renovação.
"o Rapto de Sabina" - Giambologna
Florença Itália
A escultura maneirista segue Michelangelo, somando a um novo
conceito intelectual as formas clássicas, arte pela arte, o que leva a um
distanciamento da realidade, repetindo-se basicamente as características da
pintura e da arquitetura. A atmosfera de tensão predomina no estilo
maneirista, sendo que as formas acentuadas e caprichadas as proporções
estranhas e as sobreposições de planos são elementos que contribuem para
esta atmosfera.
As proporções clássicas já não são as únicas referências, fazendo com
que a composição da escultura fosse aparentemente frágil, com extremos
exageros e contorções.
Porém é na pintura que o espírito maneirista se manifesta em primeiro
lugar, a segunda década do século XV, afastados dos cânones
Renascentistas, criam o novo estilo, deformando a realidade e re-valorizando a
arte pela arte, criando uma nova estética insinuando novas obras pictóricas.
Imagine uma pintura onde existem várias pessoas, não tão musculosas mais
como no Renascimento e sim esguias, com os músculos alongados, todas
comprimidas em um espaço reduzido, numa atmosfera de tensão, e uma
figura que pouco se destaca da composição observa tudo com olhos sem vida,
já não posicionada no centro da perspectiva e sim em um canto, com uma
integração de conjunto perfeita, este é um exemplo de uma pintura maneirista.
7. CONCLUSÃO
Mona Lisa ou La Gioconda
Museu do Louvré
O Renascimento tem como principal elemento o resgate de proporções
e idéias clássicas, Greco-romanas, sendo as construções, as pinturas e as
esculturas em geral influenciadas por essa cultura.
Euclides - o grego, assim como sua geometria, foi a base da construção
clássica, o que os Renascentistas descobriram e usaram a seu favor, usando
como base de suas obras o quadrado, aplicando-se perspectiva, obtendo uma
construção harmônica. Apesar do racionalismo e do antropocentrismo do
Renascimento, sua arte continuou ainda assim a ser cristã, porém as igrejas
adotaram um novo estilo, mais funcional, representada pelo plano
centralizado, ou a cruz grega, sendo assim mais racional.
Assim como as igrejas os palácios também eram construídos de forma
plana tendo como base o quadrado, um corpo sólido com um pátio central,
quadrangular com a função de levar luz a todas as janelas internas.
Quando falamos de Renascimento é obrigatório se pensar em dois
gênios em especial, Leonardo da Vinci e Michelangelo, pois estes eram os
mais próximos do ideal Renascentista, artistas com atividades múltiplas e
muitos conhecimentos em diversas áreas, podendo se dizer que entre as
pessoas as mais Renascentistas eram estes dois, e entre as artes, a que
melhor representa o Renascimento, pelo menos no termo do humanismo, é a
escultura, que se utilizava da perspectiva e da proporção geométrica,
destacando sempre figuras humanas que até então estavam sendo relegadas
a segundo plano, vindo até a voltar a esculpir nus (e foi o Donatello que fez
isto pela primeira vez), no Renascimento a escultura ganha independência, e
deixa de ser um elemento meramente ilustrativo das construções , sendo
colocada acima de uma base para ser apreciada de todos os ângulos. O que
impressiona na escultura do Renascimento e a expressão corporal que
garante o equilíbrio, assim como a perfeição dos músculos levemente
torneados e as proporções perfeitas, assim como as expressões das figuras
revelando seus sentimentos.
Foi no Renascimento que as pinturas deixaram de dar a impressão de
ser realmente bidimensional, causando uma sensação ótima tridimensional
devido ao uso da recém descoberta perspectiva, através da qual o artista
conseguia reproduzir espaços reais, com uma grande riqueza de detalhes,
assim como a utilização de luzes e sombras, que ajudavam na sensação de
volume, e distancias, o surgimento da tinta a óleo contribuiu também para que
o artista criasse novas técnicas devido a seu tempo de secagem ser maior que
as técnicas anteriores, e as telas, que aumentavam a durabilidade do trabalho
assim como a facilidade de locomoção com o mesmo.
Com a nova classe média surgindo na sociedade (a burguesia), e a
valorização do homem e seu individualismo já citado, começam a surgir os
retratos, e cenas em família, o que obviamente não eliminou outras
retratações como as religiosas.
Pietà.
Nel Museo dell'Opera del Duomo
di Firenze
Após o aparecimento de Leonardo da Vinci, Rafael e Michelângelo,
muitos artistas italianos tentaram buscar uma nova arte, contrária aos
princípios da alta Renascença. Trata-se de uma arte mais turbulenta, em que
se buscavam idéias novas, invenções que surpreendessem, insólitas, cheia
de significados obscuros e referências à alta cultura. Acredita-se que tenha
sido influenciada ainda pela contra-reforma católica e pelo clima de
inquietação do momento. O estilo artístico que daí decorre recebe o nome de
Maneirismo e faz a passagem entre a alta Renascença e o barroco,
apresentando alguns elementos ora mais próximo de uma escola, ora de
outra. Seu período estende-se de mais ou menos 1520 ao fim do século XVI.
O termo Maneirismo, derivando da palavra italiana maneira (estilo), pode nos
dar mais informações sobre esse tipo de arte. Utilizada pelo pintor, arquiteto e
teórico de estória da arte da época, Vassari, no sentido de graça, sofisticação,
estabilidade, elegância. Por extensão a denominação prosseguiu para a arte
análoga à realizada pelo artista. Entretanto esse novo estilo foi visto com
desconfiança pelos críticos até o nosso século. Eles consideravam-na uma
arte menor, uma falha de compreensão por parte dos artistas da época sobre a
arte dos grandes mestres, imitações sem alma. O próprio termo Maneirismo,
relacionado ao mau gosto e excesso. Entretanto, mais ou menos no período
entre as duas guerras mundiais, os artistas de então passaram a ser melhor
compreendidos e admirados pelos críticos. Entre as obras de Giorgio Vassari
(1511 - 1574), estão os afrescos do grande salão do Palazzo della Cancelleria,
em Roma (mostrando a vida do papa Paulo III) . Entretanto, ele é mais
conhecido por seu livro "A Vida dos Artistas" - uma das principais fontes de
informações sobre a Itália Renascentista e por seus conceitos e opiniões
artísticas que acabaram por pautar, durante longo tempo, o trabalho dos
críticos e historiadores de arte que o seguiram. Dentro do Maneirismo são
colocados vários artistas que desenvolveram atividades no período e é grande
a diversidade das obras. Entretanto, podemos destacar, como outros
nomes importantes, que ajudaram na " formação" da escola (que até hoje não
se encontra muito clara para os pesquisadores), além de Vassari, Rosso
Fiorentino (1494 - 1540) e Jacopo Pontormo (1494 - 1557), na pintura e
Benvenuto Cellini (1500 - 1571) e Giovanni da Bologna (1529 - 1608), na
escultura e Giulio Romano (1492 - 1546), na arquitetura. Mas talvez seja na
Escola Veneziana que podemos encontrar o maior mestre do período: o pintor
Tintoretto (Jacopo Robustini; 1518 - 1594). Enquanto grande parte dos artistas
do período contentavam-se em imitar os mestres, ele utilizou-se de maneira
extremamente pessoal e crítica o aprendido com suas maiores influências:
Michelângelo e Ticiano. Era conhecido por sua grande imaginação, por sua
composição assimétrica e por produzir grandes efeitos dramáticos em suas
obras, sacrificando, às vezes, até as bases da pintura desenvolvida por seus
antecessores (como, por exemplo "a suave beleza" de Giorgione E Ticiano).
Seu quadro São Jorge e o Dragão, retratando o auge da batalha entre as duas
figuras, através de um jogo de luz e tonalidades, produzem grande tensão. Em
alguns países da Europa, (principalmente a França, Espanha e Portugal), o
Maneirismo foi o estilo italiano quinhentista que mais se adaptou à própria
cultura desses países, encontrando mais seguidores que a própria arte da alta
Renascença.
8. REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA
DE MELO, Afonso Arinos, et alii. O Renascimento, Rio de Janeiro, 1978
BARRETO Gilson; OLIVEIRA Marcelo G., A arte secreta de Michelangelo, ARX,
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(c)Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
HUNT, David. A Escultura no Renascimento. In Franco, Rio de Janeiro: Agir, MNBA,
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OLIVIERI, Antonio Carlos, O Renascimento, Atica, São Paulo
SOUZA, Wladimir Alves de. A Arquitetura no Renascimento. In Franco et al. p. 191