terça-feira, 14 de abril de 2009

Renascimento

"De tempos em tempos, o Céu nos envia alguém que não é apenas humano, 
mas também divino, de modo que através de seu espírito e da superioridade de 
sua inteligência, possamos atingir o Céu"
Giorgio Vasari, falando de Leonardo da Vinci


Sumário

1. INTRODUÇÃO
2. O QUE CAUSOU O RENASCIMENTO?
2.1. SURTO COMERCIAL  E O MECENATO
2.2. O CRESCIMENTO DAS CIDADES E A BURGUESIA
2.3. A INVENÇÃO DA IMPRENSA
3. CONSEQUENCIAS RENASCENTISTAS
4. MUDANÇA DE PENSAMENTOS ESTÉTICOS E ARTÍSTICOS
5. OS GÊNIOS RENASCENTISTAS
5.1. LEONARDO DA VINCI
5.2. MICHELANGELO
5.3. RAFAEL SANZIO
5.4. BRUNELLESCHI
6. MANEIRISMO
7. CONCLUSÃO
8. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA























1. INTRODUÇÃO

O termo Renascimento é utilizado para caracterizar a civilização 
européia entre os anos de 1300 a 1650, a literatura, as ciências assim como o 
campo das artes obtiveram grandes progressos neste período, apesar de certa 
forma ser uma época em que se reviveria a antiga cultura greco-romana, 
porém ultrapassando em muito essa sua herança clássica. 
      O novo nascimento (re-nascimento) voltou os olhos para o humanismo, 
sendo o espírito deste movimento que fez oposição aos conceitos 
impregnados da idade média que voltava seus olhos para o divino, ou 
sobrenatural, trazendo novos temas como a valorização do próprio homem 
assim como da natureza. As principais características do Renascimento é a 
racionalidade, a dignidade do ser humano, o rigor cientifico, o ideal humanista 
e a reutilização das artes greco-romanas.
 
Cúpula da catedral de Florença - Filipo Brunelleschi
Acervo de fotos Juca Martins
      As relações matemáticas eram a base para a ocupação do espaço pelo 
edifício, na arquitetura Renascentista, para que o observador possa entender a 
lei que organiza de qualquer lugar que se coloque. Segundo Bruno Zevi "já 
não é o edifício que possui o homem, mas este que, aprendendo a lei simples 
do espaço possui o segredo do edifício", as ordens arquitetônicas, os arcos de 
volta perfeita, a simplicidade nas construções, a escultura e a pintura 
autônomas ao edifício, são as características que dominam a arquitetura neste 
período da história, tendo como seu principal arquiteto Filipo Brunelleschi, que 
não só era um completo artista Renascentista (pintor, escultor e arquiteto), 
como também tem como seus maiores trabalhos a cúpula da catedral de 
Florença e a Capela Pazzi.
      Já a pintura deu um grande salto com o inicio do uso da perspectiva 
que seguia os princípios da matemática e da geometria para mostrar a 
diferença de tamanho das coisas seja por proporções ou distancias, o que não 
era feito anteriormente, o uso do claro e escuro, que trazia as pinturas um jogo 
de contrastes, pintando algumas áreas com luz e outras na sombra, dando 
também através deste "jogo" a sugestão de volume dos corpos. A mudança de 
pensamento deste período, que fazia com que o artista não visse mais o 
homem como um simples observador do mundo que mostra a grandeza do 
divino, e sim se colocando na posição de obra prima de Deus, deixando o 
mundo para ser compreendido através da ciência e não apenas admirado, 
trouxe também uma pintura realista, utilizando pela primeira vez a tela e a tinta 
a óleo.
      É neste período também que a pintura (assim como a escultura) deixa 
de ser quase que exclusivamente detalhes das obras arquitetônicas para se 
tornar manifestações independentes, o que fez com que surgissem artistas 
com estilo pessoal (individualistas em termos artísticos).
 
Virgem das Rochas - Leonardo da Vinci
Divulgação da exposição do 50º 
aniversário da União Européia
       Entre os principais pintores deste período estão, Bottichelli (A 
Primavera e O Nascimento de Vênus), Michelangelo (teto da Capela Sistina e 
A Sagrada Família), Rafael (A Escola de Atenas e Madona da Manhã), e o 
principal gênio do Renascimento Leonardo da Vinci (Virgem das Rochas e 
Monalisa).
      Os grandes escultores do Renascimento surgem na região do Vaticano, 
com a volta dos papas de Avinhão para Roma, sendo o maior destes 
escultores Michelangelo (que também era pintor), os escultores do 
Renascimento buscavam representar o homem com fidelidade, buscando o 
realismo absoluto, tentando também manter a figura na sua proporção real, 
sendo influenciados pela perspectiva e pela profundidade assim como na 
pintura, estudando também o corpo e o caráter humano.
      Michelangelo assim como Leonardo da Vinci dissecou muitos corpos 
tentando saber exatamente onde estavam cada músculo e cada tendão.










2. O QUE CAUSOU O RENASCIMENTO?

Quando falamos de Renascimento com certeza estamos tratando de um 
tema muito amplo, e pensando em história, não foi um movimento que veio 
com uma obra revolucionária de alguém, ou mesmo, com alguns anos 
graduais, e sim vários fatores históricos e sociais.
Podemos falar que as principais causas do Renascimento foi o 
aumento do comércio, o crescimento dos centros urbanos, a renovação dos 
interesses pelo cientifico, pelos estudos clássicos, a fuga do misticismo, as 
cruzadas, a invenção da imprensa, o fortalecimento da burguesia com o fim 
do feudalismo, e o mecenato (financiamento para artistas, com finalidade de 
aumentar o poderio das cidades e firmar o poder pessoal).

2.1 SURTO COMERCIAL E O MECENATO
 
Cidade de Florença
Foto de Medusa (quenemumavacalouca.blogspot.com)
      Com o aumento da burguesia, as localidades em que o comércio se 
desenvolveu, apareceu uma disposição em financiar artistas. O sustento dos 
artistas do Renascimento vinha desta prática chamada mecenato (que nada 
mais é que uma referência a um patrocinador da Roma antiga), onde 
mercadores, banqueiros, reis e até mesmo a igreja contratava patrocinava os 
melhores artistas para que eles construíssem, suntuosos edifícios, palácios,, 
igrejas, estátuas, pinturas até mesmo para suas próprias residências, sendo 
assim através do orgulho os maiores protetores da produção artistica do 
Renascimento.
O exemplo é a cidade de Florença onde os Médici ficaram famosos por 
fundar uma academia dedicada ao estudo de Platão, sendo responsáveis 
também, pelo sustento de diversos escultores, pintores, e arquitetos que 
transformaram Florença inteira em uma verdadeira obra de arte, sem negar 
que este período é um dos maiores responsáveis pela valorização das artes, 
das ciências, e da valorização do intelectual na atualidade.
2.2 O CRESCIMENTO DAS CIDADES E A BURGUESIA

Nos séculos XI e XII, várias mudanças sociais políticas e econômicas 
ajudaram o crescimentos das cidades e o fortalecimento da burguesia. As 
técnicas agrícolas evoluíram aumentando a diversidade de produtos agrícolas, 
e o cultivo de novas terras, o que sustentou a alimentação de um grade 
crescimento demográfico no período.  Estes fatores fortaleceram a vida 
urbana, fazendo com que as cidades crescessem e se tornassem centros 
comerciais e artesanais fazendo com que estes locais deixassem de depender 
da produção agrícola e se afastarem dos centros agrários (ao redor de castelos 
e mosteiros). 
      Com esta evolução as cidades européias chamadas de burgos, que 
deixaram de depender de senhores feudais, transformando-se em ilhas 
capitalistas em um continente feudal, sendo tudo isto acompanhado de uma 
ascensão desenfreada do comércio. Estes habitantes dos burgos eram uma 
nova classe social dedicada somente ao comércio (os burgueses), que devido 
ao conflito dos reis com os senhores feudais se beneficiavam com apoios 
reais.
      No mesmo momento os burgueses restabeleceram o comércio com o 
Oriente Próximo, o que elevou o preço das mercadorias, pelo aumento de 
demanda, aumentando as condições dos camponeses que compravam sua 
liberdade, aliado a expansão do comércio e da indústria, que abria novas 
frentes de trabalho, atraindo estes camponeses para os burgos, que se 
tornavam cidades. Todos estes fatores minaram as bases da organização 
feudal, que causou assim, o declínio do feudalismo, que dominava o período 
anterior ao Renascimento.
      
 
Johann Gutenberg
(www.biografiasyvidas.com
)
2.3 A INVENÇÃO DA IMPRENSA
      Vale lembrar que Johann Gutenberg redescobriu os tipos (tipografia) 
chineses e inventou a prensa tipográfica, e foi muito importante para difundir 
as idéias comunicando finalmente em massa. Essa invenção ocorreu junto 
com a Queda de Constantinopla e  teve grande influência na sociedade 
Européia, democratizando o aprendizado (antes de uso quase exclusivo do 
clero), vindo a contribuir quando o Renascimento atingiu o norte Europeu.






3. CONSEQUENCIAS RENASCENTISTAS

O Renascimento proporcionou ao mundo várias mudanças, um novo 
comportamento foi encontrado em todas as situações, desde os encontros nas 
ruas, o trabalho, a diversão, o tipo de moradia, até a moral, ética, política e 
religião, o que significa que o Renascimento não teve influência somente na 
arte e sim essa foi reflexo de uma mudança de pensamento da sociedade, 
recuperando vários dos valores clássicos.
 
Homem-Vitruviano
Gallerie Dell´Academia
      Ao contrário do que os Romanos fizeram com a arte grega, na 
antiguidade clássica, o Renascimento nunca foi uma cópia, pois se utilizava 
dos conceitos gregos, porém sem perder a estética e os conceitos desta nova 
realidade do homem, o antropocentrismo era um ponto comum entre as duas 
civilizações "o Homem é a medida de todas as coisas", porém, no pensamento 
Renascentista o que era belo no homem era ser uma criação perfeita de Deus, 
assim como a natureza e os animais, e não simplesmente o homem pelo 
homem, o que houve foi uma mudança de foco, enquanto na idade Média os 
"olhares", se voltavam para Deus, no Renascimento eles se voltaram as 
criações do mesmo, chegando a conclusão de que o homem era/é a mais 
perfeita delas.
O mundo passou a ser entendido a partir da importância do ser 
humano, o trabalho, as guerras, as transformações, aspirações e as 
contradições humanas se tornam objetos de inspiração e preocupação, 
produtos da ação do homem. A ciência e a razão passam a ser cultuadas, 
fazendo com que o homem se recuse em acreditar em qualquer coisa que 
não tenha sido provada de forma cientifica, ou com racionalismo, o que faz 
com que o experimentalismo e a ciência se desenvolvesse em grande 
proporções, sendo que este homem racional, acabou se tornando também 
individualista, que nada mais é do que reflexo da emergência da burguesia, e 
as novas relações de trabalho, tendo como idéia norteadora que cada um é 
responsável pela condução da própria vida, podendo mudá-la, e tomar 
controle da mesma. É importante frisar que o individualismo, não 
proporcionou o isolamento do homem, que continuou normalmente vivendo 
em sociedade mas sim na possibilidade que cada um de nós tem de tomar 
decisões sobre as próprias vidas.
Na arte havia também o hedonismo que nada mais era que produzir o 
belo, apenas pelo prazer que isso lhe proporcionava, juntamente com o 
universalismo, que dizia que o homem deveria desenvolver todas as áreas do 
saber, que temos como maior exemplo Leonardo da Vinci, que além de pintor 
e escultor, foi arquiteto, engenheiro, matemático, botânico, físico estudando 
até fisiologia.


4. MUDANÇA DE PENSAMENTOS ESTÉTICOS E ARTÍSTICOS

O Renascimento veio com diversas mudanças de pensamentos, na arte 
muito foi modificado, como por exemplo, a volta dos ideais clássicos, assim 
também como algumas descobertas estéticas.
Vários fatores trouxeram essas mudanças, fatores políticos, e 
econômicos e de organização, assim, um período denominado trecento, que 
foi uma preparação para o movimento Renascentista, teve algumas 
mudanças. Foi nessa época que os Médici, começaram a prática do 
mecenato, e os moldes políticos, foram se modificando saindo do feudalismo 
um sistema onde cada local deveria ser auto-suficiente, isolando as regiões, 
modificando algumas coisas de feudo para feudo, e tornando-se basicamente 
mercantilista e urbana, fazendo com que a economia dependa exatamente do 
comércio o que acabou com este isolamento. Essa sociedade em expansão 
via crescer uma classe média que não dependia dos nobres, que foi a base de 
sustentação para o governo, e os pilares para o novo mercado de arte e 
cultura.
Houve um fator religioso que ajudou nesta transformação de 
pensamento, houve uma mudança na relação entre Deus e o Homem, 
fazendo com que a salvação pudesse ser alcançada, além de pelos bons atos, 
pelo embelezamento das cidades e igrejas com obras de arte, o que aumentou 
também a prática do mecenato.
No período a seguir denominado Quattrocento (séc XV), é famoso por 
ser a era dourada da Renascença, onde ela sai totalmente do gótico, e 
amadurece saindo da Europa e rumando para países, como a França, 
Inglaterra, Portugal, Espanha, a historiografia com Leonardo Bruni é criada e 
várias pessoas procuram pelas bibliotecas do mundo textos dos clássicos, 
como Platão, Aristóteles entre outros, repercutindo também na arte, fazendo 
com que todos saiam do pensamento idealista do gótico, vindo ao 
racionalismo, aumentando ainda mais a prática do mecenato.
 
Escola de Atenas - Rafael
      Talvez o período mais famoso do Renascimento, é a transição do 
Quattrocento para o Cinquecento, chamado Alta Renascença, foi neste período 
que Leonardo Da Vinci, fez suas mais maduras obras como "A Virgem das 
Rochas", e Michelangelo fez seu "Davi", Rafael em seu inicio de carreira 
pintou sua "Madonna Cowper", tendo até o "Tempietto" de Bramante na Igreja 
de São Pietro em Montorio em Roma. É a fase em que se cristalizam idéias 
que marcam todo o movimento Renascentista, o humanismo, a noção de 
autonomia na arte, assim como a emancipação do artista de sua condição de 
artesão deixando-o lado a lado ao cientista e ao erudito.
É neste período que a arte atinge perfeição e equilíbrio que todos 
buscavam nos clássicos, especialmente na escultura e na pintura, e o 
idealismo clássico encontra uma reforma, no Renascimento.
 
Madalena Penitente
Donatello
      O Cinquecento, também chamado de Maneirismo, foi quando as coisas 
começaram a avançar de tal forma, que quando menos se esperava tudo 
havia se modificado chegando ao barroco, devido a muitas mudanças 
políticas o séc.XVI, faz com que Roma se torne agora berço de Renascentistas 
(anteriormente era Florença), e mestres como Rafael, Michelangelo e 
Bramante, fizeram com que a cidade ficasse artisticamente mais rica e se 
criasse ali uma escola onde o mecenas mais poderoso de Roma deu uma 
estética nova a todo esse período sendo ele o papa. Com novas mudanças 
políticas e sociais como o domínio de Roma pelos protestantes, e a 
contestação da autoridade papal, trouxe um novo sentimento aos artistas, 
rumando para o barroco, o Maneirismo é um período de diversas 
transformações e de tão extensa influência que muitos historiadores o vê 
como um movimento a parte do Renascimento, sendo que alguns dizem ser 
uma decadência a busca pelos clássicos, e a perfeição, e outros que é uma 
parte positiva e conciliadora e até uma legitima conclusão do Renascimento, 
onde se usava os modelos Renascentistas para se criar uma nova estética de 
acordo como aquele momento histórico tendo sua grande importância 
principalmente por fazerem dele a primeira escola de arte moderna.
A pintura Renascentista foi uma grande transformação que tem como 
pontos centrais uma nova definição do espaço cênico e a representação 
realista principalmente do homem, assim como dos animais e da natureza, 
com avanços técnicos, que modificaram toda a visão de pintura, como a 
perspectiva, realista e cientifica que deram uma nova visão de pintura dando 
uma aparência de terceira dimensão, nas pinturas (bidimensional), ajudando 
nas construções de proporção e ponto de vista buscando assim uma maior 
perfeição. Outro fator técnico dominante do Renascimento foi a tinta óleo que 
surgiu devido aos mercadores irem cada vez mais longe, que tinha um tempo 
maior para a secagem que possibilitou diversas novas técnicas não possíveis 
no fresco e na têmpera. Novos elementos aglutinantes também ajudaram na 
técnica da pintura Renascentista, que possibilitou uma maior gama de cores 
possibilitando um maior degrade, assim como as telas e os cavaletes também 
contribuíram para que os pintores pudessem carregar suas obras para outros 
locais.
Esteticamente a pintura da Renascença tem como principais fatores, a 
representação da realidade tal como se é observada, valorizando a 
personalidade retratada, assim como o equilíbrio e harmonia que era possível, 
devido ao rigor científico, adquirido através da perspectiva, e do esquema em 
pirâmide o que possibilitava uma maior harmonia entre os elementos. Essa 
nova maneira de representar os elementos significou um afastamento das 
técnicas medievais, as proporções Greco-romanas foram a base da pintura 
Renascentista, assim como o culto do belo, típico dos gregos. No 
Renascimento o desenho era considerado o alicerce de todas as artes visuais. 
O uso do claro e escuro também foi um diferencial do Renascimento.
Já a escultura do Renascimento distingue-se das esculturas anteriores, 
por deixar de ter um valor tipicamente ornamental, para valer-se por si só, 
voltando a representação do nu como nos clássicos, e assim como na pintura 
a busca pelo realismo perfeito foi incessante.
 
Davi - Michelangello
Museu do Louvre
      Os sinais dessa influência estética classicista vêm de um pouco antes, 
no século XIII com Nicola Pisano e o púlpito do "Batistério de Pisa", já seu filho 
vai além dominando a cena em Florença, e usando linhas limpas e puras, 
com elementos góticos, misturados com elementos clássicos, os 
contemporâneos de Giovanni Pisano, seguiam mais ou menos a mesma 
linha, por todo trecento. Apesar de todos estes avanços estéticos, isso ainda 
era uma discussão entre os elementos antigos (Gótico), com os novos, até que 
Lorenzo Ghilberti recupera todos os modelos clássicos, seguido de Donatello 
que conduz vários avanços modelando em grandes proporções o nu, de 
dimensões por completo e inovando a estatuária eqüestre. Vale lembrar 
Verocchio que compôs esculturas de grande teatralidade e dinamismo de 
composições, sendo tudo isso basicamente em Florença o berço do 
Renascimento, até o aparecimento e desenvolvimento de Michelangelo, que 
trabalhou em Roma, para os papas, que foi o maior nome da escultura, que 
passou desde o classicismo puro, até o Maneirismo, as mudanças estéticas da 
escultura ficaram evidentes durante estes períodos, tendo obras de 
extremamente perfeição, como Davi de Michelangelo que assim como 
Leonardo da Vinci na pintura tinha grandes noções de anatomia, por ter 
dissecado corpos humanos.
Todas as artes basicamente seguiram estes elementos, buscando a 
perfeição do clássico.
5. OS GÊNIOS RENASCENTISTAS

Existe uma gama de Gênios Renascentistas nas diversas áreas, como 
Leonardo da Vinci, Michelangelo, Rafael, Donatello, Bruni, entre outros, que 
são considerados gênios, pela maestria em suas obras assim como pela 
revolução causada pelos seus trabalhos.

5.1 LEONARDO DA VINCI

 
Madonna do Fuso
http://abcgallery.com/L/leonardo/leonardo29.html
Leonardo da província de Vinci, foi pintor, escultor, arquiteto, engenheiro, 
matemático, fisiólogo, químico, botânico, geólogo, cartógrafo, físico, mecânico, 
escritor, poeta, musico e inventor conhecido também por ser o percussor da 
aviação e da balística. Embora não tivesse uma educação formal na maioria 
dos campos em que atuava, foi considerado um dos maiores gênios da 
humanidade, não possuía um sobrenome, por ser filho ilegítimo, sendo o da 
Vinci, o nome do local onde cresceu (vindo de Vinci). Leonardo nasceu em 
Anchiano, filho de Piero e de Caterina, que se acredita ter sido uma escrava 
de Piero ou uma camponesa, sendo assim sempre assinou seus trabalhos 
simplesmente como Leonardo. 
Lorenzo de Médici e Andrea Del Verrocchio foram as grandes 
influências de Leonardo em sua adolescência, sendo plena Renascença, 
sendo considerado um dos artistas que mais expressa o espírito destes 
tempos. Tem como obra mais conhecida "La Gioconda - Mona Lisa", assim 
como "A última Ceia". Com 14 anos Leonardo se mudou para Florença onde 
iniciou seu aprendizado no ateliê de Verrocchio, que era um artista de grande 
prestigio na época, que lhe ensinou as bases da pintura, que o tornaria um 
grande pintor, já com 20 anos (1472), era membro do Grêmio dos pintores 
Florentinos o que o lança independente de seu mestre, anos depois foi 
acusado de sodomia, em 1476, porém foi absolvido de todas as acusações. 
Foi Ludovico Sforza que foi mecenas de Leonardo em 1482, encomendando 
um cavalo em armas. 1500, foi o ano que Leonardo Voltou a Florença sendo 
em 1502 mantido por César Bórgia, sendo seu arquiteto militar e engenheiro, 
viajando pelo norte da Itália e voltando a Florença ainda neste ano, para 
recebeu a encomenda de um retrato que viria a ser "La Gioconda".
Morou na mesma cidade que Rafael e Michelangelo (Roma), de 1513 a 
1516, sem ter muito contato com estes artistas. Uma de suas encomendas 
desta época provavelmente o colocou em contato com o rei Francês Francisco 
I, sendo que se mudou pra França em 1516 para servir-lo como primeiro 
pintor, arquiteto e engenheiro do rei, se tornando um grande amigo do mesmo.
Morreu em Cloux e seu corpo está enterrado na Capela de São 
Humberto na França, para grande pesar de seus conterrâneos Italianos, de 
acordo com seu desejo, sessenta mendigos seguiram seu caixão.
Imagine uma torre fortificada com 4 rampas de acesso para o seu topo, 
para que as tropas não se batessem, enquanto descessem, ou subissem, ou 
mesmo um fosso com uma torre cilíndrica escondida nele e embaixo da água 
de modo que, só aparecesse na superfície um pequeno pedaço na superfície 
revestida de feno molhado para evitar os disparos inimigos, com pequenas 
fendas para os defensores atirarem seus projeteis, esse são dois exemplos de 
invenções de Leonardo que foram colocadas em prática pelos Sforza.
Pintura
Data de 
realização
Anunciação
1472 - 1475
O Batismo de Cristo
1475 - 1478
Madona Benois
1475-1478
Anunciação(segunda 
versão)
1478-1482
Adoração dos Magos
1481-1482
Retrato de Músico
1485
Retrato de Mulher de 
Perfil
1490
La Belle Ferronière
1490-1495
A Virgem das Rochas
1495-1508
Mona Lisa ou La 
Gioconda
1503-1506
São João Batista
1513-1516
Pintura
Data de 
realização
A Virgem de 
Granada
1475 - 1480
Ginevra de' Benci
1475-1478
Madona del 
Garofano
1478-1480
São Jerônimo
1480-1482
Madona das Rochas
1483-1486
Dama com Arminho
1485-1490
Madona Litta
1490-1491
A Última Ceia
1495-1497
Madona, o 
Menino,Sant'Ana e 
São João Batista
1499-1500
A Virgem, o Menino 
e Sant'Ana
1508-1510
São João Baptista 
(com os atributos de 
Baco)
1513-1516

Fonte: Wikipédia
5.2 MICHELANGELO
 
Pietá, escultura de Michelangelo
Foto: Eliomar Ribeiro
      
      Michelangelo Buonarroti foi essencialmente escultor, ou pelo menos se 
dizia assim, foi de verdade pintor, escultor e poeta do Renascimento. Apesar 
de ter tido poucas atividades além das artes sua versatilidade o equiparou com 
Leonardo da Vinci. Duas de suas obras mais famosas obras são a Pietá, o 
Davi, que foram feitas antes de o artista completar 30 anos, e apesar de não se 
afeiçoar com a pintura fez obras que até hoje são idolatradas, como as 
pinturas famosas da Capela Sistina e a cúpula da Basílica de São Pedro a 
qual ele projetou.
Para Michelangelo a arte nada mais era do que fonte da inspiração 
interna e da cultura via a natureza como um inimigo a ser superado em 
beleza, o que o influenciou para o Maneirismo, tinha como objetivo ao esculpir 
libertar as formas que estavam dentro da pedra, sendo solitário e melancólico, 
indiferente a vida em si, e buscando apenas a arte, conta-se que Michelangelo 
proferiu a frase "perchê non parlü?", ao terminar sua escultura  de Moisés (por 
que não fala?), depois de proferir uma forte martelada no joelho da estátua.
A estética das obras de Michelangelo é em parte uma expressão da 
idealização Renascentista do corpo humano, sendo que para alguns autores 
era também, uma paixão pela beleza (principalmente masculina), tendo em 
vista que além da escultura e da pintura, Michelangelo deixou em seu legado 
cerca de trezentos poemas, marcados por uma carga homoerótica.
Vale lembrar que Michelangelo era canhoto e escolheu ser aprendiz 
inicialmente de Domenico Ghirlandaio, onde ficou por três anos,. Foi aprendiz 
também de Bertoldo di Giovanni e Lourenço de Médici.
Com a morte de Lourenço de Médici Michelangelo, sem financiamento 
parte para Bolonha, onde produz o "Cúpido" em mármore que é comprado 
pelo cardeal San Giorgio e o chama para Roma, onde ele produz "Baco" e 
"Pietá".
Em 1513, Michelangelo volta a trabalhar para um Médici,que pede para 
que ele reconstrua o interior da Igreja de São Lourenço em Florença, e o 
adornasse com esculturas, o que não foi concluído. 1526 foi o ano em que os 
Médici foram expulsos de Florença e Michelangelo volta para ajudar a 
construir as fortificações, porém quatro anos depois os Médici conseguiram 
voltar ao poder.
No tempo em que Michelangelo  ficou em Roma, foi comissionado para 
construir a tumba papal, pelo papa Julio II, porém seu papa-mecenas, não o 
deixava concluir a obra pedindo que diversas outras tarefas fossem feitas 
antes e durante a construção da tumba, fazendo com que o artista trabalhasse 
40 anos sem parar neste projeto, sem nunca concluí-lo.
Destas tarefas a mais famosa foi a pintura do teto da Capela Sistina, 
que demorou quatro anos para ser concluída, Michelangelo por não se 
considerar pintor, protestou e relutou, mas o que era para ser uma 
representação dos 12 apóstolos, se tornou uma decoração que retrata toda a 
doutrina da igreja católica, passando pela Criação, a Queda do Homem, e a 
Promessa de Salvação, compostas por mais de 300 figuras centradas nos 
episódios do Genesis. Anos depois em 1534 Michelangelo volta a Sistina 
comissionado pelo papa Paulo III, para pintar toda parede por trás do altar, 
representando o juízo final.
O Gênio Michelangelo morreu em casa, em Roma com 88 anos no dia 
18 de fevereiro de 1564.
 
A criação do Homem - Capela Sistina
5.3 RAFAEL SANZIO

      Raffaello Sanzio, conhecido em português como Rafael, nasceu em 
Urbino, então capital do ducado do mesmo nome, na Itália, em 6 de abril de 
1483. Seu pai, Giovanni Santi, era pintor de poucos méritos mas homem culto 
e bem relacionado na corte do duque Federico de Montefeltro. Transmitiu ao 
filho, de precoce talento, o amor pela pintura e as primeiras lições do ofício. O 
duque, personificação do ideal Renascentista do príncipe culto, encorajara 
todas as formas artísticas e transformara Urbino em centro cultural, a que 
foram atraídos homens como Donato Bramante, Piero della Francesca e 
Leone Battista Alberti.
 
O casamento da Virgem - primeira 
obra registrada
Pinacoteca di Brera, Milão
      Após a morte do pai, em 1494, Rafael foi para Perugia, onde aprendeu 
com Pietro Perugino a técnica do afresco ou pintura mural. Em sua primeira 
obra de realce, "O casamento da Virgem" (1504), a influência de Perugino 
evidencia-se na perspectiva e na relação proporcional entre as figuras, de um 
doce lirismo, e a arquitetura. A disposição das figuras é, no entanto, mais 
informal e animada que a do mestre.
      No outono de 1504, Rafael foi a Florença, atraído pelos trabalhos que 
estavam sendo realizados, no Palazzo della Signoria, por Leonardo da Vinci e 
Michelangelo. Sob a influência sobretudo da obra de Da Vinci, absorveu a 
estética Renascentista e executou diversas madonas, entre as quais a 
"Madona Esterházy" e "A bela jardineira". Fez uso das grandes inovações 
introduzidas na pintura por Da Vinci a partir de 1480: o claro-escuro, contraste 
de luz e sombra que empregou com moderação, e o esfumado, sombreado 
levemente esbatido, ao invés de traços, para delinear as formas. A influência 
de Michelangelo, patente na "Pietà" e na "Madona do baldaquino", consistiu 
sobretudo na exploração das possibilidades expressivas da anatomia 
humana.
Roma. Por sugestão de Bramante, seu amigo e arquiteto do Vaticano, Rafael 
foi chamado a Roma pelo papa Júlio II em 1508. Nos 12 anos em que 
permaneceu nessa cidade incumbiu-se de numerosos projetos de 
envergadura, nos quais deu mostras de uma imaginação variada e fértil. Dos 
afrescos do Vaticano, os mais importantes são a "Disputa" (ou "Discussão do 
Santíssimo Sacramento") e a "Escola de Atenas", ambos pintados na Stanza 
della Segnatura. O primeiro, que mostra uma visão celestial de Deus, seus 
profetas e apóstolos a encimar um conjunto de representantes da igreja, 
equipara a vitória do catolicismo à afirmação da verdade. Já a "Escola de 
Atenas" é uma alegoria complexa do conhecimento filosófico profano. Mostra 
um grupo de filósofos de várias épocas históricas ao redor de Aristóteles e 
Platão, ilustrando a continuidade histórica do pensamento platônico.
      Após a morte de Júlio II, em 1513, a decoração dos aposentos 
pontifícios prosseguiu sob o novo papa, Leão X, até 1517. Apesar da 
grandiosidade do empreendimento, cujas últimas partes foram deixadas 
principalmente por conta de seus discípulos, Rafael, que então se tornara o 
pintor da moda, assumiu ao mesmo tempo numerosas outras tarefas: criou 
retratos, altares, cartões para tapeçarias, cenários teatrais e projetos 
arquitetônicos de construções profanas e igrejas como a de Sant'Eligio degli 
Orefici. Tamanho era seu prestígio que, segundo o biógrafo Giorgio Vasari, 
Leão X chegou a pensar em fazê-lo cardeal.
 
Transfiguração - Ultima obra
Museu do vaticano
      Em 1514, com a morte de Bramante, Rafael foi nomeado para suceder-
lhe como arquiteto do Vaticano e assumiu as obras em curso na basílica de 
São Pedro, onde substituiu a planta em cruz grega, ou radial, por outra mais 
simples, em cruz latina, ou longitudinal. Sucedeu também a Bramante na 
decoração das loggias (galerias) do Vaticano, aí realizando composições de 
lírica simplicidade que pareciam contrabalançar a aterradora grandeza da 
capela Sistina pintada por Michelangelo.
      Competente pesquisador interessado na antiguidade clássica, Rafael 
foi designado, em 1515, para supervisionar a preservação de preciosas 
inscrições latinas em mármore. Dois anos depois, foi nomeado encarregado 
geral de todas as antiguidades romanas, para o que executou um mapa 
arqueológico da cidade. Sua última obra, a "Transfiguração", encomendada 
em 1517, desvia-se da serenidade típica de seu estilo para prefigurar 
coordenadas de um novo mundo turbulento -- o da expressão barroca.
Em conseqüência da profundidade filosófica de muitos de seus trabalhos, a 
reputação de humanista e pensador neoplatônico de Rafael implantou-se em 
Roma. Entre seus amigos havia respeitados homens de letras, como 
Castiglione e Pietro Aretino, além de muitos artistas. Em 1519 ele projetou os 
cenários para a comédia I suppositi, de Ludovico Ariosto. Coberto de 
honrarias, Rafael morreu em Roma em 6 de abril de 1520.
Rafael foi um grande fã de Leonardo da Vinci e Michelangelo.
5.4 BRUNELLESCHI

      As bases da estética Renascentista foram lançadas por dois artistas 
florentinos: Masaccio, na pintura, e Brunelleschi, na arquitetura, considerados 
os pioneiros da nova linguagem.
      Filippo Brunelleschi nasceu em Florença em 1377 e iniciou a carreira 
artística como ourives e escultor.
 
Dome Duomo - Brunelleschi
Florença Itália
      Em 1401 participou, com o painel "O sacrifício de Abraão", ponto alto de 
sua carreira de escultor, do concurso para a realização dos relevos em bronze 
da porta do batistério de Florença. Decepcionado com o resultado do 
concurso, ganho por Lorenzo Ghiberti, decidiu dedicar-se à arquitetura. 
Acredita-se que nesse mesmo ano tenha viajado com o escultor Donatello 
para Roma, onde estudaram os princípios da escultura e arquitetura clássicas.
      Na primeira fase de sua carreira de arquiteto, Brunelleschi redescobriu 
os princípios da perspectiva linear, que, conhecidos por gregos e romanos, 
ficaram esquecidos durante toda a Idade Média. Restabeleceu na prática o 
conceito de ponto de fuga, e a relação entre a distância e a redução no 
tamanho dos objetos.
      Seguindo os princípios ópticos e geométricos enunciados por 
Brunelleschi, os artistas da época puderam reproduzir objetos tridimensionais 
no plano com surpreendente verossimilhança.
      Em 1418 ganhou o concurso para a finalização da catedral de Santa 
Maria del Fiore, em Florença. As dificuldades para a construção da abóbada 
sobre uma enorme base octogonal tinham desafiado várias gerações de 
arquitetos.
      Brunelleschi pôs em prática um método original para a sustentação da 
cúpula, inventou as máquinas necessárias à construção e executou o projeto 
sem utilizar o cimbre, armação de madeira que servia de molde e suporte a 
arcos e abóbadas e era retirada depois de completada a obra.
      Entre outros trabalhos importantes de Brunelleschi está o pórtico do 
hospital dos Inocentes, cujas características mais notáveis são a proporção, o 
emprego da coluna como elemento sustentador e a sucessão rítmica de 
elementos modulares para criar perspectiva.
      Construiu ainda as igrejas de San Lorenzo e Santo Spirito, esta última 
concebida segundo o modelo de planta basilical, com cúpula em cruzeiro, e 
desenho de proporções estritamente matemáticas.
      A última de suas grandes obras foi a capela Pazzi, na igreja de Santa 
Croce, em Florença. Brunelleschi morreu em 15 de abril de 1446 em 
Florença. 



























6. MANEIRISMO

No ano de 1520, começaram várias manifestações artísticas, 
denominadas Maneirismo, que nada mais é que o movimento que ajudou na 
transição do Renascimento para o Barroco. Neste período vários movimentos 
religiosos reformistas, políticos e absolutistas.  Os outros países Europeus 
começam a receber os artistas que fogem da inquisição na Itália, difundindo 
as bases Renascentistas,  que já estão começando a se modificar.
 
"A Primavera" - Giuseppe Arcimbaldo
Museu do Louvre
      O Maneirismo tem características diversas o que impossibilita que você 
chegue a um conceito único, como no Renascimento, a tendência maneirista 
era de estilizar a obra e caprichar ainda mais nos detalhes, desenvolvendo em 
cada artista uma marca pessoal, passando assim das linhas rígidas do 
clássico que era tão cultuado no Renascimento, e ainda no Maneirismo, sendo 
o próprio termo utilizado por Giorgio Vasari, para se referir a maneira diferente 
de cada artista trabalhar.
      Para muitos autores o Maneirismo é uma contraposição dos modelos 
clássicos e um estilo que vai predominar até a chegada do Barroco, outros 
acreditam ser apenas uma tendência na transição entre o Renascimento e o 
barroco.
      A busca pelo real e perfeito do Renascimento é deixada para trás, e 
neste momento os artistas buscavam pela deformação das figuras e a criação 
de figuras abstratas, não havendo mais uma relação do tamanho da figura 
com a sua importância na obra.
      O estilo maneirista na arquitetura não refletiu somente na construção 
do edifício, assim como também na distribuição da luz e na decoração, 
construído igrejas no plano longitudinal, com espaços longos, tendo sobre o 
transepto a cúpula principal.
      Naves escuras, iluminadas apenas de ângulos diferentes, coros com 
escadas em espiral, que na maior parte das vezes não levam a lugar nenhum, 
produzem uma atmosfera de rara singularidade. Guirlandas de frutas e flores, 
balaustradas povoadas de figuras caprichosas são a decoração mais 
característica desse estilo. Caracóis, conchas e volutas cobrem muros e 
altares, lembrando uma exuberante selva de pedra que confunde a vista.
      Na arquitetura profana ocorre exatamente o mesmo fenômeno. Nos 
ricos palácios e casas de campo, as formas convexas que permitem o 
contraste entre luz e sombra prevalecem sobre o quadrado disciplinado do 
Renascimento. 
      A decoração de interiores ricamente adornada e os afrescos das 
abóbadas coroam esse caprichoso e refinado estilo, que, mais do que marcar 
a transição entre duas épocas, expressa a necessidade de renovação.
 
"o Rapto de Sabina" - Giambologna
Florença Itália
      A escultura maneirista segue Michelangelo, somando a um novo 
conceito intelectual as formas clássicas, arte pela arte, o que leva a um 
distanciamento da realidade, repetindo-se basicamente as características da 
pintura e da arquitetura. A atmosfera de tensão predomina no estilo 
maneirista, sendo que as formas acentuadas e caprichadas as proporções 
estranhas e as sobreposições de planos são elementos que contribuem para 
esta atmosfera.
As proporções clássicas já não são as únicas referências, fazendo com 
que a composição da escultura fosse aparentemente frágil, com extremos 
exageros e contorções.
Porém é na pintura que o espírito maneirista se manifesta em primeiro 
lugar, a segunda década do século XV, afastados dos cânones 
Renascentistas, criam o novo estilo, deformando a realidade e re-valorizando a 
arte pela arte, criando uma nova estética insinuando novas obras pictóricas. 
Imagine uma pintura onde existem várias pessoas, não tão musculosas mais 
como no Renascimento e sim esguias, com os músculos alongados, todas 
comprimidas em um espaço reduzido, numa atmosfera de tensão, e uma 
figura que pouco se destaca da composição observa tudo com olhos sem vida, 
já não posicionada no centro da perspectiva e sim em um canto, com uma 
integração de conjunto perfeita, este é um exemplo de uma pintura maneirista.
7. CONCLUSÃO
 
Mona Lisa ou La Gioconda
Museu do Louvré
      
      O Renascimento tem como principal elemento o resgate de proporções 
e idéias clássicas, Greco-romanas, sendo as construções, as pinturas e as 
esculturas em geral influenciadas por essa cultura.
Euclides - o grego, assim como sua geometria, foi a base da construção 
clássica, o que os Renascentistas descobriram e usaram a seu favor, usando 
como base de suas obras o quadrado, aplicando-se perspectiva, obtendo uma 
construção harmônica. Apesar do racionalismo e do antropocentrismo do 
Renascimento, sua arte continuou ainda assim a ser cristã, porém as igrejas 
adotaram um novo estilo, mais funcional, representada pelo plano 
centralizado, ou a cruz grega, sendo assim mais racional.
Assim como as igrejas os palácios também eram construídos de forma 
plana tendo como base o quadrado, um corpo sólido com um pátio central, 
quadrangular com a função de levar luz a todas as janelas internas.
Quando falamos de Renascimento é obrigatório se pensar em dois 
gênios em especial, Leonardo da Vinci e Michelangelo, pois estes eram os 
mais próximos do ideal Renascentista, artistas com atividades múltiplas e 
muitos conhecimentos em diversas áreas, podendo se dizer que entre as 
pessoas as mais Renascentistas eram estes dois, e entre as artes, a que 
melhor representa o Renascimento, pelo menos no termo do humanismo, é a 
escultura, que se utilizava da perspectiva e da proporção geométrica, 
destacando sempre figuras humanas que até então estavam sendo relegadas 
a segundo plano, vindo até a voltar a esculpir nus (e foi o Donatello que fez 
isto pela primeira vez), no Renascimento a escultura ganha independência, e 
deixa de ser um elemento meramente ilustrativo das construções , sendo 
colocada acima de uma base para ser apreciada de todos os ângulos. O que 
impressiona na escultura do Renascimento e a expressão corporal que 
garante o equilíbrio, assim como a perfeição dos músculos levemente 
torneados e as proporções perfeitas, assim como as expressões das figuras 
revelando seus sentimentos.
      Foi no Renascimento que as pinturas deixaram de dar a impressão de 
ser realmente bidimensional, causando uma sensação ótima tridimensional 
devido ao uso da recém descoberta perspectiva, através da qual o artista 
conseguia reproduzir espaços reais, com uma grande riqueza de detalhes, 
assim como a utilização de luzes e sombras, que ajudavam na sensação de 
volume, e distancias, o surgimento da tinta a óleo contribuiu também para que 
o artista criasse novas técnicas devido a seu tempo de secagem ser maior que 
as técnicas anteriores, e as telas, que aumentavam a durabilidade do trabalho 
assim como a facilidade de locomoção com o mesmo.
Com a nova classe média surgindo na sociedade (a burguesia), e a 
valorização do homem e seu individualismo já citado, começam a surgir os 
retratos, e cenas em família, o que obviamente não eliminou outras 
retratações como as religiosas.
 
Pietà. 
Nel Museo dell'Opera del Duomo 
di Firenze
       Após o aparecimento de Leonardo da Vinci, Rafael e Michelângelo, 
muitos artistas italianos tentaram buscar uma nova arte, contrária aos 
princípios da alta Renascença. Trata-se de uma arte mais turbulenta, em que 
se buscavam idéias novas, invenções que surpreendessem, insólitas, cheia 
de significados obscuros e referências à alta cultura. Acredita-se que tenha 
sido influenciada ainda pela contra-reforma católica e pelo clima de 
inquietação do momento. O estilo artístico que daí decorre recebe o nome de 
Maneirismo e faz a passagem entre a alta Renascença e o barroco, 
apresentando alguns elementos ora mais próximo de uma escola, ora de 
outra. Seu período estende-se de mais ou menos 1520 ao fim do século XVI. 
O termo Maneirismo, derivando da palavra italiana maneira (estilo), pode nos 
dar mais informações sobre esse tipo de arte. Utilizada pelo pintor, arquiteto e 
teórico de estória da arte da época, Vassari, no sentido de graça, sofisticação, 
estabilidade, elegância. Por extensão a denominação prosseguiu para a arte 
análoga à realizada pelo artista. Entretanto esse novo estilo foi visto com 
desconfiança pelos críticos até o nosso século. Eles consideravam-na uma 
arte menor, uma falha de compreensão por parte dos artistas da época sobre a 
arte dos grandes mestres, imitações sem alma. O próprio termo Maneirismo, 
relacionado ao mau gosto e excesso. Entretanto, mais ou menos no período 
entre as duas guerras mundiais, os artistas de então passaram a ser melhor 
compreendidos e admirados pelos críticos. Entre as obras de Giorgio Vassari 
(1511 - 1574), estão os afrescos do grande salão do Palazzo della Cancelleria, 
em Roma (mostrando a vida do papa Paulo III) . Entretanto, ele é mais 
conhecido por seu livro "A Vida dos Artistas" - uma das principais fontes de 
informações sobre a Itália Renascentista e por seus conceitos e opiniões 
artísticas que acabaram por pautar, durante longo tempo, o trabalho dos 
críticos e historiadores de arte que o seguiram. Dentro do Maneirismo são 
colocados vários artistas que desenvolveram atividades no período e é grande 
a diversidade das obras. Entretanto, podemos destacar, como outros 
nomes importantes, que ajudaram na " formação" da escola (que até hoje não 
se encontra muito clara para os pesquisadores), além de Vassari, Rosso 
Fiorentino (1494 - 1540) e Jacopo Pontormo (1494 - 1557), na pintura e 
Benvenuto Cellini (1500 - 1571) e Giovanni da Bologna (1529 - 1608), na 
escultura e Giulio Romano (1492 - 1546), na arquitetura. Mas talvez seja na 
Escola Veneziana que podemos encontrar o maior mestre do período: o pintor 
Tintoretto (Jacopo Robustini; 1518 - 1594). Enquanto grande parte dos artistas 
do período contentavam-se em imitar os mestres, ele utilizou-se de maneira 
extremamente pessoal e crítica o aprendido com suas maiores influências: 
Michelângelo e Ticiano. Era conhecido por sua grande imaginação, por sua 
composição assimétrica e por produzir grandes efeitos dramáticos em suas 
obras, sacrificando, às vezes, até as bases da pintura desenvolvida por seus 
antecessores (como, por exemplo "a suave beleza" de Giorgione E Ticiano). 
Seu quadro São Jorge e o Dragão, retratando o auge da batalha entre as duas 
figuras, através de um jogo de luz e tonalidades, produzem grande tensão. Em 
alguns países da Europa, (principalmente a França, Espanha e Portugal), o 
Maneirismo foi o estilo italiano quinhentista que mais se adaptou à própria 
cultura desses países, encontrando mais seguidores que a própria arte da alta 
Renascença.


































8. REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA

DE MELO, Afonso Arinos, et alii. O Renascimento, Rio de Janeiro, 1978

BARRETO Gilson; OLIVEIRA  Marcelo G., A arte secreta de Michelangelo, ARX, 
São Paulo, 2004

Enciclopédia Multimídia da Arte Universal; Alphabetum, Ed. Multimídia

(c)Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.

HUNT, David. A Escultura no Renascimento. In Franco, Rio de Janeiro: Agir, MNBA, 
1978. pp. 119 

OLIVIERI, Antonio Carlos, O Renascimento, Atica, São Paulo

SOUZA, Wladimir Alves de. A Arquitetura no Renascimento. In Franco et al. p. 191

Idade Média

"Quando, extasiado pela beleza da casa de Deus, o encanto das pedras multicoloridas afastou-me dos cuidados externos, e a meditação valiosa induziu-me a refletir, transferindo aquilo que é material para o que é imaterial, pela diversidade das virtudes sagradas: então, parece que eu me vejo habitando, por assim dizer, uma estranha região do universo, que nem existe totalmente na lama da terra nem na pureza do céu, e que, pela graça de Deus, posso ser transportado desse mundo inferior para o superior de um modo anagógico."
Abade Suge - considerado fundador do estilo Gótico


1. INTRODUÇÃO
2. ARQUITETURA DOS CASTELOS
2.1. CASTELO BODIAM
2.2. CASTELO DE GUIMARÃES
3. ARQUITETURA DOS MONASTÉRIOS
3.1. MOSTEIRO DE ALCOBAÇA
4. ARQUITETURA DO ROMÂNICO
4.1. SANTIAGO DE COMPOSTELA
4.2. BATTISTERO DI SAN GIOVANNI
5. ARQUITETURA DO GÓTICO
5.1. GÓTICO INGLÊS 
5.2. GÓTICO ALEMÃO
6. SIMBOLOS DO TEMPLO CRISTÃO
7. CONCLUSÃO
8. REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA



















1. INTRODUÇÃO


Castelo de Windsor
Foto de: Commons Google (gailf)
      A arquitetura da Idade-Média possui vários castelos, monastérios, Igrejas, mostrando a grande influência deste período pela igreja, tendo em vista que neste presente momento a igreja católica está em seu ápice.
É comum conhecermos histórias deste época, assim como os cavalheiros da távola redonda com o rei Arthur, história das cruzadas, do santo Graal, entre outras. Na atualidade a idade média para leigos possui um carater misterioso, sempre ligado a igreja, seja por alguma simbologia, ou explicitamente, podemos encontrar jogos de tabuleiro (RPG), jogos de Vídeo-Game, histórias em quadrinho, e uma infinidade de livros e filmes, como coração de cavalheiro, coração valente, entre outros. Na maioria destes artifícios modernos, duas coisas são predominantes, exatamente porque são as coisas mais fabulosas e intrigantes que ficaram deste conturbado tempo, os cavalheiros, e as construções (principalmente castelos).
Neste período de tempo da história conhecido como idade-média, o conhecimento tectônico, ficou sobre posse de corporações de ofícios, tendo inicio desta tecnologia na construção de catedrais.
Durante grande período idade média o arquiteto simplesmente não existe, tendo em vista que o esforço para se construir as catedrais era de toda população local, já que havia o cunho religioso, e o conhecimento sobre como se construir ficava preso a estas corporações que reuniam dezenas de mestres de obras, que ao mesmo tempo que conduziam a execução da obra também as elaboravam (sendo estes os verdadeiros arquitetos).
O cristianismo faz com que essas construções sejam repletas de simbolismos, não só se esperava que a vontade humana fosse submissa aos desígnios divinos, como também se esperava que os homens buscassem o divino, tendo as construções inicialmente voltadas ao centro nas catedrais, e com a vinda do estilo gótico uma perspectiva que tenta alcançar os céus.
A Idade Média (ou medieval), é separado para melhor facilitar o estudo, ela começa com a queda do Império Romano do ocidente, no século V (476 d.C), e terminado com a queda de Constantinopla (império Romano do Ocidente) no século XV (1453 d.C).

2. ARQUITETURA DOS CASTELOS

Os castelos da idade média nada mais eram do que residências fortificadas, existem vários exemplos que sobreviveram até hoje, que normalmente se tornaram hotéis ou museus.
Durante o decorrer da idade média, muitas guerras aconteceram, a idade média é marcada por diversas guerras, como por exemplo, a guerra dos cem anos, como era de se esperar, os reis, nobres e senhores feudais se preocupavam com  a proteção de sua residência, e bens familiares.
Nos primeiros séculos da idade média, aproximadamente até o século IX, os castelos eram produzidos com madeira retirada de florestas próximas, tendo um interior rústico, não possuindo luxo ou conforto. Posteriormente mudou-se essa arquitetura, sendo construídos de blocos de pedra, tornando-os mais resistentes, aos ataques, assim como também era sempre escolhida uma posição mais alta, para que fosse mais fácil visualizar a chegada de inimigos ao longe.

Castelo Bodiam, construído em Sussex
foto de: BBC news
Assim como vemos inclusive em desenhos animados e filmes, os castelos possuíam um fosso em volta da construção, para dificultar a entrada dos inimigos, durante a batalha, tendo algumas outras formas de proteção como dezenas de muralhas ao seu redor, com torres onde soldados ficavam de guarda, tendo também nestes castelos calabouços, onde os bandidos e inimigos eram confinados quando capturados.
Pensando neste âmbito de que os castelos eram feitos para repelir ataques, durante guerras, a maioria dos castelos possuem alguns artifícios, como passagens subterrâneas, para que, num momento em que fossem invadidos, os familiares do dono do castelo pudessem fugir.
Quando se notava uma invasão inimiga, todas as pessoas do Feudo entravam nos castelos, através de uma ponte elevadiça, feita em madeira e ferro, que era erguida após a entrada de todos, esta era a única entrada para o castelo, feita assim para impedir a invasão inimiga.
Como se pode notar vários destes elementos são usados em filmes que possuem castelos, por isso de certa forma já nos familiarizamos com eles, mas não pode-se esquecer que ao contrário do que os filmes dizem, o interior dos castelos, era um ambiente frio e rústico, possuindo vários cômodos enormes, porém sem luxo, o esgoto produzido nos castelos normalmente era jogado no próprio fosso.





2.1 CASTELO BODIAM

Castelo de Bodiam Visto por satélite
Google maps
      O castelo Bodiam foi construído em território Inglês em uma cidade chamada Sussex, durante o século XIV, sendo um dos primeiros a aliar conforto dos moradores do castelo com a natural natureza defensiva dos castelos, possui um grande fosso e altas muralhas, assim como também planejados alojamentos cuidadosamente planejados, possuindo também um átrio e uma capela.
Este fabuloso castelo foi destruído no século XVII, durante a guerra civil inglesa, sendo posteriormente restaurado no século XX, e doado a nação inglesa por um estadista inglês chamado Lord Curzon.
Foi construído em 1385 por Sir Edward Dallyngrigge, um antigo cavaleiro de Edward III, supostamente a pedido de Richard II, a fim de defender a área envolvente das invasões francesas. No entanto, investigações recentes sugerem que o castelo foi construído para mostrar mais do que como uma defesa eficaz. Não há elementos comprovativos de que a investigação, como as paredes do Castelo de Bodiam são apenas um par de metros de espessura.
Como se pode ver nas fotos o Castelo de Bodiam é rodeado por um fosso, que é alimentado por um manancial, seu acesso dá-se pelo norte e pelo sul. Este castelo possui uma forma retangular, em cada um dos quatro cantos há torres redondas, possuindo uma torre quadrada defendendo o centro. Há também um poço em uma das torres redondas e uma capela na outra.
Sua entrada norte é a principal, porém existe uma entrada sul, porém as duas possuem grandes pontes elevadiça para que a passagem sobre o fosso fosse possível, a entrada principal possuía um sistema que qualquer atacante que se aproximasse ficava exposto as setas dos defensores nas torres norte.
Havia também no interior deste castelo, edifici9os domésticos, que eram provavelmente muito grandes, havia também um grande hall do palácio.
A maior parte do interior deste castelo foi destruída pelas forças parlamentares, durante a guerra civil inglesa, devido à política de anulação das fortalezas potencialmente ameaçadoras.
O Castelo de Bodiam é um típico castelo do final da era medieval, onde era dada muita atenção ao conforto das áreas habitáveis, por isso é posto em questão a forças deste castelo como proteção militar, apesar de seu fosso ser uma barreira quase perfeita, as paredes do castelo não são tão grossas, e tem apenas uma linha de defesa.
Obviamente a capela mostra o pensamento cristão da época medieval, sendo que os senhores do castelo, assistiam missas matutinas diárias.


Vista frontal da entrada norte do castelo
Foto de http://gizmopolis.net
















2.2 CASTELO DE GUIMARÃES

Castelo de Guimarães visto por satélite
Google maps
      
      O castelo de Guimarães é um castelo português, que teve vários processos construtivos até chegar ao grande castelo que é hoje.
Os domínios da localidade onde este castelo se encontra foram outorgados para um cavalheiro de origem supostamente castelhana, de nome Diogo Fernandes. Uma de suas filhas casou-se com Hermenegildo Gonçalves que governou desde o século X até um pouco mais do meio do século XI, quando Hermenegildo morreu por volta de 928 ela tomou posse de vastas terras que posteriormente foram divididas entre seus seis filhos, sendo que por algum motivo religioso fundou um mosteiro, para o qual mais tarde fez várias doações.
Este mosteiro foi construído na parte baixa de uma povoação chamada Vimaranes, que na época era dividida em dois núcleos, sendo um chamado de monte largo, que se encontrava em uma parte mais alta, e outro na parte baixa onde foi fundado o mosteiro. Nesta época a região era vulnerável a vários inimigos como as forças mulçumanas que atacavam pela fronteira sul de Coimbra, os normandos que atacavam pelo mar norte. 
Pensando na defesa desta região e do núcleo monacal, a rainha benfeitora do mosteiro iniciou no topo do Monte Largo, um castelo para recolher os súditos, caso fosse necessário. Estudos apontam que essa primeira estrutura era bastante simples, constituída de uma torre envolta por uma cerca.
Um pouco mais de um século depois, esse povoado, foi doado pelo rei Afonso VI de Leão e Castela para o D. Henrique de Borgonha, que pro sua vez escolheram essa povoação e seu castelo como residência. Devido a isto a construção anterior foi destruída e no lugar dela construída a Torre de Menagem, que teve seu perímetro defensivo ampliado e reforçado.
Dentro destes novos muros resistiram D. Afonso Henriques, que foi atacado pelas forcas do Rei Afonso VII de Leão e Castela, sendo também um castelo de grande importância para Portugal, pois em um campo visinho 

Escada de madeira dentro da torre de Menagem
Foto de: Ricardo de Almeida
testemunhou a batalha entre as forças de D Afonso Henriques e as de dona Teresa no dia 24 de junho de 1128, batalha essa que deu origem a nação portuguesa.
No final do século XII, D Sancho primeiro iniciou o amuralhamento que uniu a parte alta e a parte baixa da cidade, sendo que no reinado de D. Afonso III, começou-se a construir o traçado definitivo da cerca da vila, unificando de forma efetiva a Vila do castelo com a Vila de Santa Maria (parte alta, e parte baixa respectivamente. Sendo concluídas por volta de 1325.
Este castelo resistiu o ataque de D. Afonso, já no reinado de D Fernando que durou de 1367 a 1383, obras de reforço que seria assediada pelas forças de Henrique II de Castela.

Adarve do castelo de Guimarães
Foto de: Ricardo de Almeida
A planta do castelo tem o formato de um escudo facetado, sendo que suas muralhas são reforçadas por quatro torres, tendo em cada uma delas uma porta. Seu adarve (caminho por cima das muralhas) possui escadas nas torres, as muralhas são coradas por ameias (abertura feita, de intervalo a intervalo, no cimo dos muros, torre ou fortificação), que são pentagonais possuindo recortes pontiagudos.
Uma ponte de madeira a Oeste estabelece uma ligação entre o adarve das muralhas e a porta da torre de Menagem. Há de se destacar as ruínas da antiga alcova, que seu divide em dois pavimentos tendo janelas exteriores e duas chaminés em destaque.
Como se pode ver na imagem do satélite há um telhado vermelho, que é a torre de Menagem que funcionava como praça de armas, possuindo uma planta quadrangular, com poucas aberturas, ligada internamente por escadas e caminhos de madeira e pedra.
Frisando que neste castelo nasceu D Afonso Henriques que viveu de 1112 a 1185, que veio a ser o primeiro rei de Portugal. Sua pia batismal se encontra em uma capela de estilo românico na igreja de São Miguel da oliveira, que fica no setor Oeste do castelo.

3 ARQUITETURA DOS MONÁSTÉRIOS

3.1 MOSTEIRO DE ALCOBAÇA

      Mosteiro de Santa Maria de alcobaça, conhecido também como real abadia de Santa Maria, é a primeira obra plenamente gótica em solo português, sua construção foi iniciada em 1178.
      

Plano do Mosteiro de Alcobaça
1. Igreja;
2. Sacristia medieval;
3. Sala do Capítulo;
4. Parlatório;
5. Escada de acesso ao dormitório;
6. Sala dos Monges;
7. Igreja nova;
8. Refeitório;
9. Lavabo;
10. Clausto de D. Dinis;
11. Claustro de D. Afonso VI;
12. Sala das Conclusões;
13. Sala dos Reis;
14. Ala sul;
15. Panteão Real;
16. Capela Senhor Passos;
17. Sacristia;
18. Capela Senhora do Desterro;
19. Claustro da Levada;
20. Claustro do Rachadoiro;
21. Biblioteca
      Este monastério é constituído de uma igreja ao lado da sacristia, três claustros seguidos circundados por dois andares e uma ala sul.
A igreja possui uma nave central, duas naves laterais e um transepto, criando uma imagem de cruz. 
As naves têm 20m de altura, e a sala do altar é limitada por um caminho com nove capelas radiais. Outras 4 capelas vão dar pelos dois lados, ao transepto.

Monastério de Alcobaça
Foto de: Rose Garcia
      A estrutura do Mosteiro é uma cruz latina e assim como designava os idealizadores do monastério, não há muita decoração, trazendo mesmo assim uma beleza indiscutível.
      Naves centrais e laterais são inteiramente abobadadas, e praticamente da mesma altura, o que d[á a sensação de espaço amplo, sendo que a falta de luz (do período românico), acentua esta sensação
As naves laterais prolongam-se pelo deambulatório, e da charola irradiam nove capelas que acompanham a ábside circular, iluminada por frestas altas, o que realça o altar-mor.A segurar a parte alta da ábside existem arcos-botantes, pouco vulgares nas abadias de Cister, talvez por ser um monumento de transição entre o românico e o gótico. As inovações típicas da arte gótica aparecem ainda com o aspecto de um ensaio, como por exemplo a subida das naves laterais até à altura da central. O transepto apresenta-se com duas naves, mas quando olhamos a planta da igreja, reconhecem-se três, nos alicerces e no corpo central.
      O interior do edifício demonstra a existência de um gótico avançado, o exterior do edifício exprime a austeridade cisterciense, neste caso orientado para objetivos mais pragmáticos. De fato, como aconselhava a regra, não existem torres, e as fachadas, nomeadamente o frontispício possuía apenas uma parede lisa com empena triangular. As paredes são contrafortadas, excetuando a cabeceira, na qual surgem pela primeira vez arcobotantes na arquitetura portuguesa. A coroação do templo, pelo exterior, é composta por merlões com topo biselado dos dois lados, sobre um parapeito que descansa numa fiada de modilhões. Esta característica confere ao conjunto uma solidez militar um ar de fortaleza.
      Estes e outros aspectos poderão desmentir a escassa influência do mosteiro de Alcobaça na história da arquitetura portuguesa. De fato, o monumento tem sido sempre encarado como uma exceção no quadro do modo gótico produzido em Portugal como uma peça única e experimental sem antecedentes nem descendentes.
      







4 ARQUITETURA DO ROMÂNICO


Igreja de Santiago de Compostela
Foto de: Meire Gomide
A austeridade e o estilo robusto predominam no estilo Românico, possuindo paredes grossas contrapondo com minúsculas janelas. Assim como nos castelos a principal função destas estruturas era de resistir a ataques inimigos, devido à época de conflitos que a Europa passava, sendo um estilo predominante na idade Média.
É conhecido como o mais acabado monumento peninsular da arquitetura românica a Catedral construída em Santiago da Compostela (local muito conhecido pelo seu peregrino caminho de Santiago, catedral esta que obedece aos padrões dos templos de peregrinação, como São Saturnino de Toulosse.
Santiago é um belo exemplo da arquitetura Românica, possuindo em sua alta nave um alçado que inscreve arcos redondos, o andor trifório e colunas juntas das paredes das quais saem arcos torais de sua abobada de berço.
As igrejas Românicas possuem uma estrutura complexa, possuindo naves de abobada de pedra, em vez de travejamentos de madeira que eram predominantes na arquitetura paleocristã. Existe na igreja românica um átrio de pórticos que liga à igreja através de uma espécie de alpendre, reservado para os catecúmenos, energúmenos e penitentes, conhecido como Nartéx.
Colunas, feixe de Pilares, abóbadas de canhão, tribuna são elementos comuns nas igrejas românicas, sendo como já citado Santiago de Compostela e Cluny os melhores exemplos de igrejas de peregrinação.
Suas plantas são em cruz latina com três a cinco naves abobadadas em pedra, um abside, ou absidíolas e deambulatório constitui a cabeceira ou charola. Estas igrejas foram construídas para receber multidões e até mesmo procissões, o que trouxe a necessidade do deambulatório que possibilitava o decorrer das cerimônias normalmente mesmo em momentos de procissões que passavam por trás doa altar. O Trifório nada mais é que uma galeria aberta para a nave central semi-abobadada, colocada sobre naves centrais muito baixas, sendo iluminadas pelo clerestório (galeria superior ao trifório, nas igrejas ogivais).
Já o nartéx, precedia a entrada sendo reservada aos catecúmenos (que nada mais são do que aqueles que se preparam para receber o batismo). Na entrada, na região do alçado são colocadas duas torres.
Estas igrejas possuíam um sistema estrutural que é conseguido através de contrafortes para suportar o peso, as paredes eram compactas e com poucas aberturas, sua cobertura era feita de abobada de canhão, tendo uma abobada de aresta na nave central. Eram feitas uma divisão vertical em dois planos, com uma galeria espaçosa sobre os arcos principais, havia apoios independentes para os arcos laterais e transversais.


Abobada de canhão e abobada de aresta
Imagem de Yosemite (Wikipédia commons)
Esta arquitetura tão rica sofre influência direta da arquitetura mulçumana e bizantina, assim como se espera na arte existe alguns padrões, porém existem algumas variações de acordo com o local, por exemplo, na igreja de São Marcos de Veneza, há uma planta de cruz grega onde a cúpula central se ergue muito mais que as cúpulas usuais.
      Existe um ordenamento do extremo oriental evoluído em uma planta radiante ou escalonada (como, por exemplo, em Issoire). A separação entre o Clero e os fieis era feita com a distinção entre altares dos santos e altar-mor. Em Provença encontramos igrejas altas, pouco largas com coberturas de ogivas e arco quebrado.
      Já na região de Poitou as naves laterais que são estreitas elevando-se a altura da nave central. Já um segundo grupo de igrejas, as igrejas de cúpulas foram diretamente influenciadas pela arquitetura mulçumana e bizantina, com naves muito altas e capelas radiantes.
      A Itália foi o país que se mostrou mais conservador não acompanhando a escala de atividade e diferenças apresentada nestas regiões francesas, sua herança estilística era explorada ao máximo na arquitetura clássica, bizantina e mulçumana, continuando a usar a cúpula alterada, campanilles e batistérios separados, assim como revestimentos exteriores em mármores e uma decoração pequena e minuciosa.  Assim como podemos ver em San Miniato Al Monte, a igreja e a torre são separadas sendo a fachada ordenada com colunatas e arcarias cegas.
      Na região toscana a influência mulçumana e Bizantina é predominante sendo este românico possuidor de uma cobertura de madeira, as colunas clássicas e plantas comuns às basílicas da época da Igreja libertada do Paleo-cristianismo. E assim como na tradição de Roma na idade antiga, e suas fachadas são vivas voltada para a praça. Muitas igrejas Brasileiras copiaram posteriormente essa tradição, como podemos ver na maioria das cidades, assim como na catedral da Sé, ou na Luz, em São Paulo
4.1 SANTIAGO DE COMPOSTELA

      Entre 820 e 835 o bispo Teodomiro de Iria Flavia, descobriu o que se considerava os restos mortais de São Tiago Apóstolo Maior, o que resultou na ordem do rei Afonso II das Astúrias de construir uma igreja dedicada ao culto do apóstolo. Já no ano de 872, começou-se a construir uma nova basílica de pedra substituindo a pequena igreja antiga, basílica esta que foi consagrada em 899 com a presença de dezessete bispos.
      No ano de 1112 esta antiga basílica foi derrubada, para dar lugar a já em construção (desde 1075), a grande catedral românica conhecida como catedral de Santiago Compostela.
      A Praça Obradoiro, Acibecharia, das Pratarias e da Quintana rodeiam a Catedral de Santiago Compostela. Hoje muito modificada existem provas que sua planta era de uma cruz latina perfeita de três naves, também no transepto (parte transversal das igrejas que se estende para fora da nave e forma os braços do cruzeiro), no trifório, que está conectado diretamente com o paço do Arcebispo. Na cabeceira está localizada a capela mor, que está envolta por uma charola que se acede sob cinco capelas radiais menores.
      Vale frisar  a parte exterior do templo possui, pórticos com iconografias e grande acervo de detalhes arquitetônicos belíssimos.

Santiago de Compostela visto do Satélite
Google Maps
4.2 BATTISTERO DI SAN GIOVANNI

Battistero di San Giovanni (satellite) 
Note a cruz latina da planta.
Google Maps
      O prédio religioso conhecido como Battistero di San Giovanni (batistério de São João), fica em Florença, região Toscana na Itália. Suas portas de bronze o tornam famoso, sendo que muitos acreditam que é o prédio mais antigo da cidade, localizado na Piazza Del Duomo.
O Battistero é uma construção octogonal que simboliza o oitavo dia, tempo da ascensão de Cristo, esta igreja foi a influência para construção de outras diversas igrejas românicas em Toscana.
Vale frisar as portas do battistero, que é o ponto alto desta construção. Foi no ano de 1329 que foi encomendada a Andrea Pisano as primeiras portas decoradas, que hoje são as portas sul, demorou-se seis anos para que o projeto fosse finalizado, cenas da vida de São João Batista e as virtudes são representadas em 28 painéis quadrangulares, tendo posteriormente sido acrescentados relevos e estátuas acima das portas (no ano de 1571).
Sete escultores em 1401 competiram para projetar as portas Norte do templo, sendo Ghiberti o vencedor que em 21 anos construiu 28 painéis com cenas do novo testamento sendo considerado por Antonio Paolucci o mais importante evento da história da arte de Florença no primeiro quarto do século XV. Tendo acima das portas estátuas feitas em conjunto por Francesco Rustici e o grande Leonardo da Vinci.
Ghiberti se tornou o artista máximo em seu campo. Sendo que em 1425 recebeu a encomenda das portas leste, que ele exe3cutou com ajuda dos escultores Michelozzo e Benozzo Gozzoli. Desta vez o velho testamento chegou representado em 10 painéis, utilizando uma nova técnica de perspectiva, dando aos painéis uma sensação maior de profundidade, sendo estas portas apelidadas por Michelangelo como as portas do Paraíso.
Infelizmente devido a deterioração estas portas originais foram retiradas sendo peças de inestimável valor se encontram no Museo dell´ opera Del Duomo, preservadas em containeres, mergulhadas em nitrogênio. Em seus lugares foram colocadas cópias idênticas as originais.
O Interior parece o Panteão de Roma, e é pouco iluminado, entrando luz por pequenas janelas características do estilo Românico, e pela lanterna do topo. O um magnífico teto em mosaico é visto de interior, executado por artistas vienenses, representando o julgamento final com cenas de castigos horríveis.

Portas do paraíso
Foto de: Juan Tort

5. ARQUITETURA DO GÓTICO


Duomo de Milano
Jornal o Globo
       O gótico é um estilo arquitetônico que se desenvolveu entre os séculos XII e XV, na Idade Média, e colocava especial ênfase na leveza estrutural na iluminação das naves do interior do edifício, e que surgiu em contraposição à massividade e à deficiente iluminação interior das igrejas românicas. Desenvolveu-se fundamentalmente na arquitetura eclesiástica: catedrais, monastérios e igrejas.
      A palavra gótico vem de "Godo", no sentido pejorativo. Assim o batizaram os renascentistas, que somente consideravam arte à antiguidade clássica.
      A arquitetura gótica teve sua origem em França e se difundiu através de suas catedrais, principalmente ao Sacro Império Romano Germânico e à Coroa de Castela. Na Inglaterra também penetrou o estilo francês, porém logo adquiriu um forte carácter nacional. Na Itália não teve muita aceitação, e seu impacto foi muito desigual nas distintas regiões; chegou tarde e muito rapidamente foi substituído pelo Renascimento.
      Existem indícios de que o verdadeiro nome dessa expressão artística era, em latim, Opus Francigenum, "Obra Francesa". Inseriu-se no movimento cultural abrangente a várias expressões artísticas, que, por sua vez, surgiram no contexto mais amplo do chamado Renascimento do Século XII. Este estilo arquitetônico estendeu-se por um longo período de tempo da Idade Média e varia de local para local, sendo no entanto possível delimitá-lo desde meados do século XII a inícios do século XVI, quando do advento de um novo Renascimento que marcou o fim do período medieval. O primeiro gesto impulsionador da nova filosofia construtiva é dado em França, acabando por se estender a toda a Europa, no que ficou conhecido como o tempo das grandes catedrais.
      O gótico surge na Île de France, numa região que não era antes especialmente empreendedora arquitetonicamente. A lealdade de Cluny e Cister ao trono de S. Pedro era uma ameaça às intenções nacionalistas da casa real francesa. Pretendia-se um estilo arquitetônico próprio.
      O Abade Suger, responsável pelo projeto de Saint Denis, faz a mediação entre a realeza e a igreja. Suger servia em primeiro lugar os reis na luta contra a nobreza feudal e ambições internacionais do império.
      Saint Denis fica localizada no centro de domínio real. Foi com o projecto do Abade de Suger para a igreja abacial de Saint Denis que se iniciou o estilo gótico. A difusão do estilo tem relação direta com a ampliação da jurisdição do rei. As primeiras criações foram nas cidades de domínio real: Chartres, Amiens, Reims e Bourges.

Abadia de Santi Denis, considerada a 1ª construção gótica
Acervo de fotos da USP
       Suger afirmava a novidade da sua obra arquitetônica em termos teológicos: novo coro e nova fachada para um novo edifício cristão. Saint Denis era também o apóstolo de França, o santo nacional. A sua igreja despertava sentimentos tão nacionalistas como religiosos. Tratava-se de uma arquitetura rica em significados: filosofia neoplatónica e teologia cristã. Simbologia da luz, pensamento racional e matemático. Usa-se a cruz latina em analogia ao corpo humano.
      O gótico não é em si mesmo um estilo, é um sistema: usa a arquitetura como na catedral românica e nenhum dos seus elementos estruturais é invenção dos construtores góticos. A ogiva é uma invenção da Mesopotâmia trazida pelos cruzados para a Sicília e pelos Vikings para a Normandia. Era usada em caves e sítios escondidos. Há um salto conceptual difícil de explicar: num prazo de 40 anos torna-se num estilo maduro.
       Era chamada obra franca, um estilo étnico relacionado com o território em que o mais importante era a luz associada aos nórdicos.
      Um século depois de iniciado na França, o estilo gótico já domina toda a Europa.
      A arquitetura de estilo gótico surge de uma modificação estrutural importante da arquitetura românica. As construções típicas são os castelos fortificados, os torreões de defesa e as catedrais. Essas inovações se apresentam da seguinte maneira: as abóbadas são construídas com nervura de pedra e enchimento de tijolo (abóbada de aresta), o que as torna muito mais leves que as abóbadas românicas; o arco preferencial deixa de ser o arco pleno e passa a ser o arco quebrado (arco ogival); os contrafortes, devido aos empuxos menores, transformam-se em arcos botantes - braços externos perpendiculares à superfície do edifício, que sustentam, nas igrejas, a arquitetura central. Os arcobotantes são uma espécie de meios arcos construídos por cima da cobertura das naves laterais entre os extradorsos da abóbada central e os botaréus. Assim escorados, eles transferiam para o exterior: para os botaréus e deles para os alicerces, as pressões das abóbadas mais altas, tornando possível o seu equilíbrio. Com abóbadas mais altas adoptaram-se arcobotantes duplos ou de dupla arcada que neutralizavam as pressões do peso da abóbada.
      As estruturas vazadas permitem a utilização de rosáceas e vitrais com cenas religiosas. Predomina a verticalidade. As plantas seguem a forma da cruz latina e as fachadas abrigam esculturas e relevos.

Catedral de Estrasburgo
Autor(a) Ricardo Resende
       Na França e na Inglaterra prevalecem as igrejas góticas com torres truncadas, sem pontas; na Alemanha, altas torres pontiagudas. Entre as catedrais góticas francesas, destaca-se Notre Dame, em Paris, França; e entre as alemãs, a de Colônia, cuja construção começa em 1270 e se prolonga por 52 anos.
O verticalismo das edificações góticas enfatiza as transformações dos ideais estéticos, do gosto e do pensamento filosófico da época traduzidos no plano arquitetônico. Os mestres góticos desenvolveram técnicas, com o conhecimento das leis mecânicas e da resistência dos materiais, que permitiam cada vez mais a verticalização das construções (as flechas da Catedral de Estrasburgo chegam a 142 metros). Tais construções foram possíveis devido à utilização de abóbadas sustentadas por cruzarias ogivais e do arco quebrado em vez do arco de volta perfeita, além do emprego do arcobotante e dos contrafortes.
      Também conhecido como "arco quebrado", é formado por dois arcos de círculo que se cortam em ângulo agudo. É o principal elemento da arquitetura gótica.
      A abóbada de arcos cruzados é constituída pelo cruzamento de duas abóbadas de berço. As estruturas que suportam o peso da abóbada e que se intersectam em forma de X, tomam o nome de arestas e convergem no ponto mais alto da abóbada, chamado chave da abóbada. É um sistema racional e dinâmico de distribuição e equilíbrio de forças.
       Os arcobotantes (arcos com a abertura de um quarto de círculo) têm uma função estática definida: eles recebem pressões laterais das abóbadas de cruzaria ogival, descarregam-na sobre os contrafortes (estruturas de sustentação dispostas na parte de fora das paredes exteriores da catedral), e daí, para o chão. São destacados do corpo do edifício e vão até os pilares de sustentação externa, ou seja, aos contrafortes que têm finalidade de reforçar as paredes e de contrariar a pressão descarregada sobre eles.
       A arquitetura gótica é uma arquitetura de paredes transparentes, luminosas e coloridas. O vitral é um importante elemento, pois cria uma atmosfera mística que deveria sugerir, na visão do povo medieval, as visões do Paraíso, a sensação de purificação. A luz externa é filtrada pelos vitrais, dessa forma é criada uma atmosfera luminosa que não parece provir de uma fonte natural, transmitindo ao fiel uma sensação de êxtase.
      Os vitrais figurativos, além da função da luz, também serviam para mostrar às pessoas que não sabiam ler (e não conheciam as Escrituras) aquilo em que deveriam crer, ou seja, os vitrais também tinham função educativa. A transparência do vidro colorido sugeria que a luz provinha diretamente de Deus. A rosácea (localizada na zona superior nas fachadas das catedrais) é um elemento muito importante na arquitetura gótica, pois sua forma circular remete a dois símbolos: o sol, símbolo de Cristo e a rosa, símbolo de Maria. A rosácea também tem a função de constituir fonte de luz. 
5.1 GÓTICO INGLÊS

Catedral de Westminster
Wikipédia commons
          Já desde o século XI, concretamente no ano 1066, os normandos tinham-se estabelecido como dinastia dominante no trono inglês. Isto trouxe consigo a implantação dos modelos estéticos de sua terra natal, o norte francês, pelo qual o resultado final do gótico britânico tem muito que ver com o desenvolvimento do gótico em França. Ao mesmo tempo, temos de somar a grande tradição pictórica de qualidade que se tinha desenvolvido nas ilhas durante o período anglo-saxão e celta, já que o românico inglês era muito escasso. A dinastia normanda financiou a implantação das Universidades, como centros educacionais afastados da órbita católica, mais afim às ordens do Vaticano, para poder criar um conhecimento unido à monarquia. A mais importante neste momento foi Oxford. O grande centro artístico, no entanto, foi à corte de Londres. A pintura inglesa do gótico é quase em sua totalidade composta por quadros. 
         O estilo gótico inglês tem como característica o fato de apresentar imagens muito decorativas, realizadas com elegância.Outra característica da pintura inglesa é a presença de fundo, que apóia o aspecto de tapeçaria.

5.2 GÓTICO ALEMÃO

         O gótico alemão se põe em paralelo com outros estilos continentais, como o do gótico francês, e alguns rasgos do gótico inglês, especialmente nos vitrais, como nas da catedral de Estrasburgo. Uma das obras mais conhecidas do gótico alemão é a Códice Manesse, realizado para 1300 por Rudiger Manesse, dedicado ao rei de Boêmia.
         Uma das principais características do gótico alemão é o fato de demonstrar uma complexa simbologia religiosa ao mesmo tempo que exaltam o rei.
         



6. SIMBOLOS DO TEMPLO CRISTÃO

O templo cristão está recheado de simbolismos em sua própria arquitetura, e vamos ver isto nas principais partes do mesmo, tendo em vista que pisamos em território vasto que aborda diferentes partes, em que tomamos como ponto de partida o percurso do fiel que tenta sair do mundo profano e alcançar a casa de Deus.
O campanário tem como objetivo chamar ao culto, tendo após ele a porta, a pia com água benta e a nave que dirige os passos e os olhares do visitante para o altar.
O campanário não é um elemento da arquitetura paleocristã, sendo que nas igrejas mais antigas não havia campanário, tendo até algumas delas torres porém sem possuir sinos dentro das mesmas. Há dois sentidos desenvolvidos pelos autores e mestres medievais, para os campanários, sendo um relacionado ao antigo tema, vendo-se em uma das torres a Imagem de Maria e da igreja, chamadas de torre de David pela liturgia. Já a segunda corrente do símbolo é relacionado a natureza moral que o sino pode trazer, ou como "instrumento moralizador".
O fato das torres originalmente não servir para conter os sinos tem de ser levado em relevância, pois fica se a duvida do modo que estas torres seriam utilitárias ou meramente ilustrativas, o que trava uma discussão, já que tendo um conhecimento mesmo que pequeno da arte religiosa em todos os períodos, não há de se acreditar que estas torres não possuíssem finalidade seja simbólica, ou utilitária, tomando como exemplo alguns monumentos egípcios, que são como setas apontando aos céus procurando alcançar os Deuses, que a primeira vista não possuem uma função utilitária, parecendo esculturas decorativas, porém mostra-se que estão abarrotadas de simbolismos.
  Segundo o especialista em simbologia do templo cristão Jean Hani "A tentativa mais interessante, quanto a nós, para explicar a significação do campanário é a que a relaciona com o simbolismo cósmico do tempo em geral. Já a forma do campanário reitera o esquema do próprio templo: uma cúpula encimando um cubo, podendo aquela assumir a forma de uma pirâmide de seis ou oito faces, que é uma das fases da passagem da esfera, ao cubo. Assim, tudo o que dissermos acerca do simbolismo do templo aplica-se igualmente ao campanário."
      Existe também alguns labirintos que são desenhados no solo de algumas igrejas, que parece ser uma questão secundária, porém como já citado a simbologia do templo cristão é um campo vastíssimo, o que nos faz entender que o caráter destes labirintos, não só tem relevância como também seria injusto não falar de um elemento que tenta trazer mais luz ao entendimentos destes símbolos.
Milhares de lugares possuíam esta característica, porém com o passar do tempo muitas sumiram e este elemento ficou esquecido. A origem de3ste elemento é sem dúvida de muito longe sendo que já foi encontrado em basílicas paleocristãs (Orleanville), tendo relação com o famoso labirinto de Creta, comprovado por inscrições e figurações, porém indo mais ainda ao passado sendo que este fato "cretense" é apenas uma hipótese que talvez o estilo basílico dos edifícios tenha nascido em Creta.
Autran, fez a observação que estes labirintos pode ter uma relação muito mais antiga tendo em vista que os desenhos coincidem (segundo ele), com o desenho dos megálitos pré históricos (como Stonehenge), há no museu de Dublim, Pedras megalíticas com Labirintos similares gravados, o que nos faz não rejeitar a hipótese de uma transmissão pela civilização construtora dos megalíticos.
      Os labirintos nos templos se encontram na nave, no cruzeiro do transepto, e são visíveis pelo fiel assim que este cruza a porta, já que eles estão desenhados no começo da nave.
Motivos Geométricos ou cenas figuram o centro do labirinto que se estendem por uma série de círculos concêntricos ou octogonais. O centro apresenta uma intersecção de dois eixos que formam uma cruz visível, através de curvas das linhas dos círculos.
Obviamente assim como os campanários não se pode crer que nos labirintos exista um motivo somente ornamental, o que sabemos com certeza é que os labirintos serviam para exercícios de devoção, ligados a indulgências. Existe uma tese de que estes labirintos eram assinaturas das corporações de artesões que construíam as igrejas, que é de certa forma rejeitada por se conhecer alguns símbolos dos artesãos que se faziam representar.
Ao entrar nos templos há certa magia que provem da existência de um centro do qual irradiam linhas que originam, em função da proporção divina, formas, superfícies, volumes em expansão até um limite sabiamente calculado, que as detém, reflete e reenvia ao ponto de origem. E esta dupla corrente constitui, de certo modo, a "respiração" subtil desse organismo de pedra, que se dilata para o exterior para preencher o espaço, após o que se concentra na sua origem, no seu coração, que é pura interioridade.
Este centro para onde tudo converge é o altar, que é o local mais sagrado do templo, sendo a razão da existência do próprio templo assim como também, a essência do templo. Por exemplo, existe a possibilidade de se realizar uma celebração, ou culto fora de um templo, porém mesmo assim é necessário um altar. O altar é a mesa, a pedra de sacrifício, o único meio de estabelecer um contato direto com Deus. No altar Deus vem até nós e nos vamos até Deus, é o centro de reunião, de assembléia cristã, de junção das almas de todos presentes, cujo o símbolo (da alma), é a própria pedra da qual é feito altar. Até mesmo no velho testamento, Moises ao fazer o pacto de Deus com seu povo, fez um sacrifício, derramando sangue no altar para Deus e uma outra parte para o Povo o qual aspergiu o sangue.
Vemos em diversos outros contextos altares como nas religiões Judaicas, em Jerusalém, e altares de sacrifício do cordeiro, sendo o altar cristão uma união de todos estes altares.









7. CONCLUSÃO
     
      Estilo Românico este estilo prevaleceu na Europa no período da Alta Idade Média (entre os séculos XI e XIII). Na arquitetura, principalmente de mosteiros e basílicas, prevaleceu o uso dos arcos de volta-perfeita e abóbadas (influências da arte romana). Os castelos seguiram um estilo voltado para o aspecto de defesa. As paredes eram grossas e existiam poucas e pequenas janelas. Tanto as igrejas como os castelos passavam uma idéia de construções "pesadas", voltadas para a defesa. As igrejas deveriam ser fortes e resistentes para barrarem a entrada das "forças do mal", enquanto os castelos deveriam proteger as pessoas dos ataques inimigos durante as guerras.  
      Com relação às esculturas e pinturas podemos destacar o caráter didático-religioso. Numa época em que poucos sabiam ler, a Igreja utilizou as esculturas, vitrais e pinturas, principalmente dentro das igrejas e catedrais, para ensinar os princípios da religião católica. Os temas mais abordados foram: vida de Jesus e dos santos, passagens da Bíblia e outros temas cristãos.  
      O estilo gótico predominou na Europa no período da Baixa Idade Média (final do século XIII ao XV). As construções (igrejas, mosteiros, castelos e catedrais) seguiram, no geral, algumas características em comum. O formato horizontal foi substituído pelo vertical, opção que fazia com que a construção estivesse mais próxima do céu. Os detalhes e elementos decorativos também foram muitos usados. As paredes passaram a ser mais finas e de aspecto leve. As janelas apareciam em grande quantidade. As torres eram em formato de pirâmides. Os arcos de volta-quebrada e ogivas foram também recursos arquitetônicos utilizados.  
      Com relação às esculturas góticas, o realismo prevaleceu. Os escultores buscavam dar um aspecto real e humano às figuras retratadas (anjos, santos e personagens bíblicos).   
      No tocante à pintura, podemos destacar as iluminuras, os vitrais, painéis e afrescos. Embora a temática religiosa ainda prevalecesse, observam-se, no século XV, algumas características do Renascimento: busca do realismo, expressões emotivas e diversidade de cores. 
      
















8 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

AUTOR IGNORADO. Arte Gótica. Disponível em:
http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cartas&subsecao=arte&artigo=20050511092006&lang=bra . Acesso em 10/11/2006.

AUTOR IGNORADO. Wikipédia. Disponível em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A1gina_principal. Acesso em 01/11/2006.

GOZZOLI, M.C. Como Reconhecer a Arte Gótica. São Paulo: Martins Fontes, 1986. 69p
.
HINDLEY, Geoffrey, O Grande Livro da Arte - Tesouros Artísticos do Mundo.
Verbo: Lisboa/São Paulo, 1982.

JANSON, H. W. História da Arte. [Tradução de J. A. Ferreira de Almeida com
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Calouste Gulbenkian, 1977. 777 p.

RAMALHO, G. Saber Ver a Arte Românica. São Paulo: Martins Fontes, 1992.

RIBEIRO, F. História crítica da Arte - 5 volumes. Rio de Janeiro: Fundo Cultura, 1965. 265p..

STRICKLAND, Carol e BOSWELL John. Arte Comentada. Da Pré-História ao Pós- Moderno. 14ª edição. Tradução de Ângela Lobo de Andrade. Rio de Janeiro.
Ediouro, 2004. 198 páginas








Rodrigo José Guergolet
Ribeirão Pires, 27 de novembro de 2008