terça-feira, 14 de abril de 2009

Cristianismo














































     “Se o Tibre atinge as muralhas, se o Nilo não consegue subir até os campos, se o céu não se move ou se a terra o faz, se há fome ou peste, o clamor é um só: “_Aos leões os cristãos!”’’ 
     Tertuliano
Sumário
1. Introdução
1.1. O Que É Cristianismo?
1.2. Arte No Cristianismo
1.3. Mapas Do Ano 1 – 100 – 200 – 300
2. A Arte Paleocristã (Catacumbária Ou Perseguida)
2.1. Pintura Das Catacumbas
2.2. Arquitetura Catacumbária
2.3. Escultura Paleocristã
3. A Arte Cristã De Libertação
3.1. Pintura Libertada
4. A Arte Cristã De Triunfo (Bizantina)
4.1. Pinturas E Mosaicos Triunfais
4.2. Escultura Triunfal
4.3. Arquitetura Triunfal
5. A Arte de ravena
6. Legados da arte cristã
7. Conclusão
8. Referencias bibliográficas


















1. INTRODUÇÃO

1.1 O QUE É CRISTIANISMO?
     
      O Cristianismo é uma religião, monoteísta, ou seja, que acredita em um só deus que é centrada, na vida e nos ensinamentos de Jesus de Nazaré considerado o filho de Deus como consta no Novo Testamento.

Representação de Jesus
Colégio São Francisco
      O Cristianismo é uma das grandes religiões do mundo contemporâneo sendo que possui aproximadamente 1,9 bilhões de seguidores em todo mundo, sendo eles Católicos, ortodoxos e protestantes. Seu nascimento se confunde com a história do império Romano já que ocorre simultaneamente e na mesma região assim como a história do povo judeu do qual se acredita que ele foi proveniente sendo terrivelmente perseguida.
      Quando Jesus Cristo Nasceu por volta do ano quatro a.C. em uma cidade chamada Belém, os Romanos dominavam a palestina, tendo os judeus como súditos, e por este motivo era ansiada a chegada de um homem denominado “O Messias”, que seria um grande homem de guerra que governaria de maneira bem política, os livraria da dominação Romana assim como dizia as antigas escrituras conhecidas hoje como ‘O velho testamento”.
      A história deste homem é conhecida por todos, principalmente por ser o oposto do que se esperava do Messias mostrando sempre compaixão e pregando a paz e o amor ao próximo. Em uma coisa a maioria da população concorda nos dias atuais, sendo o filho legitimo de Deus ou não ele foi um homem muito justo, bondoso e perseverante, trazendo no mínimo uma mensagem de amor, paz, restauração, salvação e esperança.
      Após Jesus ser crucificado acreditava-se que seus seguidores se dispersariam, porém, não foi o que aconteceu rapidamente a doutrina Cristã se espalhou pela região do mediterrâneo (que era chamado de “Nosso rio” pelos Romanos por terem dominado toda a margem do mesmo), chegando assim ao coração do Império Romano.

Fragmento da estátua de Constantino
Museu de Roma - foto de Kão Kent
      Nesta época os Cristãos foram perseguidos por Roma sendo que muitos deles foram transformados em mártires sendo comidos por leões em espetáculos do Coliseu e sendo constantemente atacados. Este período da história do Cristianismo é conhecido como a era da perseguição ou das catacumbas (que não era o local onde eles realizavam seus cultos, e sim, enterravam seus mortos, fora das cidades Romanas, que proibiam o enterro devido a religião pagã, onde eles cremavam o morto), estes lugares não eram exclusivos dos cristãos e sim de qualquer um que não fosse cremado, sendo que as catacumbas não eram criadas e usadas em segredo estrito para o governo Romano.
      No ano de 313, o imperador Constantino, se converteu ao Cristianismo e concedeu a liberdade de culto o que facilitou a difusão e multiplicação da doutrina por todo império Romano.
      O Império Romano do Ocidente sofreu seu declínio em 476, marcando assim o inicio da idade média.

Ano
Evento
-7 - 
Nascimento de Jesus Cristo
-6 - 
Maria
0 - 
Datação do nascimento de Jesus
10 - 
S. José
26 - 
Pôncio Pilatos
28 - 
Jesus inicia a sua atividade pública
29 - 
Sta. Marta
29 - 
Conversão do Apóstolo S. Tomé
29 - 
Segundo ano do ministério de Jesus
29 - 
Conversão de Maria Madalena
29 - 
Martírio de S. João Batista
30 - 
Terceiro ano do ministério de Jesus
30 - 
Morte e ressurreição de Jesus Cristo
30 - 
Pentecostes: o Espírito Santo desce sobre os discípulos
35 - 
Lapidação de Estevão
35 - 
S. Barnabé colabora com os apóstolos
40 - 
Primeiras missões na era apostólica
40 - 
Missões de S. Bartolomeu Apóstolo
40 - 
A Igreja de Antioquia
44 - 
Martírio do Apóstolo S. Tiago, o Maior
48 - 
Concílio apostólico em Jerusalém
50 - 
S. Marcos Evangelista
50 - 
Primeiras comunidades cristãs no Império Romano
50 - 
Primeira comunidade cristã em Roma
60 - 
S. Mateus Evangelista
62 - 
Martírio de S. Tiago, o Menor
64 - 
Começa em Roma a perseguição aos cristãos
66 - 
S. Pedro
67 - 
S. Paulo
67 - 
Lino
70 - 
Atos dos Apóstolos
70 - 
Composição da "Didaché"
70 - 
Insurreição judaica e destruição de Jerusalém
70 - 
S. Lucas Evangelista
76 - 
Anacleto I
80 - 
S. João Evangelista. O quarto Evangelho
88 - 
Clemente I
90 - 
Carta do papa Clemente I
95 - 
Martírio do apóstolo Filipe
97 - 
Evaristo
98 - 
João escreve o Apocalipse
100 - 
Desenvolvimento do movimento gnóstico
100 - 
Morte do apóstolo André
      


1.2 A ARTE NO CRISTIANISMO
      
      A Arte do Cristianismo Primitivo é basicamente dividido em duas fases para a facilitação do estudo baseado na situação em que o mesmo se encontrava, sendo a Arte Paleocristã também conhecida como catacumbária, e a Arte Triunfal também chamada de românica no Ocidente e Bizantina no Oriente, sendo que o marco que divide estas duas fases foi a liberdade de culto que foi concedida pelo imperador Constantino no ano de 313 d.C. através do Édito de Milão.

Mapa do império Romano
História Mundial da Arte
      Essa liberdade de Culto trouxe um triunfo ao Cristianismo, onde ele pode ser disseminado resultando na doutrina mais conhecida do mundo. Foi no período anterior ao triunfo, em um clima de perseguição, onde a pratica do Cristianismo era “clandestina”, e seu praticantes eram praticamente caçados e mortos que a Arte Cristã surgiu.
      Para compreender a Arte praticada e desenvolvida pelos primeiros núcleos de Cristãos, é preciso compreender também o contexto no qual esta se manifestou.
      A Arte Paleocristã desenvolveu-se, especialmente, dentro do Império Romano. No período deste início das práticas Cristãs, no que tange ao campo artístico, havia uma relativa tolerância para com todas as religiões que se mostravam presentes dentro do vasto Império. Entretanto, havia um culto oficial voltado ao imperador, o qual deveria ser seguido por todos. 
      Os Cristãos enxergavam neste culto imperial uma apostasia, uma prática errônea, e, portanto, negavam-se a segui-lo. O Império Romano colocou-se, portanto, como perseguidor dos Cristãos, e estes se viram obrigados a colocar suas práticas na “clandestinidade”. É necessário salientar que não só a “desobediência civil”, ou seja, a negação do culto imperial padrão, fez com que o Império se voltasse contra os Cristãos. Trata-se, na verdade, de uma série de fatores, que inclui a pressão da opinião pública que, em geral, tinha completa ignorância a respeito das práticas usuais dos Cristãos e os atacava veementemente por vários crimes e delitos. Também alguns imperadores colocaram sobre os Cristãos a culpa por alguns fatos esporádicos, até de ordem natural. 
      Muitos Cristãos se tornaram mártires, neste período, por fazerem oposição à submissão de sua religião ao Império e/ou ao culto imperial. Visando evitar profanação dos túmulos, estes mártires, bem como os demais falecidos Cristãos (cronologicamente, em fase posterior) passaram a ser sepultados em cemitérios subterrâneos, as chamadas catacumbas.
      Estes sepulcros subterrâneos, que objetivavam inumar os Cristãos, constituíram, justamente, o ponto de nascimento da Arte Cristã. Por tal motivo, a Arte Paleocristã é, também, chamada de Arte Catacumbária.
      Porém, as fontes sobre tais comunidades Cristãs são extremamente escassas e, para se tratar da Arte Paleocristã, quase inexistentes. Excetua-se Roma que, por certos motivos, manteve intactas algumas catacumbas e algumas outras pouco danificadas.
      
      
      
      
      
      
      
      
      
      
      
      
      
1.3 MAPAS DO ANO 1 – 100 – 200 – 300

   

Mapa da Europa no ano 1 d.C
Euroatlas disponível em http://www.euratlas.com/


Mapa da Europa no ano 100 d.C
Euroatlas disponível em http://www.euratlas.com/



Mapa da Europa no ano 200 d.C
Euroatlas disponível em http://www.euratlas.com/

Mapa da Europa no ano 300 d.C
Euroatlas disponível em http://www.euratlas.com/

2. A ARTE PALEOCRISTÃ (CATACUMBÁRIA OU PERSEGUIDA)
      

Sansão matando os filisteus
Catacumba da via latina - Roma
      Em 64 a.C os romanos dominaram a Palestina e a anexaram a Judéia que por sua vez era governada por Herodes, O Grande, aliado dos romanos, assim que Herodes morreu seu reino foi dividido entre seus filhos e foi um deles que possuía o mesmo nome do pai que ficou com a Galileia onde viveu Jesus.
      A religião Judéia era contra esta dominação principalmente por não suportarem a instalação de colônias não Judaicas dentro de seu território, e mesmo acreditando basicamente nas mesmas coisas existiam várias seitas judias, assim como os fariseus, saduceus, zelotas essênios e batistas, e foi como uma destas seitas que nasceu o Cristianismo.
      Os calendários atuais têm seus anos contados pelo nascimento do homem que iniciou o Cristianismo, sendo toda a base desta religião, segundo os evangelhos este homem nasceu em Belém, mas viveu a vida toda em Nazaré e por isso é conhecido como Jesus de Nazaré. Este homem tinha uma filosofia libertária, se dizia filho de Deus e pregava uma doutrina universal, que contrariava alguns judeus já que as profecias os anunciavam como o povo eleito por Deus para dominarem a terra, devido a estes problemas, e diversos outros conhecidos por todo o mundo, Jesus foi condenado pelo Sinédrio (conselho Judeu), e com autorização de Pôncio Pilatos, foi crucificado assim como os ladrões e assassinos deste tempo.
      Depois da morte de Jesus nasceu o Cristianismo que teve diversas figuras essenciais, como os apóstolos e Paulo que era Romano e por ocasião foi convertido ao Cristianismo e foi responsável por muitas conversões. Neste momento começou a perseguição aos cristãos já que a política e a religião não eram separadas neste tempo, e o imperador era um Deus vivo, o Sinédrio viu a seita dos cristãos como uma ameaça ao judaísmo, e a partir daí os romanos começaram a perseguir os Judeus, até que no ano de 64 d.C houve a primeira grande perseguição aos cristãos tendo ápices mais nove vezes num espaço de 249 anos. No ano de 313 d.C o Imperador Constantino concedeu aos cristãos a liberdade de culto através do Edito de Milão onde começou a fase da libertação e difusão cristã.
      Os Cristãos dos anos anteriores a Constantino eram em geral pobres, já que no inicio uma das principais características do Cristianismo era reunir a grande parcela da população de poucos recursos financeiros, o que permitiu a expansão e o triunfo desta doutrina.
      Este fator tem uma grande importância ao se estudar a história da arte Cristã já que a mesma era feita por homens do povo e não artistas, tendo como características suas formas muitas vezes grosseiras, rude e principalmente (o que é mais bela nesta arte) muito simples.

Catacumbas de Priscila
Roma
      Tendo este fator como situação inicial, nos faz pensar que a arte Cristã era praticada por homens pobres e sem domínio técnico, o que fez dela uma arte pobre retratando exatamente a situação de vida dos artistas.
      Porem seguindo o exemplo da própria religião Cristã essa arte inicialmente tosca foi se desenvolvendo e mostrando-se muito rica culturalmente sendo assimilada pelo grande império e praticada posteriormente por grandes artistas criando assim um estilo elaborado com uma técnica própria deste período da história da arte, o que resultou em uma nova divisão de fases históricas artísticas, sendo elas a arte catacumbária, que era a arte do povo, o que dava um toque peculiar à mesma, e a arte triunfal, que se desenvolveu após o triunfo Cristão como já citado.
      As catacumbas eram os locais onde as pessoas não romanas que não eram cremadas eram sepultadas, dentro de Roma não era permitido o sepultamento por isso as catacumbas eram fora das cidades apesar de nao ser longe, e nestas sepulturas havia pinturas, esculturas mosaicos entre outras expressões artísticas.
      Acreditava-se que as famosas catacumbas eram locais de culto dos Cristãos, o que não é verdade já que neste local a única coisa feita era o sepultamento dos mártires, fiéis comuns, e de qualquer pessoa não romana, sendo que a arqueologia encontrou indícios de que os cultos eram feitos em residências em Roma e em outras cidades.
      A arte Cristã não tem como foco apenas a escultura e a pintura, era muito rica também em música e poesia, sendo as musicas não instrumentais e em uma só voz, pois os Cristãos ligavam os instrumentos musicais as orgias romanas, tendo uma estrutura muito simples, já a escultura e a pintura eram mais largamente utilizadas para adornar sepulcros, sendo essa pintura ornamental e figurativa em afrescos, e essa escultura mais rara, quase sempre em baixo relevo.

Cristo e os apóstolos
Santa Domitilla, em Roma
      Além de todos estes fatores fundamentais para o desenvolvimento da arte paleocristã, o contexto em que ela foi desenvolvida contribuiu para que ela fosse influenciada pelo paganismo, por fatores ligados a consciência coletiva e aos artistas que as faziam, que às vezes para disfarçar e não recaírem suspeitas sobre os pedido englobavam alguns elementos da natureza. Sendo assim os artistas que incorporam estes elementos pagãos os interpretavam com o cristianismo, sendo esta uma religião que até os dias de hoje consegue incorporar os mais diferenciados elementos de fontes distintas.
      Assim que as catacumbas se tornaram cemitérios coletivos no segundo século, o simbolismo predominou sobre a arte Cristã devido ao medo de que os mistérios da religião fossem decifrados através da arte e assim profanados. Este simbolismo conseqüentemente transformou-a numa arte semântica.
      Esse simbolismo veio como conseqüência da perseguição constante aos Cristãos, tendo em vista de quem nem ao menos poderiam ser reconhecidos como Cristãos, e as obras como arte Cristã, deveria ser totalmente indiscriminável, para qualquer pessoa de outra religião, essa “regra”, foi denominada de “disciplina do arcano”, sendo que essa arte só poderia ser interpretada por iniciados no pensamento e religião Cristãos.
      Esse simbolismo deu força ao cristianismo, pois os protegia dos perseguidores e ainda facilitava a compreensão de conceitos religiosos, já que imagens comuns, ou retratos não expressarem a grandiosidade desta religião, sendo os símbolos a melhor forma de passar essa maneira tão subjetiva de pensar.
      E assim com o decorrer dos anos a arte Cristã foi difundida com os elementos pagãos, e detalhes simples, que acabaram virando símbolos representativos para os Cristãos, por exemplo, a cruz que obviamente significava a crucificação e o circulo, que poderia ser Jesus Cristo ou a eternidade de Deus, sendo este um símbolo simples do Deus sol pagão, e o peixe era como uma identificação dos Cristãos (pois em grego peixe forma as iniciais de “Jesus Cristo, Filho de Deus, salvador”).
      A renovação da força do Cristianismo propiciada pelo simbolismo nascente foi um dos elementos constituintes das bases que asseguraram o triunfo da religião pós-Constantino.
      As catacumbas deixaram de ser usadas somente no século V, ainda que já houvesse liberdade de culto no Império, extensiva ao Cristianismo, bem como esta religião já fosse estatal. Já o simbolismo não foi totalmente suprimido, embora tenha perdido a força que o fez nascer por conta da liberdade de culto e tenha diminuído em muito, dando lugar às representações menos misteriosas, geralmente de passagens bíblicas.

Corredores
Santa Domitilla, em Roma
      Como se pode notar, a perseguição aos Cristãos fez nascer uma das armas utilizadas por eles para propagação da fé. A Disciplina do Arcano deu origem ao simbolismo da religião Cristã, o qual é utilizado até os dias atuais.
      O estudo da arte deste período permite observar o dinamismo da Igreja, quando ainda embriônica, e a capacidade de adaptação, não só da instituição em si, mas também dos fiéis.
      As apropriações e re-significações de temas pagãos e laicos são provas disso, bem como a capacidade criativa de escapar da perseguição ao culto quando ainda se mantinha à margem da sociedade romana.

A cura da hemorroíssa
Catacumbas dos Santos Pedro e Marcelino, Roma
      Todo esse cenário que permitiu o aparecimento da Disciplina do Arcano e do conseqüente e inevitável simbolismo Cristão foram, sem dúvida, fundamentais na história da Igreja, para que esta pudesse se tornar uma das instituições mais bem sucedidas na história da humanidade.
      A força de comunicação dos símbolos é inquestionável e adaptou-se muito bem à linguagem religiosa (ou esta se adaptou muito bem à linguagem dos símbolos), e a junção das duas permitiu, em aliança com outros fatores, a construção da base de uma das instituições mais bem sucedidas na história da humanidade.



2.1 PINTURA DAS CATACUMBAS

      Como já citado a Arte Paleocristã foi desenvolvida nas catacumbas onde eram enterrados os Cristãos, e por serem estes perseguidos, muitos mártires foram criados, no geral, a população era enterrada em um espaço muito pequeno, porém os mártires ganhavam um local mais amplo, onde as paredes laterais e os tetos eram decorados, nascendo assim as primeiras pinturas deste período. Essa pintura era inicialmente focada em símbolos como já citado, o símbolo da cruz que obviamente simbolizava a crucificação, a palma, que simbolizava, e o mais usado pelos artistas, o peixe que se pronunciava “ichtys”, que dava com as iniciais do termo “lesous Chrastos, Theou Yios, Soter”, que significa “Jesus Cristo, filho de Deus Salvador”, e assim como toda arte essa pintura foi evoluindo vindo ilustrações e símbolos do novo e velho testamento, tendo Jesus cristo representado normalmente como o bom pastor. Vale Lembrar novamente que essa arte era feita por pessoas sem formação artística, pois os Cristãos eram perseguidos, sofrendo nove grandes perseguições em 249 anos, sendo perseguidos inicialmente pelo imperador Romano Nero sendo a mais violenta e ultima grande perseguição sobre o governo Diocleciano.

O Orante
Catacumbas de Priscila, Roma
      As pinturas das catacumbas já mostram o comprometimento dos artistas Cristãos com a ligação intensa de sua religião.
      Muitas cenas do novo e do velho testamento são encontradas nas paredes das catacumbas de forma simbólica de modo que só os Cristãos pudessem as traduzir, sendo o “publico alvo”, principalmente os iniciados, ou seja, as pessoas que a pouco haviam aderido ao culto e queriam conhecer mais as escrituras e histórias. Estas simbologias não eram de maneira alguma explicitas, e muito menos simples, e para entende-las era preciso um conhecimento prévio das escrituras, por exemplo, ninguém ao ver um homem carregando uma cama imaginaria que aquela cena retratava o enfermo paralítico que foi curado, já que nem sabiam deste tal, sendo que muitos interpretavam como a ressurreição dos mortos ou algo parecido tendo em vista que isto ficava em catacumbas onde as pessoas eram enterradas. Havia também pequenas representações de cenas cotidianas, como por exemplo, pessoas trabalhando e até mesmo os coveiros que tanto gostavam destes grandes buracos em forma de labirinto que eles mesmos haviam escavado.
      Quando ao estilo artístico desta fase do cristianismo, seguia algumas métricas da arte da época, com padrões das pinturas romanas, mesmo sendo menos desenvolvidas, e como já citado eram usados muitos temas pagãos para representar as coisas mudando assim seu significado.
      






2.2 ARQUITETURA CATACUMBÁRIA

A arquitetura deste período do Cristianismo nao foi muito relevante já que devido à perseguição a qual os Cristãos sofriam, eles celebravam seus cultos em lugares pouco relevantes, como residências para chamar pouca atenção, porém podemos nos voltar as catacumbas, que obviamente tinha uma aparência de certa forma medonha pelo lado de fora já que a palavra catacumba significa dentro do buraco ou fosso, constando hoje no dicionário Michaelis, local onde se refugiam os primitivos Cristãos e onde sepultavam seus mortos. Porém era muito rica em simbologias, através de pinturas, como já citado no capitulo anterior, o que influenciou para que inicialmente a arquitetura Cristã se focasse no interior e nao no exterior, sendo também que suas funções tinham como enfoque o que acontecia dentro destes raros locais e nao fora, já estes eram perseguidos.

2.3 ESCULTURA PALEOCRISTÃ


O bom Pastor, século III
Museu Pio Cristiano, Vaticano
A escultura do Paleocristianismo tem pouco enfoque já que o povo judeu condenava idolatrar imagens, sendo assim procuravam diminuir as dimensões das esculturas e trabalhar apenas com caráter decorativo. Ao Falar destas esculturas podemos citar alguns altos-relevos em túmulos, principalmente de mártires, com caráter normalmente simbólico, e artificial.
Podemos dar maior ênfase aos dipicos de Marfim que consistiam em duas abas com relevos no exterior em marfim e uma superfície de cera exterior. Essas peças serviam para guardar documentos tendo nesta aba de marfim relevos referentes a símbolos Cristãos dependendo do gosto do autor da encomenda, que normalmente gostava de retratar sua fé em cristo.
Alguns historiadores s e perguntam até que ponto se pode separar a estatuária romana da Paleocristã, porém as diferenças estão na tematização sendo compatíveis apenas na iconografia, observando também se nota diferenças essenciais, como a falta de gravidade nas esculturas cristãs o que era impressionantemente notável na escultura grega assim como a desproporção e incoerência na escultura cristã em oposição à harmonia e proporção romana, influenciada dos gregos.
Em principio parecem apenas esculturas romanas ruins, já que devido as perseguições eram feitas por artistas de segunda e terceira fila, porém há alguns aspectos positivos nestes defeitos como um nova concepção de imagem, e uma maior aproximação com a realidade quotidiana deste período entre outras coisas.
Alguns sarcófagos dos cristãos perseguidos tem uma composição muito boa quando se trata de escultura como, por exemplo, o bom pastor que data do século III, que possui uma composição que apesar de desproporcional lembra muito uma composição de pinturas agregando símbolos como pássaros, e o coelho, possuindo também um cordeiro. Outro fator relevante é que a escultura cristã em seu contexto nao tinha o fator narrativo devido a sua busca por símbolos para manter o segredo dos cristãos.
Datas e fatos essenciais:.
    4 a.C. Nascimento provável de Jesus.
   1: Inicio da era Cristã, de acordo com monge Dionísio.
   30: Cristo Morre crucificado em Jerusalém
   43: Dispersão dos apóstolos pelo mundo.
   64: Perseguição de Nero aos Cristãos.
   67: São Pedro e São Paulo Morrem Martirizados em Roma.

Palazzo dei Conservatori (fragmentos da monumental estátua de Constantino.
Museus Capitolinos, Roma
   303: Começa a ultima perseguição com Diocleciano.
   313: Edito de Milão, Constantino legaliza o Cristianismo. 















3.1 A ARTE CRISTÃ DE LIBERTAÇÃO


Gravura de símbolos do cristianismo ligados a Constantino.
Essa fase da arte Cristã foi curta iniciando se com a liberdade de culto para os Cristãos concedidos pelo imperador Constantino no ano de 313, e acabando no ano de 320 quando Constantino fundou Constantinopla concedendo aos cristãos também lugares “basilicais” para que seus templos fossem construídos, assim como construiu grandes igrejas com colunas iguais as dos templos pagãos e liberou a igreja de pagar impostos.
Também foi por ordem de Constantino que foram levantadas basílicas onde Jesus nasceu, no Santo Calvário e Sepulcro. Construiu também a primeira basílica de São Pedro que foi derrubada posteriormente para se construir o atual Vaticano, assim como superou o templo de Júpiter (um dos mais ornamentados da Religião Pagã, ornando a Basílica do Latrão em Roma).
Os estilos das basílicas trazem para a vida Cristã neste período toda a realeza pregada pelo Cristianismo tendo em vista que todos os cristãos eram da estirpe do Rei Davi, sendo que a Métrica da construção das basílicas foi mantida até o inicio do século XX prestando homenagem aos grandes tempos da libertação do Cristianismo.
      A cruz foi utilizada em estandartes romanos na Batalha da Ponte Milvio, por volta do ano 312, entre os imperadores Constantino e Maxentius. Segundo as palavras do Professor Antonio Carlos Gomes de Castro, "Constantino é suposto ter uma visão quando olhava para o sol que se punha. As letras gregas XP ('Chi-Rho', as primeiras duas letras de 'Cristo') entrelaçadas com uma cruz apareceram-lhe enfeitando o sol, juntamente com a inscrição 'In Hoc Signo Vinces' Latim para 'Sob este signo vencerás'. Constantino, que era pagão na altura (apesar de sua mãe ter sido com grande probabilidade cristã), colocou o símbolo nos escudos dos seus soldados...”.
      Vencida a batalha, "Constantino entrou em Roma, onde foi aclamado como o único Augusto Ocidental. Ele creditou a vitória na ponte Mílvia ao Deus dos Cristãos, e ordenou o fim de todas as perseguições nos seus domínios, um passo que ele já tinha tomado na Bretanha e na Gália em 306. Com o imperador como patrono, o Cristianismo, que já era muito comum no império, explodiu em popularidade. E foi assim que a Europa se tornou cristã."

3.1 PINTURA LIBERTADA

Obviamente com o Edito de Milão o cristianismo teve uma grande transformação artística, posteriormente até se tornando a religião oficial do estado Romano, e com essa obtenção de apoio oficial muitas coisas mudaram inclusive no campo das artes, sendo que refletiu primeiramente na arquitetura, e na construção de grandes e suntuosos templos, porém com a pintura e a escultura o mesmo nao aconteceu de imediato sendo que essas mudanças ocorreram de maneira mais calma, sendo que existe uma continuidade com os modelos do século anterior (III).
Devido a destruição da maioria dos monumentos da época fica difícil qualquer julgamento ligado de como se deu este desenvolvimento, porém é impossível dizer que não exista realmente um grande aumento da qualidade destas decorações, assim como o valor desta arte que deveria depois assumir as pinturas das absides e basílicas romanas. Embora as pinturas continuassem com o mesmo tema, sua arte continuou crescendo, tal como a majestade entregue a cristo e suas cenas com os apóstolos, assim como a simetria com qual Deus é representado entregando as leis a Moises, ou Jesus as entregando a S. Pedro, porém a fonte continua ser a mesma das catacumbas e seus símbolos, assim como o cordeiro, e junto com todas essas mudanças veio também o crescimento do naturalismo, como podemos ver na figura da defunta Veneranda, que possuía figuras com profundidade, volume e, sobretudo individualizadas.

















4. ARTE CRISTÃ DE TRIUNFO (BIZANTINA)


Ruínas das muralhas da cidade de Constantinopla
Em 330 Constantino fundou nova Roma, depois batizada de Constantinopla e atualmente conhecida como Istambul, devido aos ataques bárbaros na parte ocidental de Roma, a data desta fundação marca a passagem da arte Cristã libertada para o triunfo, essa cidade era localizada em um lugar estratégico, entre a Europa e a Ásia cercada por água por três lados e protegida por um gigantesco muro, na passagem do mar Negro para o Mar Egeu. Constantinopla foi o grande sucesso deste período romano quando o mundo estava em convulsões militares, vindo a ser derrubada no ano de 1453. Tendo suas grossas muralhas derrubadas por canhões desenvolvidos por saxões, ao comando de Maomé II.
Culturalmente Constantinopla foi uma síntese da cultura Greco-Romana, e o mundo oriental, sendo que enquanto o império romano do ocidente caia sobre as invasões bárbaras o lado Ocidental se manteve de pé sobre o comando desta fabulosa cidade.
Em 527 subiu ao trono de Constantinopla (agora conhecido como império Bizantino), o imperador Bizâncio que combateu as heresias tentando dar uma maior unidade ao Cristianismo, conquistando grandes coisas com o objetivo frustrado de restabelecer o grande império Romano antigo.
A arte deste período foi chamada de triunfal já que anteriormente buscava-se apenas a idéia cristã, e quando o cristianismo foi oficializado e posteriormente nomeado religião oficial do império romano essa vitória foi comemorada de forma tão ostensiva que foi nomeada de arte triunfal, pois representa o triunfo do Cristianismo sobre o paganismo, sendo que esta arte durou de 313 até o século V.

4.1 PINTURAS E MOSAICOS TRIUNFAIS


      No século V, em Bizâncio, emergiu um novo império cristão que durariam mil anos, criando uma nova forma de arte, nascida do Cristianismo. Em Roma, nas antigas catacumbas cristãs, há uma série de murais que datam das perseguições aos cristãos nos séculos III e IV. São os primeiros exemplos de pintura no Período Bizantino.
      No século IV, o imperador Constantino reconheceu o culto livre aos cristãos do Império Romano. A arte cristã primitiva evoluiu então para a arte bizantina. O mosaico foi a característica principal do período e suas características de criação influenciaram mais tarde a arte gótica. Os ícones também marcaram esta primeira etapa da arte bizantina.
      Nos séculos VIII e IX, o mundo bizantino foi dilacerado pela questão iconoclasta, uma controvérsia sobre o uso de pinturas ou entalhes na vida religiosa. Toda representação humana que fosse realista poderia ser considerada uma violação ao mandamento de não adorar imagens esculpidas. O imperador Leão III (no ano de 726) proibiu qualquer imagem em forma humana de Cristo, da Virgem, santos ou anjos. Como resultado, vários artistas bizantinos migraram para o Ocidente. Em 843, a lei foi revogada.
      O mosaico é a expressão máxima da arte bizantina e, não se destinando somente a decorar as paredes e abóbadas, serve também de fonte de instrução e guia espiritual aos fiéis, mostrando-lhes cenas da vida de Cristo, dos profetas e dos vários imperadores. Plasticamente, o mosaico bizantino não se assemelha aos mosaicos romanos; são confeccionados com técnicas diferentes e seguem convenções que regem também os afrescos. Neles, por exemplo, as pessoas são representadas de frente e verticalizadas para criar certa espiritualidade; a perspectiva e o volume são ignorados e o dourado é utilizado em abundância, pela sua associação a um dos maiores bens materiais: o ouro.

       Museu Ayasofya,
       Foto de Mario Sérgio
      Nos primeiros momentos a cidade de Constantinopla não possuía tradição artística, e por ser do império romano do oriente, ela possuiu a estética romana, e alguns elementos paleocristãos, nas catacumbas já citadas, trazendo algumas tradições da Ásia anterior, sendo que posteriormente os elementos que perduram foram estes trações estilísticos da Ásia menor, pelo simples fato de que a arte cristã por volta do século V, focava a trancendalidade e despersonalização, com exceção de Jesus e os Santos.
      Nos séculos V e VI, ainda existiam traços de uma arte profano, ligada ao império, existem indícios, como mosaicos, encontrados no pátio imperial, desta arte, que também tomou grandes igrejas em forma de decoração, mesmo tendo Jesus como centro compositivo, como por exemplo, na igreja dos Santos apóstolos, e de Santa Sofia que com exceção da cruz na cúpula todos os outros mosaicos faziam parte deste tipo de decoração (usando figuras humanas), sendo que apenas no século VII na igreja de São Demétrio, por exemplo, aparecem figuras do Santo Demétrio, acompanhado de duas personagens que colocadas sobre sua proteção tendo várias pinturas similares, predominando o hieratismo, frontalidade, plenitude e esquematismo. No inicio do século V existe também o exemplo da igreja de São Jorge onde predominavam, Santos e mártires oradores.
      


4.2 ESCULTURA TRIUNFAL


       Museu de arte Bizantina
      Este gosto pela decoração, aliado à aversão do cristianismo pela representação “escultórica” de imagens (por lembrar o paganismo romano), faz diminuir o gosto pela forma e conseqüentemente o destaque da escultura durante este período. Os poucos exemplos que se encontram são baixos-relevos inseridos na decoração dos monumentos.
      A escultura bizantina não se separou do modelo naturalista da Grécia, e ainda que a Igreja não estivesse muito de acordo com a representação estatuária, não obstante, essa foi a disciplina artística em que melhor se desenvolveu o culto à imagem do imperador. Também tiveram grande importância os relevos, nos quais os soberanos imortalizaram a história de suas vitórias. Das poucas peças conservadas se deduz que, apesar de seu aspecto clássico, a representação ideal superou a real, dando-se preferência à postura frontal, mais solene.
      Não menos importante foi a escultura em marfim. As peças mais correntes eram os chamados dípticos consulares, de uma qualidade e maestria incomparável, que, a guisa de comunicação, os funcionários enviavam aos demais altos dignitários para informar sua nomeação. Esse modelo mais tarde se adaptou ao culto religioso em forma de pequeno altar portátil. Quanto à ourivesaria, proliferaram os trabalhos em ouro e prata, com incrustações de pedras preciosas. Porém, poucos exemplares chegaram até nossos dias.







4.3 ARQUITETURA TRIUNFAL


       Vista externa da Basílica de Santa Sofia
       Foto de: Marta Leonor Vidal
      Constantino concedeu aos Cristãos durante o período da libertação, locais públicos, principalmente basílicas, (que eram espécies de tribunais), e neste ponto começou talvez a arte mais notável deste tempo.
Os templos Greco-romanos tinham como enfoque a parte exterior já que dentro dos mesmos os únicos que tinham acesso eram somente os sacerdotes, assim como o culto de imagens comuns do paganismo levou os cristãos a rejeitar essa forma, tendo em vista que ao contrário, as Igrejas (Ecclesia) eram como assembléias para os fiéis, e por isso deveriam ter um grande espaço interior, assim como uma arquitetura voltada para o interior onde as pessoas passariam mais tempo.
      A expressão artística do período influenciou também a arquitetura das igrejas. Elas eram planeadas sobre uma base circular, octogonal ou quadrada rematada por diversas cúpulas, criando-se edifícios de grandes dimensões, espaçosos e profusamente decorados.
      A Catedral de Santa Sofia é um dos grandes triunfos da técnica bizantina. Projetada pelos arquiteto Antêmio de Tralles e Isidoro de Mileto, ela possui uma cúpula de 55 metros apoiada em quatro arcos plenos. Esta técnica permite uma cúpula extremamente elevada a ponto de sugerir, por associação à abóbada celeste, sentimentos de universalidade e poder absoluto. Apresentam pinturas nas paredes, colunas com capitel ricamente decorado com mosaicos e chãos de mármore polido.
      Esta arte também conhecida como arte bizantina começou a se desenvolver assim que os Cristãos receberam a liberdade de culto em meados do século IV, tendo como influências tanto a arte romana, assim como da Ásia menor e da Síria.

       Desenho da Basílica de Santa Sofia
Ministério italiano dos Negócios Estrangeiros e pelo Centro italiano de investigação.
      Uma vez que estava estabelecido em Constantinopla o cristianismo como religião oficial era importante frisar seu caráter fazendo prédios públicos, sendo que tanto os prédios que foram construídos como os que foram instituídos a igreja tinham um formato das casas reais gregas conhecidas simplesmente como basílicas, tendo uma nave principal, muitas vezes ladeada por torres, separadas por fileiras de colunas de uma ou duas naves laterais.
      Esta fase da arte cristã foi extremamente suntuosa, com um caráter eminentemente decorativo e cerimonial, entrando em contraponto com a arte romana clássica que buscava a harmonia as formas. Não importando com a criatividade ou crenças dos artistas, a arquitetura deste período seguia padrões que eram definidos pelo imperador ou pelo clero o que manteve no passar dos anos uma uniformidade de estilo em todos os lugares onde a arte bizantina teve influencia.
      Com o passar do tempo Constantinopla (O Império Romano), englobava territórios balcânicos divididos pelos rios Danúbio, Drina e Sava, parte da península itálica, incluindo Ravena, a Ásia Menor, Egito e algumas regiões africanas (como a Líbia), sendo que a capital deste império era Constantinopla que estava exatamente em um ponto onde ninguém poderia evitar se fosse fazer comércio entre e o ocidente e o oriente, sendo que esta população “Romana” englobava cidadãos de várias nacionalidades, sobretudo os Romanos originais.
      Devido tanto ao grande fluxo de pessoas em Constantinopla assim como também essas diversas influências que invadiram este império, a arte teve uma fusão de todos os estilos sendo que para melhor compreensão a história desta arte foi dividida em três fases principais.
       A primeira destas corresponde ao reinado de Justiano no século VII e tem como apelido idade do ouro, que foi quando se construiu a famosa igreja de Santo Sofia, sendo o maior e mais representativo monumento da arquitetura Bizantina.

Vista Externa e Cúpulas.
Foto de: José Maria Fernandes
      A segunda fase é chamada de iconoclasta que foi um movimento começado devido à proibição do imperador Leão III que proibia o uso de imagens em templos (assim como os antigos judeus fariseus), sendo assim os artistas tiveram que inventar outros voltando a simbologia do período perseguido.
      Já a terceira fase é um ressurgimento de diversas vertentes, sendo nele o novo apogeu das pinturas e mosaicos, que foram combatidos pelo movimento iconoclasta, chamada de segunda idade do ouro (séculos X a XIII).
      Obviamente tendo em vista toda essa exacerbação cristã do período triunfal, a arquitetura alcançou seu apogeu nas construções de igrejas, manifestando também as diversas influências da arte Bizantina, afastando-se um pouco da arte greco-romana, sendo que sob a influência persa foram criadas novas formas de templos bem diferentes dos ocidentais. Nessa época começaram a se construir igrejas com o formato da cruz grega, com tetos cobertos por cúpulas e forma de pendentes para se cobrir os espaços quadrados que ficavam pela base circular do teto. Estas cúpulas se tornaram uma característica muito marcante da arquitetura deste tempo, sendo a planta em forma de cruz grega também uma característica, lembrando que a cruz grega diferente das cruzes contemporâneas católicas, ocidentais ela possuía os quatro braços iguais.
      Na Ásia menor de onde veio a influência destas cúpulas ela era totalmente redonda e suspensa sobre uma base também redonda ou quadrada, Já os persas faziam as mesmas em um formato octogonal, e foi essa segunda solução adotada pelos bizantinos que usavam uma cúpula composta de oito triângulos curvos, abandonando o modelo totalmente circular. Porém os arquitetos bizantinos optaram por uma técnica mais elabora que constituía em um sistema de pendentes que eram triângulos curvilíneos formados nos intervalos entre um arco e outro (cada lado da cúpula possuía um arco), constituindo uma base onde o tambor era colocado, sendo este uma base redonda em forma de arco, onde a cúpula era assentada pelos persas.
      A famosa planta de cruz grega veio de forma natural com a adesão das cúpulas, sendo que os pesos e forças da mesma se distribuíam de forma igual, o que não era comum dentro das plantas em formato de cruz latina (três braços iguais e um desigual), ou pela planta retangular.
      No reinado de Justiano se deu o apogeu arquitetônico Bizantino, sendo que neste período a Europa ocidental aderiu este estilo, porém com pequenas modificações típicas pelas diferenças econômicas tendo em vista que a já citada igreja de Santa Sofia foi construída sem preocupação orçamentária o que não se deu com as outras cidades, 
      
Datas e fatos essenciais:.
   303: Fundação de Constantinopla.
   380: Imperador Teodósio recebe o batismo, tornando-se Cristão.
   391: Teodósio oficiliza o cristianismo como religião oficial do império e abole o paganismo.
   395: Divisão do império Romano por Teodósio.
   527: Justiano sobe ao trono do Império Bizantino.
   535: Revolta Nika.























5. A ARTE DE RAVENA
      
      Para um melhor entendimento da Arte Cristã nos séculos V e VI, nada melhor do que conhecer Ravena. Nesta cidade, localizada à beira do Adriático, foi que o Imperador Honório se estabeleceu no século V e onde sua irmã Galla Placídia governou para o filho Valentiniano III, dando à cidade o aspecto de capital. Ali também governou o Rei da Itália, Teodorico, e Belizário fez de Ravena a capital do exarcado representante do Estado bizantino no Ocidente.
      O desenvolvimento da arquitetura e da arte dos mosaicos em Ravena mostra uma fusão de estilos italianos e orientais, sendo um dos exemplos mais bem sucedidos da Arte Cristã. Os mosaicos seriam a decoração das igrejas orientais durante dez séculos consecutivos. Em Ravena, os artífices tiveram que resolver todos os seus problemas - técnicos, decorativos, figurativos e iconográficos -, de uma arte que teve suas origens na Grécia, ficando depois bastante popular em todo o Império Romano.
      Inicialmente os mosaicos eram feitos como piso, na Síria e na África e depois encontrados na Sicília, onde se acredita o Imperador Maximiano se exilou. Em Pompéia escavações revelaram que os mosaicos eram usados apenas na decoração de fontes. De alguma forma eles também são usados em monumentos funerários e também, de forma monumental, aparecem nas abóbadas de Santa Constanza. Se durante esse período os mosaicistas tinham limitações ao decorar o piso, por razões de durabilidade, quando os mosaicos murais passaram a ser usados em Ravena, essa limitação acabou, aumentando consideravelmente o uso de cubos de vidro. Os fundos de pedra calcária ou mármore foram substituídos primeiro pelos azuis, depois pelos dourados, proporcionando às composições um brilho esplêndido, e a mesma luminosidade dos interiores das igrejas bizantinas. O efeito azul do mausoléu de Galla Placídia, enriquecido pelo brilho dourado, revela uma nova sensibilidade e sentimento de cor.

Mosaico em San vitale
Ravena
      Os artistas passaram a contar com grandes superfícies a serem decoradas no interior das igrejas. Havia não só paredes inteiras a decorar, mas também paredes interrompidas por janelas e arcadas cegas, tímpanos semicirculares e absides hemisférica, cúpulas e abóbadas. O trabalho realizado no octógono de S. Vitale, monumento plenamente bizantino, alcança a culminância do estilo. Continua intacta, no seu presbitério, toda a decoração de mosaicos.
      Muitos dos motivos utilizados na decoração já existiam nas catacumbas cristãs, na arte monumental romana e mesmo em épocas anteriores. Desde os assírios o motivo da procissão tinha sido adaptado pelos artistas numa composição retangular onde as figuras da mesma altura seguiam umas às outras. O tema da procissão militar foi seguido pelo da procissão triunfal em direção a um deus ou um rei sentado ao trono, às vezes cercado de dignitários. Este tema tradicional foi magnificamente utilizado em S. Apollinare Nuovo: partindo das cidades de Ravena e Classe, os mártires saem do pórtico em direção à abside para oferecer suas coroas a Cristo e à Virgem. Na mesma S. Apollinare quadros históricos foram colocados em painéis sobre o clerestório, da mesma forma que em Santa Maria Maggiore, meio século antes. Os apóstolos e profetas entre as janelas, com magníficas conchas vermelhas e douradas sobre as cabeças, são lembranças da disposição clássica das estátuas em nichos. O tipo de arranjo parece ser uma tentativa de reproduzir uma decoração em relevo em duas dimensões. Em S. Vitale e em S. Apollinari in Classe consiste a decoração em uma cena triunfal desenrolada no céu - o triunfo de Cristo ou de um santo numa cena simbólica ou figurativa do Paraíso. Essa representação, com vista frontal da figura principal e as figuras de apoio em simetria, apresenta uma visão global, até a extremidade da igreja, de uma imagem de devoção com notável efeito dramático. Este tipo de representação é encontrado através de toda arte bizantina, sempre se mantendo a frontalidade e a simetria.
      A existência de um teto independente na composição da basílica obrigava que a decoração fosse fragmentada. Mas a construção das abóbadas fez com que os mosaicos ganhassem mais espaço, resultando em uma unidade decorativa. As figuras tratadas individualmente ficaram despercebidas, como certas figuras integradas numa folhagem dourada da igreja de Galla Placídia, por exemplo.

Mosaico da Basílica de San Vitale
Ravena
      Na igreja de S. Vitale as paredes laterais dos presbitérios são decoradas com um fundo de pedras estilizadas, com desenhos de folhagem, flores e animais. Sobre esse fundo estão colocadas figuras de profetas, tão integrados nesta decoração difusa que pouco são notados. Mas na abóbada, os anjos segurando a grinalda que circunda o Cordeiro de Deus tornam-se os elementos focais da decoração de folhagem que os circunda. Acentuada pelas cores que a cobrem, a arquitetura parece ter sido reinterpretada.
      O período coberto pelo pelos monumentos de Ravena é muito instrutivo no desenvolvimento da representação da figura humana. Comparando os dois grupos de apóstolos ou os dois medalhões representando o Batismo de Cristo, de épocas diferentes, nos batistério dos arianos e dos ortodoxos, e comparando os profetas entre as janelas com a procissão de mártires em S. Apollinare Nuovo, nota-se a mesma mudança profunda.
      Desde o século V a estilização das vestes vinha sendo acentuada, mas os rostos eram ainda tratados como se fossem retratos pintados.
      No século VI surge um novo estilo, mais bem adaptado à decoração monumental, e que precedia de um espírito novo. Nas vestes, por exemplo, não há nenhuma tentativa de modelar os sombrear as cores; elas são simplesmente indicadas por um jogo de linhas destinado a sugerir tanto o movimento do material quanto o dos corpos que cobrem. Esse uso de contrastes de motivos escuros sobre um fundo claro é um efeito de cor. Isso é visto mais claramente quando a toga é substituída pelas clâmides e os tecidos brancos pelos debruns coloridos e brocados. É isso que cria o contraste entre as duas procissões de S. Apollinare Nuovo nas quais as magnificentes vestes da corte de santos são apresentadas como superfície vermelha, ao passo que as figuras dos mártires mantêm um certo relevo, apesar da simplicidade com a qual as dobras de suas togas brancas são desenhadas. Nos famosos quadros que representam Justiniano e Teodora em S. Vitale, surpreende o brilho incomparável da superfície colorida na qual o esplendor das vestimentas e a riqueza dos costumes da corte mesclam-se a uma espécie de maravilhosa tapeçaria.
      Observados atentamente, esses quadros não são estáticos, apesar dos movimentos quase desaparecerem na rigidez das vestes e na frontalidade das figuras. Estranha ao Ocidente Romano, esta tradição artística originou-se no Oriente helenizado, onde as tradições levadas por Alexandre até as fronteiras da Índia, desenvolveram-se segundo regras próprias e resultaram em formas artísticas bem diferentes de suas fontes européias. Michael Rostovtzeff chamou estas formas de arte parta, que exerceu influência decisiva sobre a pintura bizantina. A frontalidade geralmente cria uma simetria total nas figuras. Mas também há ocasiões em que as figuras deixam de ser fixadas numa posição frontal por causa da simetria, seja nas procissões ou em uma das cenas mais ativas. Encontram-se alguns rostos completamente de perfil. Com o triunfo destas tendências, penetramos numa nova estética, na qual o realismo e o respeito por volumes e formas cedem lugar à cor e à visão. É um mundo bidimensional que se presta à expressão e ao simbolismo.
      Dentro destas edificações monumentais e seguindo esta nova estética, os mosaicistas de Ravena trataram os assuntos cristãos que lhe foram encomendados. Curioso é que em Ravena a história religiosa - o Antigo e o Novo Testamento - parece ter sido relegado a um segundo plano, muito embora se encontre sua expressão essencial em S. Apollinare Nuovo. Existem representações dos milagres de Cristo, a traição de Judas, a Ressurreição, etc. Mesmo quando ilustram algum outro episódio bíblico, as pinturas com personagens nos outros edifícios de Ravena parecem ter um valor simbólico. Os profetas e mártires, Reis Magos e anjos que nos transportam para além de nosso mundo estão na cidade celestial. Esta evocação de um mundo melhor, envolto pelo azul do céu e o dourado do sol, é encontrada em todas as obras - e confere à decoração seu valor real. Profetas, santos, apóstolos, mártires, estão em todas as partes proclamando e aclamando a divindade de Cristo e a verdade de sua promessa. Em seus símbolos, como em suas cores, a decoração das igrejas de Ravena revive a esperança de salvação.
      
      
      
      
      

Mapa de Ravena no século V
Euroatlas disponível em http://www.euratlas.com.br
      



6. LEGADOS DA ARTE CRISTÃ


Catacumbas de São Calixto
Roma
      Ficaram como legados da arte cristã, primeiramente as catacumbas que nos fazem reviver a vida da primitiva Roma cristã. É verdade que as Catacumbas são apenas cemitérios, mas falam-nos com o testemunho histórico de um patrimônio riquíssimo de pinturas, esculturas, inscrições que ilustram os usos, os costumes, a vida dos antigos cristãos, a sua cultura, a sua fé. De fato, toda comunidade que vive, exprime-se e traduz a própria vida necessariamente em documentos escritos ou visuais. Os cemitérios, em muitas civilizações, são lugares onde "objetiva-se" a interpretação da vida e da morte. Assim, por exemplo, a maior parte do que conhecemos da cultura egípcia provém dos túmulos.
Já na arte Bizantina contamos com a Basílica de Santa Sofia que foi construída durante o reinado do imperador Justiniano (532 – 537 d.C.), quando o império bizantino se encontrava no auge de seu poder e influência. A gigantesca cúpula, que constitui a sua característica arquitetônica mais marcante, tem desde então servido de modelo para a construção das mesquitas islâmicas. Após a queda de Bizâncio, a Santa Sofia foi convertida em mesquita otomana. Atualmente, o monumento é um museu que contempla tanto a religião cristã como a muçulmana. 

Basílica de Santa Sofia Constantinopla (Istambul)
O Globo (jornal)
      Temos também Basílica de San Vitale que começou a ser construída em 525, sob ordem do bispo Eclésio, ainda no reinado do ostrogodo Teodorico o Grande e foi concluída por Maximiniano em 548, durante o Exarcado de Ravena, já há sete anos sob domínio bizantino. Não se sabe quem foi o arquiteto da obra. Combina elementos de arquitetura romana (cúpula, forma dos vãos das portas) com elementos bizantinos (apse poligonal, capitais, tijolos estreitos). Contudo, a Basílica é mais famosa por sua riqueza de mosaicos bizantinos, os maiores e mais bem preservados fora de Constantinopla. A Basílica é de extrema importância para a arte bizantina, visto que é a única grande igreja do período do Imperador Justiniano que sobreviveu virtualmente intacta até hoje.
      Porém em geral, relativamente pouco restou da arte Cristã inicial.




















7. CONCLUSÃO

      O cristianismo consiste em seguir os ensinamentos de um homem conhecido como Jesus de Nazaré (pois esta é a cidade onde viveu), que segundo os registros, viveu por 33 anos sendo estes 3 últimos os anos em que pregou uma filosofia ligada estreitamente a liberdade, honestidade, caridade e principalmente esperança.
Os ensinamentos de Jesus resultaram em uma religião sendo até os dias atuais a mais praticada no mundo, tendo tanta influência que o calendário moderno é contado a partir da suposta data de seu nascimento.
No inicio do cristianismo, a religião oficial era monoteísta, sendo a religião dos romanos que dominavam aquela região, e devido a isto, os cristãos foram perseguidos, tendo grandes massacres em torno deles, seus cultos eram celebrados em residências e sua arte se resumia aos túmulos dos cristãos que não eram cremados, como mandava a religião pagã. Nas cidades Romanas era proibido se enterrar os mortos, sendo assim, todos que não eram cremados (que não se resumia apenas aos cristãos), eram enterrados em “buracos”, fora das cidades, denominados catacumbas, onde nos túmulos a arte paleocristã era produzida.
Essa arte era geralmente produzida por pessoas leigas, o que não trouxe uma qualidade técnica a esta modalidade, assim como não poderia ser revelada, para os romanos não os identificarem, por isto era uma arte extremamente simbolista, usando de imagens pagãs para representar passagens do velho e do novo testamento.
Após a fundação de Constantinopla, o imperador deu liberdade de culto aos cristão, devido a um sonho que teve em uma guerra (ligado a uma cruz), vindo anos depois a ser a religião oficial romana, isto deu vazão a um crescimento maior do cristianismo, sua difusão entre os países europeus e um desenvolvimento maior da arte, agora que os cristãos tiveram seu espaço, essa segunda fase é chamada de libertação, que possibilitou o triunfo cristão.
Na época do triunfo, a arte cristã, também chamada de bizantina, foi supervalorizada ampliando suas formas e suntuosidade devido ao patrocínio do próprio governo, criando assim as basílicas e desenvolvendo de forma exacerbada todos os ramos artísticos principalmente a arquitetura.













REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA


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