terça-feira, 14 de abril de 2009

Idade Média

"Quando, extasiado pela beleza da casa de Deus, o encanto das pedras multicoloridas afastou-me dos cuidados externos, e a meditação valiosa induziu-me a refletir, transferindo aquilo que é material para o que é imaterial, pela diversidade das virtudes sagradas: então, parece que eu me vejo habitando, por assim dizer, uma estranha região do universo, que nem existe totalmente na lama da terra nem na pureza do céu, e que, pela graça de Deus, posso ser transportado desse mundo inferior para o superior de um modo anagógico."
Abade Suge - considerado fundador do estilo Gótico


1. INTRODUÇÃO
2. ARQUITETURA DOS CASTELOS
2.1. CASTELO BODIAM
2.2. CASTELO DE GUIMARÃES
3. ARQUITETURA DOS MONASTÉRIOS
3.1. MOSTEIRO DE ALCOBAÇA
4. ARQUITETURA DO ROMÂNICO
4.1. SANTIAGO DE COMPOSTELA
4.2. BATTISTERO DI SAN GIOVANNI
5. ARQUITETURA DO GÓTICO
5.1. GÓTICO INGLÊS 
5.2. GÓTICO ALEMÃO
6. SIMBOLOS DO TEMPLO CRISTÃO
7. CONCLUSÃO
8. REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA



















1. INTRODUÇÃO


Castelo de Windsor
Foto de: Commons Google (gailf)
      A arquitetura da Idade-Média possui vários castelos, monastérios, Igrejas, mostrando a grande influência deste período pela igreja, tendo em vista que neste presente momento a igreja católica está em seu ápice.
É comum conhecermos histórias deste época, assim como os cavalheiros da távola redonda com o rei Arthur, história das cruzadas, do santo Graal, entre outras. Na atualidade a idade média para leigos possui um carater misterioso, sempre ligado a igreja, seja por alguma simbologia, ou explicitamente, podemos encontrar jogos de tabuleiro (RPG), jogos de Vídeo-Game, histórias em quadrinho, e uma infinidade de livros e filmes, como coração de cavalheiro, coração valente, entre outros. Na maioria destes artifícios modernos, duas coisas são predominantes, exatamente porque são as coisas mais fabulosas e intrigantes que ficaram deste conturbado tempo, os cavalheiros, e as construções (principalmente castelos).
Neste período de tempo da história conhecido como idade-média, o conhecimento tectônico, ficou sobre posse de corporações de ofícios, tendo inicio desta tecnologia na construção de catedrais.
Durante grande período idade média o arquiteto simplesmente não existe, tendo em vista que o esforço para se construir as catedrais era de toda população local, já que havia o cunho religioso, e o conhecimento sobre como se construir ficava preso a estas corporações que reuniam dezenas de mestres de obras, que ao mesmo tempo que conduziam a execução da obra também as elaboravam (sendo estes os verdadeiros arquitetos).
O cristianismo faz com que essas construções sejam repletas de simbolismos, não só se esperava que a vontade humana fosse submissa aos desígnios divinos, como também se esperava que os homens buscassem o divino, tendo as construções inicialmente voltadas ao centro nas catedrais, e com a vinda do estilo gótico uma perspectiva que tenta alcançar os céus.
A Idade Média (ou medieval), é separado para melhor facilitar o estudo, ela começa com a queda do Império Romano do ocidente, no século V (476 d.C), e terminado com a queda de Constantinopla (império Romano do Ocidente) no século XV (1453 d.C).

2. ARQUITETURA DOS CASTELOS

Os castelos da idade média nada mais eram do que residências fortificadas, existem vários exemplos que sobreviveram até hoje, que normalmente se tornaram hotéis ou museus.
Durante o decorrer da idade média, muitas guerras aconteceram, a idade média é marcada por diversas guerras, como por exemplo, a guerra dos cem anos, como era de se esperar, os reis, nobres e senhores feudais se preocupavam com  a proteção de sua residência, e bens familiares.
Nos primeiros séculos da idade média, aproximadamente até o século IX, os castelos eram produzidos com madeira retirada de florestas próximas, tendo um interior rústico, não possuindo luxo ou conforto. Posteriormente mudou-se essa arquitetura, sendo construídos de blocos de pedra, tornando-os mais resistentes, aos ataques, assim como também era sempre escolhida uma posição mais alta, para que fosse mais fácil visualizar a chegada de inimigos ao longe.

Castelo Bodiam, construído em Sussex
foto de: BBC news
Assim como vemos inclusive em desenhos animados e filmes, os castelos possuíam um fosso em volta da construção, para dificultar a entrada dos inimigos, durante a batalha, tendo algumas outras formas de proteção como dezenas de muralhas ao seu redor, com torres onde soldados ficavam de guarda, tendo também nestes castelos calabouços, onde os bandidos e inimigos eram confinados quando capturados.
Pensando neste âmbito de que os castelos eram feitos para repelir ataques, durante guerras, a maioria dos castelos possuem alguns artifícios, como passagens subterrâneas, para que, num momento em que fossem invadidos, os familiares do dono do castelo pudessem fugir.
Quando se notava uma invasão inimiga, todas as pessoas do Feudo entravam nos castelos, através de uma ponte elevadiça, feita em madeira e ferro, que era erguida após a entrada de todos, esta era a única entrada para o castelo, feita assim para impedir a invasão inimiga.
Como se pode notar vários destes elementos são usados em filmes que possuem castelos, por isso de certa forma já nos familiarizamos com eles, mas não pode-se esquecer que ao contrário do que os filmes dizem, o interior dos castelos, era um ambiente frio e rústico, possuindo vários cômodos enormes, porém sem luxo, o esgoto produzido nos castelos normalmente era jogado no próprio fosso.





2.1 CASTELO BODIAM

Castelo de Bodiam Visto por satélite
Google maps
      O castelo Bodiam foi construído em território Inglês em uma cidade chamada Sussex, durante o século XIV, sendo um dos primeiros a aliar conforto dos moradores do castelo com a natural natureza defensiva dos castelos, possui um grande fosso e altas muralhas, assim como também planejados alojamentos cuidadosamente planejados, possuindo também um átrio e uma capela.
Este fabuloso castelo foi destruído no século XVII, durante a guerra civil inglesa, sendo posteriormente restaurado no século XX, e doado a nação inglesa por um estadista inglês chamado Lord Curzon.
Foi construído em 1385 por Sir Edward Dallyngrigge, um antigo cavaleiro de Edward III, supostamente a pedido de Richard II, a fim de defender a área envolvente das invasões francesas. No entanto, investigações recentes sugerem que o castelo foi construído para mostrar mais do que como uma defesa eficaz. Não há elementos comprovativos de que a investigação, como as paredes do Castelo de Bodiam são apenas um par de metros de espessura.
Como se pode ver nas fotos o Castelo de Bodiam é rodeado por um fosso, que é alimentado por um manancial, seu acesso dá-se pelo norte e pelo sul. Este castelo possui uma forma retangular, em cada um dos quatro cantos há torres redondas, possuindo uma torre quadrada defendendo o centro. Há também um poço em uma das torres redondas e uma capela na outra.
Sua entrada norte é a principal, porém existe uma entrada sul, porém as duas possuem grandes pontes elevadiça para que a passagem sobre o fosso fosse possível, a entrada principal possuía um sistema que qualquer atacante que se aproximasse ficava exposto as setas dos defensores nas torres norte.
Havia também no interior deste castelo, edifici9os domésticos, que eram provavelmente muito grandes, havia também um grande hall do palácio.
A maior parte do interior deste castelo foi destruída pelas forças parlamentares, durante a guerra civil inglesa, devido à política de anulação das fortalezas potencialmente ameaçadoras.
O Castelo de Bodiam é um típico castelo do final da era medieval, onde era dada muita atenção ao conforto das áreas habitáveis, por isso é posto em questão a forças deste castelo como proteção militar, apesar de seu fosso ser uma barreira quase perfeita, as paredes do castelo não são tão grossas, e tem apenas uma linha de defesa.
Obviamente a capela mostra o pensamento cristão da época medieval, sendo que os senhores do castelo, assistiam missas matutinas diárias.


Vista frontal da entrada norte do castelo
Foto de http://gizmopolis.net
















2.2 CASTELO DE GUIMARÃES

Castelo de Guimarães visto por satélite
Google maps
      
      O castelo de Guimarães é um castelo português, que teve vários processos construtivos até chegar ao grande castelo que é hoje.
Os domínios da localidade onde este castelo se encontra foram outorgados para um cavalheiro de origem supostamente castelhana, de nome Diogo Fernandes. Uma de suas filhas casou-se com Hermenegildo Gonçalves que governou desde o século X até um pouco mais do meio do século XI, quando Hermenegildo morreu por volta de 928 ela tomou posse de vastas terras que posteriormente foram divididas entre seus seis filhos, sendo que por algum motivo religioso fundou um mosteiro, para o qual mais tarde fez várias doações.
Este mosteiro foi construído na parte baixa de uma povoação chamada Vimaranes, que na época era dividida em dois núcleos, sendo um chamado de monte largo, que se encontrava em uma parte mais alta, e outro na parte baixa onde foi fundado o mosteiro. Nesta época a região era vulnerável a vários inimigos como as forças mulçumanas que atacavam pela fronteira sul de Coimbra, os normandos que atacavam pelo mar norte. 
Pensando na defesa desta região e do núcleo monacal, a rainha benfeitora do mosteiro iniciou no topo do Monte Largo, um castelo para recolher os súditos, caso fosse necessário. Estudos apontam que essa primeira estrutura era bastante simples, constituída de uma torre envolta por uma cerca.
Um pouco mais de um século depois, esse povoado, foi doado pelo rei Afonso VI de Leão e Castela para o D. Henrique de Borgonha, que pro sua vez escolheram essa povoação e seu castelo como residência. Devido a isto a construção anterior foi destruída e no lugar dela construída a Torre de Menagem, que teve seu perímetro defensivo ampliado e reforçado.
Dentro destes novos muros resistiram D. Afonso Henriques, que foi atacado pelas forcas do Rei Afonso VII de Leão e Castela, sendo também um castelo de grande importância para Portugal, pois em um campo visinho 

Escada de madeira dentro da torre de Menagem
Foto de: Ricardo de Almeida
testemunhou a batalha entre as forças de D Afonso Henriques e as de dona Teresa no dia 24 de junho de 1128, batalha essa que deu origem a nação portuguesa.
No final do século XII, D Sancho primeiro iniciou o amuralhamento que uniu a parte alta e a parte baixa da cidade, sendo que no reinado de D. Afonso III, começou-se a construir o traçado definitivo da cerca da vila, unificando de forma efetiva a Vila do castelo com a Vila de Santa Maria (parte alta, e parte baixa respectivamente. Sendo concluídas por volta de 1325.
Este castelo resistiu o ataque de D. Afonso, já no reinado de D Fernando que durou de 1367 a 1383, obras de reforço que seria assediada pelas forças de Henrique II de Castela.

Adarve do castelo de Guimarães
Foto de: Ricardo de Almeida
A planta do castelo tem o formato de um escudo facetado, sendo que suas muralhas são reforçadas por quatro torres, tendo em cada uma delas uma porta. Seu adarve (caminho por cima das muralhas) possui escadas nas torres, as muralhas são coradas por ameias (abertura feita, de intervalo a intervalo, no cimo dos muros, torre ou fortificação), que são pentagonais possuindo recortes pontiagudos.
Uma ponte de madeira a Oeste estabelece uma ligação entre o adarve das muralhas e a porta da torre de Menagem. Há de se destacar as ruínas da antiga alcova, que seu divide em dois pavimentos tendo janelas exteriores e duas chaminés em destaque.
Como se pode ver na imagem do satélite há um telhado vermelho, que é a torre de Menagem que funcionava como praça de armas, possuindo uma planta quadrangular, com poucas aberturas, ligada internamente por escadas e caminhos de madeira e pedra.
Frisando que neste castelo nasceu D Afonso Henriques que viveu de 1112 a 1185, que veio a ser o primeiro rei de Portugal. Sua pia batismal se encontra em uma capela de estilo românico na igreja de São Miguel da oliveira, que fica no setor Oeste do castelo.

3 ARQUITETURA DOS MONÁSTÉRIOS

3.1 MOSTEIRO DE ALCOBAÇA

      Mosteiro de Santa Maria de alcobaça, conhecido também como real abadia de Santa Maria, é a primeira obra plenamente gótica em solo português, sua construção foi iniciada em 1178.
      

Plano do Mosteiro de Alcobaça
1. Igreja;
2. Sacristia medieval;
3. Sala do Capítulo;
4. Parlatório;
5. Escada de acesso ao dormitório;
6. Sala dos Monges;
7. Igreja nova;
8. Refeitório;
9. Lavabo;
10. Clausto de D. Dinis;
11. Claustro de D. Afonso VI;
12. Sala das Conclusões;
13. Sala dos Reis;
14. Ala sul;
15. Panteão Real;
16. Capela Senhor Passos;
17. Sacristia;
18. Capela Senhora do Desterro;
19. Claustro da Levada;
20. Claustro do Rachadoiro;
21. Biblioteca
      Este monastério é constituído de uma igreja ao lado da sacristia, três claustros seguidos circundados por dois andares e uma ala sul.
A igreja possui uma nave central, duas naves laterais e um transepto, criando uma imagem de cruz. 
As naves têm 20m de altura, e a sala do altar é limitada por um caminho com nove capelas radiais. Outras 4 capelas vão dar pelos dois lados, ao transepto.

Monastério de Alcobaça
Foto de: Rose Garcia
      A estrutura do Mosteiro é uma cruz latina e assim como designava os idealizadores do monastério, não há muita decoração, trazendo mesmo assim uma beleza indiscutível.
      Naves centrais e laterais são inteiramente abobadadas, e praticamente da mesma altura, o que d[á a sensação de espaço amplo, sendo que a falta de luz (do período românico), acentua esta sensação
As naves laterais prolongam-se pelo deambulatório, e da charola irradiam nove capelas que acompanham a ábside circular, iluminada por frestas altas, o que realça o altar-mor.A segurar a parte alta da ábside existem arcos-botantes, pouco vulgares nas abadias de Cister, talvez por ser um monumento de transição entre o românico e o gótico. As inovações típicas da arte gótica aparecem ainda com o aspecto de um ensaio, como por exemplo a subida das naves laterais até à altura da central. O transepto apresenta-se com duas naves, mas quando olhamos a planta da igreja, reconhecem-se três, nos alicerces e no corpo central.
      O interior do edifício demonstra a existência de um gótico avançado, o exterior do edifício exprime a austeridade cisterciense, neste caso orientado para objetivos mais pragmáticos. De fato, como aconselhava a regra, não existem torres, e as fachadas, nomeadamente o frontispício possuía apenas uma parede lisa com empena triangular. As paredes são contrafortadas, excetuando a cabeceira, na qual surgem pela primeira vez arcobotantes na arquitetura portuguesa. A coroação do templo, pelo exterior, é composta por merlões com topo biselado dos dois lados, sobre um parapeito que descansa numa fiada de modilhões. Esta característica confere ao conjunto uma solidez militar um ar de fortaleza.
      Estes e outros aspectos poderão desmentir a escassa influência do mosteiro de Alcobaça na história da arquitetura portuguesa. De fato, o monumento tem sido sempre encarado como uma exceção no quadro do modo gótico produzido em Portugal como uma peça única e experimental sem antecedentes nem descendentes.
      







4 ARQUITETURA DO ROMÂNICO


Igreja de Santiago de Compostela
Foto de: Meire Gomide
A austeridade e o estilo robusto predominam no estilo Românico, possuindo paredes grossas contrapondo com minúsculas janelas. Assim como nos castelos a principal função destas estruturas era de resistir a ataques inimigos, devido à época de conflitos que a Europa passava, sendo um estilo predominante na idade Média.
É conhecido como o mais acabado monumento peninsular da arquitetura românica a Catedral construída em Santiago da Compostela (local muito conhecido pelo seu peregrino caminho de Santiago, catedral esta que obedece aos padrões dos templos de peregrinação, como São Saturnino de Toulosse.
Santiago é um belo exemplo da arquitetura Românica, possuindo em sua alta nave um alçado que inscreve arcos redondos, o andor trifório e colunas juntas das paredes das quais saem arcos torais de sua abobada de berço.
As igrejas Românicas possuem uma estrutura complexa, possuindo naves de abobada de pedra, em vez de travejamentos de madeira que eram predominantes na arquitetura paleocristã. Existe na igreja românica um átrio de pórticos que liga à igreja através de uma espécie de alpendre, reservado para os catecúmenos, energúmenos e penitentes, conhecido como Nartéx.
Colunas, feixe de Pilares, abóbadas de canhão, tribuna são elementos comuns nas igrejas românicas, sendo como já citado Santiago de Compostela e Cluny os melhores exemplos de igrejas de peregrinação.
Suas plantas são em cruz latina com três a cinco naves abobadadas em pedra, um abside, ou absidíolas e deambulatório constitui a cabeceira ou charola. Estas igrejas foram construídas para receber multidões e até mesmo procissões, o que trouxe a necessidade do deambulatório que possibilitava o decorrer das cerimônias normalmente mesmo em momentos de procissões que passavam por trás doa altar. O Trifório nada mais é que uma galeria aberta para a nave central semi-abobadada, colocada sobre naves centrais muito baixas, sendo iluminadas pelo clerestório (galeria superior ao trifório, nas igrejas ogivais).
Já o nartéx, precedia a entrada sendo reservada aos catecúmenos (que nada mais são do que aqueles que se preparam para receber o batismo). Na entrada, na região do alçado são colocadas duas torres.
Estas igrejas possuíam um sistema estrutural que é conseguido através de contrafortes para suportar o peso, as paredes eram compactas e com poucas aberturas, sua cobertura era feita de abobada de canhão, tendo uma abobada de aresta na nave central. Eram feitas uma divisão vertical em dois planos, com uma galeria espaçosa sobre os arcos principais, havia apoios independentes para os arcos laterais e transversais.


Abobada de canhão e abobada de aresta
Imagem de Yosemite (Wikipédia commons)
Esta arquitetura tão rica sofre influência direta da arquitetura mulçumana e bizantina, assim como se espera na arte existe alguns padrões, porém existem algumas variações de acordo com o local, por exemplo, na igreja de São Marcos de Veneza, há uma planta de cruz grega onde a cúpula central se ergue muito mais que as cúpulas usuais.
      Existe um ordenamento do extremo oriental evoluído em uma planta radiante ou escalonada (como, por exemplo, em Issoire). A separação entre o Clero e os fieis era feita com a distinção entre altares dos santos e altar-mor. Em Provença encontramos igrejas altas, pouco largas com coberturas de ogivas e arco quebrado.
      Já na região de Poitou as naves laterais que são estreitas elevando-se a altura da nave central. Já um segundo grupo de igrejas, as igrejas de cúpulas foram diretamente influenciadas pela arquitetura mulçumana e bizantina, com naves muito altas e capelas radiantes.
      A Itália foi o país que se mostrou mais conservador não acompanhando a escala de atividade e diferenças apresentada nestas regiões francesas, sua herança estilística era explorada ao máximo na arquitetura clássica, bizantina e mulçumana, continuando a usar a cúpula alterada, campanilles e batistérios separados, assim como revestimentos exteriores em mármores e uma decoração pequena e minuciosa.  Assim como podemos ver em San Miniato Al Monte, a igreja e a torre são separadas sendo a fachada ordenada com colunatas e arcarias cegas.
      Na região toscana a influência mulçumana e Bizantina é predominante sendo este românico possuidor de uma cobertura de madeira, as colunas clássicas e plantas comuns às basílicas da época da Igreja libertada do Paleo-cristianismo. E assim como na tradição de Roma na idade antiga, e suas fachadas são vivas voltada para a praça. Muitas igrejas Brasileiras copiaram posteriormente essa tradição, como podemos ver na maioria das cidades, assim como na catedral da Sé, ou na Luz, em São Paulo
4.1 SANTIAGO DE COMPOSTELA

      Entre 820 e 835 o bispo Teodomiro de Iria Flavia, descobriu o que se considerava os restos mortais de São Tiago Apóstolo Maior, o que resultou na ordem do rei Afonso II das Astúrias de construir uma igreja dedicada ao culto do apóstolo. Já no ano de 872, começou-se a construir uma nova basílica de pedra substituindo a pequena igreja antiga, basílica esta que foi consagrada em 899 com a presença de dezessete bispos.
      No ano de 1112 esta antiga basílica foi derrubada, para dar lugar a já em construção (desde 1075), a grande catedral românica conhecida como catedral de Santiago Compostela.
      A Praça Obradoiro, Acibecharia, das Pratarias e da Quintana rodeiam a Catedral de Santiago Compostela. Hoje muito modificada existem provas que sua planta era de uma cruz latina perfeita de três naves, também no transepto (parte transversal das igrejas que se estende para fora da nave e forma os braços do cruzeiro), no trifório, que está conectado diretamente com o paço do Arcebispo. Na cabeceira está localizada a capela mor, que está envolta por uma charola que se acede sob cinco capelas radiais menores.
      Vale frisar  a parte exterior do templo possui, pórticos com iconografias e grande acervo de detalhes arquitetônicos belíssimos.

Santiago de Compostela visto do Satélite
Google Maps
4.2 BATTISTERO DI SAN GIOVANNI

Battistero di San Giovanni (satellite) 
Note a cruz latina da planta.
Google Maps
      O prédio religioso conhecido como Battistero di San Giovanni (batistério de São João), fica em Florença, região Toscana na Itália. Suas portas de bronze o tornam famoso, sendo que muitos acreditam que é o prédio mais antigo da cidade, localizado na Piazza Del Duomo.
O Battistero é uma construção octogonal que simboliza o oitavo dia, tempo da ascensão de Cristo, esta igreja foi a influência para construção de outras diversas igrejas românicas em Toscana.
Vale frisar as portas do battistero, que é o ponto alto desta construção. Foi no ano de 1329 que foi encomendada a Andrea Pisano as primeiras portas decoradas, que hoje são as portas sul, demorou-se seis anos para que o projeto fosse finalizado, cenas da vida de São João Batista e as virtudes são representadas em 28 painéis quadrangulares, tendo posteriormente sido acrescentados relevos e estátuas acima das portas (no ano de 1571).
Sete escultores em 1401 competiram para projetar as portas Norte do templo, sendo Ghiberti o vencedor que em 21 anos construiu 28 painéis com cenas do novo testamento sendo considerado por Antonio Paolucci o mais importante evento da história da arte de Florença no primeiro quarto do século XV. Tendo acima das portas estátuas feitas em conjunto por Francesco Rustici e o grande Leonardo da Vinci.
Ghiberti se tornou o artista máximo em seu campo. Sendo que em 1425 recebeu a encomenda das portas leste, que ele exe3cutou com ajuda dos escultores Michelozzo e Benozzo Gozzoli. Desta vez o velho testamento chegou representado em 10 painéis, utilizando uma nova técnica de perspectiva, dando aos painéis uma sensação maior de profundidade, sendo estas portas apelidadas por Michelangelo como as portas do Paraíso.
Infelizmente devido a deterioração estas portas originais foram retiradas sendo peças de inestimável valor se encontram no Museo dell´ opera Del Duomo, preservadas em containeres, mergulhadas em nitrogênio. Em seus lugares foram colocadas cópias idênticas as originais.
O Interior parece o Panteão de Roma, e é pouco iluminado, entrando luz por pequenas janelas características do estilo Românico, e pela lanterna do topo. O um magnífico teto em mosaico é visto de interior, executado por artistas vienenses, representando o julgamento final com cenas de castigos horríveis.

Portas do paraíso
Foto de: Juan Tort

5. ARQUITETURA DO GÓTICO


Duomo de Milano
Jornal o Globo
       O gótico é um estilo arquitetônico que se desenvolveu entre os séculos XII e XV, na Idade Média, e colocava especial ênfase na leveza estrutural na iluminação das naves do interior do edifício, e que surgiu em contraposição à massividade e à deficiente iluminação interior das igrejas românicas. Desenvolveu-se fundamentalmente na arquitetura eclesiástica: catedrais, monastérios e igrejas.
      A palavra gótico vem de "Godo", no sentido pejorativo. Assim o batizaram os renascentistas, que somente consideravam arte à antiguidade clássica.
      A arquitetura gótica teve sua origem em França e se difundiu através de suas catedrais, principalmente ao Sacro Império Romano Germânico e à Coroa de Castela. Na Inglaterra também penetrou o estilo francês, porém logo adquiriu um forte carácter nacional. Na Itália não teve muita aceitação, e seu impacto foi muito desigual nas distintas regiões; chegou tarde e muito rapidamente foi substituído pelo Renascimento.
      Existem indícios de que o verdadeiro nome dessa expressão artística era, em latim, Opus Francigenum, "Obra Francesa". Inseriu-se no movimento cultural abrangente a várias expressões artísticas, que, por sua vez, surgiram no contexto mais amplo do chamado Renascimento do Século XII. Este estilo arquitetônico estendeu-se por um longo período de tempo da Idade Média e varia de local para local, sendo no entanto possível delimitá-lo desde meados do século XII a inícios do século XVI, quando do advento de um novo Renascimento que marcou o fim do período medieval. O primeiro gesto impulsionador da nova filosofia construtiva é dado em França, acabando por se estender a toda a Europa, no que ficou conhecido como o tempo das grandes catedrais.
      O gótico surge na Île de France, numa região que não era antes especialmente empreendedora arquitetonicamente. A lealdade de Cluny e Cister ao trono de S. Pedro era uma ameaça às intenções nacionalistas da casa real francesa. Pretendia-se um estilo arquitetônico próprio.
      O Abade Suger, responsável pelo projeto de Saint Denis, faz a mediação entre a realeza e a igreja. Suger servia em primeiro lugar os reis na luta contra a nobreza feudal e ambições internacionais do império.
      Saint Denis fica localizada no centro de domínio real. Foi com o projecto do Abade de Suger para a igreja abacial de Saint Denis que se iniciou o estilo gótico. A difusão do estilo tem relação direta com a ampliação da jurisdição do rei. As primeiras criações foram nas cidades de domínio real: Chartres, Amiens, Reims e Bourges.

Abadia de Santi Denis, considerada a 1ª construção gótica
Acervo de fotos da USP
       Suger afirmava a novidade da sua obra arquitetônica em termos teológicos: novo coro e nova fachada para um novo edifício cristão. Saint Denis era também o apóstolo de França, o santo nacional. A sua igreja despertava sentimentos tão nacionalistas como religiosos. Tratava-se de uma arquitetura rica em significados: filosofia neoplatónica e teologia cristã. Simbologia da luz, pensamento racional e matemático. Usa-se a cruz latina em analogia ao corpo humano.
      O gótico não é em si mesmo um estilo, é um sistema: usa a arquitetura como na catedral românica e nenhum dos seus elementos estruturais é invenção dos construtores góticos. A ogiva é uma invenção da Mesopotâmia trazida pelos cruzados para a Sicília e pelos Vikings para a Normandia. Era usada em caves e sítios escondidos. Há um salto conceptual difícil de explicar: num prazo de 40 anos torna-se num estilo maduro.
       Era chamada obra franca, um estilo étnico relacionado com o território em que o mais importante era a luz associada aos nórdicos.
      Um século depois de iniciado na França, o estilo gótico já domina toda a Europa.
      A arquitetura de estilo gótico surge de uma modificação estrutural importante da arquitetura românica. As construções típicas são os castelos fortificados, os torreões de defesa e as catedrais. Essas inovações se apresentam da seguinte maneira: as abóbadas são construídas com nervura de pedra e enchimento de tijolo (abóbada de aresta), o que as torna muito mais leves que as abóbadas românicas; o arco preferencial deixa de ser o arco pleno e passa a ser o arco quebrado (arco ogival); os contrafortes, devido aos empuxos menores, transformam-se em arcos botantes - braços externos perpendiculares à superfície do edifício, que sustentam, nas igrejas, a arquitetura central. Os arcobotantes são uma espécie de meios arcos construídos por cima da cobertura das naves laterais entre os extradorsos da abóbada central e os botaréus. Assim escorados, eles transferiam para o exterior: para os botaréus e deles para os alicerces, as pressões das abóbadas mais altas, tornando possível o seu equilíbrio. Com abóbadas mais altas adoptaram-se arcobotantes duplos ou de dupla arcada que neutralizavam as pressões do peso da abóbada.
      As estruturas vazadas permitem a utilização de rosáceas e vitrais com cenas religiosas. Predomina a verticalidade. As plantas seguem a forma da cruz latina e as fachadas abrigam esculturas e relevos.

Catedral de Estrasburgo
Autor(a) Ricardo Resende
       Na França e na Inglaterra prevalecem as igrejas góticas com torres truncadas, sem pontas; na Alemanha, altas torres pontiagudas. Entre as catedrais góticas francesas, destaca-se Notre Dame, em Paris, França; e entre as alemãs, a de Colônia, cuja construção começa em 1270 e se prolonga por 52 anos.
O verticalismo das edificações góticas enfatiza as transformações dos ideais estéticos, do gosto e do pensamento filosófico da época traduzidos no plano arquitetônico. Os mestres góticos desenvolveram técnicas, com o conhecimento das leis mecânicas e da resistência dos materiais, que permitiam cada vez mais a verticalização das construções (as flechas da Catedral de Estrasburgo chegam a 142 metros). Tais construções foram possíveis devido à utilização de abóbadas sustentadas por cruzarias ogivais e do arco quebrado em vez do arco de volta perfeita, além do emprego do arcobotante e dos contrafortes.
      Também conhecido como "arco quebrado", é formado por dois arcos de círculo que se cortam em ângulo agudo. É o principal elemento da arquitetura gótica.
      A abóbada de arcos cruzados é constituída pelo cruzamento de duas abóbadas de berço. As estruturas que suportam o peso da abóbada e que se intersectam em forma de X, tomam o nome de arestas e convergem no ponto mais alto da abóbada, chamado chave da abóbada. É um sistema racional e dinâmico de distribuição e equilíbrio de forças.
       Os arcobotantes (arcos com a abertura de um quarto de círculo) têm uma função estática definida: eles recebem pressões laterais das abóbadas de cruzaria ogival, descarregam-na sobre os contrafortes (estruturas de sustentação dispostas na parte de fora das paredes exteriores da catedral), e daí, para o chão. São destacados do corpo do edifício e vão até os pilares de sustentação externa, ou seja, aos contrafortes que têm finalidade de reforçar as paredes e de contrariar a pressão descarregada sobre eles.
       A arquitetura gótica é uma arquitetura de paredes transparentes, luminosas e coloridas. O vitral é um importante elemento, pois cria uma atmosfera mística que deveria sugerir, na visão do povo medieval, as visões do Paraíso, a sensação de purificação. A luz externa é filtrada pelos vitrais, dessa forma é criada uma atmosfera luminosa que não parece provir de uma fonte natural, transmitindo ao fiel uma sensação de êxtase.
      Os vitrais figurativos, além da função da luz, também serviam para mostrar às pessoas que não sabiam ler (e não conheciam as Escrituras) aquilo em que deveriam crer, ou seja, os vitrais também tinham função educativa. A transparência do vidro colorido sugeria que a luz provinha diretamente de Deus. A rosácea (localizada na zona superior nas fachadas das catedrais) é um elemento muito importante na arquitetura gótica, pois sua forma circular remete a dois símbolos: o sol, símbolo de Cristo e a rosa, símbolo de Maria. A rosácea também tem a função de constituir fonte de luz. 
5.1 GÓTICO INGLÊS

Catedral de Westminster
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          Já desde o século XI, concretamente no ano 1066, os normandos tinham-se estabelecido como dinastia dominante no trono inglês. Isto trouxe consigo a implantação dos modelos estéticos de sua terra natal, o norte francês, pelo qual o resultado final do gótico britânico tem muito que ver com o desenvolvimento do gótico em França. Ao mesmo tempo, temos de somar a grande tradição pictórica de qualidade que se tinha desenvolvido nas ilhas durante o período anglo-saxão e celta, já que o românico inglês era muito escasso. A dinastia normanda financiou a implantação das Universidades, como centros educacionais afastados da órbita católica, mais afim às ordens do Vaticano, para poder criar um conhecimento unido à monarquia. A mais importante neste momento foi Oxford. O grande centro artístico, no entanto, foi à corte de Londres. A pintura inglesa do gótico é quase em sua totalidade composta por quadros. 
         O estilo gótico inglês tem como característica o fato de apresentar imagens muito decorativas, realizadas com elegância.Outra característica da pintura inglesa é a presença de fundo, que apóia o aspecto de tapeçaria.

5.2 GÓTICO ALEMÃO

         O gótico alemão se põe em paralelo com outros estilos continentais, como o do gótico francês, e alguns rasgos do gótico inglês, especialmente nos vitrais, como nas da catedral de Estrasburgo. Uma das obras mais conhecidas do gótico alemão é a Códice Manesse, realizado para 1300 por Rudiger Manesse, dedicado ao rei de Boêmia.
         Uma das principais características do gótico alemão é o fato de demonstrar uma complexa simbologia religiosa ao mesmo tempo que exaltam o rei.
         



6. SIMBOLOS DO TEMPLO CRISTÃO

O templo cristão está recheado de simbolismos em sua própria arquitetura, e vamos ver isto nas principais partes do mesmo, tendo em vista que pisamos em território vasto que aborda diferentes partes, em que tomamos como ponto de partida o percurso do fiel que tenta sair do mundo profano e alcançar a casa de Deus.
O campanário tem como objetivo chamar ao culto, tendo após ele a porta, a pia com água benta e a nave que dirige os passos e os olhares do visitante para o altar.
O campanário não é um elemento da arquitetura paleocristã, sendo que nas igrejas mais antigas não havia campanário, tendo até algumas delas torres porém sem possuir sinos dentro das mesmas. Há dois sentidos desenvolvidos pelos autores e mestres medievais, para os campanários, sendo um relacionado ao antigo tema, vendo-se em uma das torres a Imagem de Maria e da igreja, chamadas de torre de David pela liturgia. Já a segunda corrente do símbolo é relacionado a natureza moral que o sino pode trazer, ou como "instrumento moralizador".
O fato das torres originalmente não servir para conter os sinos tem de ser levado em relevância, pois fica se a duvida do modo que estas torres seriam utilitárias ou meramente ilustrativas, o que trava uma discussão, já que tendo um conhecimento mesmo que pequeno da arte religiosa em todos os períodos, não há de se acreditar que estas torres não possuíssem finalidade seja simbólica, ou utilitária, tomando como exemplo alguns monumentos egípcios, que são como setas apontando aos céus procurando alcançar os Deuses, que a primeira vista não possuem uma função utilitária, parecendo esculturas decorativas, porém mostra-se que estão abarrotadas de simbolismos.
  Segundo o especialista em simbologia do templo cristão Jean Hani "A tentativa mais interessante, quanto a nós, para explicar a significação do campanário é a que a relaciona com o simbolismo cósmico do tempo em geral. Já a forma do campanário reitera o esquema do próprio templo: uma cúpula encimando um cubo, podendo aquela assumir a forma de uma pirâmide de seis ou oito faces, que é uma das fases da passagem da esfera, ao cubo. Assim, tudo o que dissermos acerca do simbolismo do templo aplica-se igualmente ao campanário."
      Existe também alguns labirintos que são desenhados no solo de algumas igrejas, que parece ser uma questão secundária, porém como já citado a simbologia do templo cristão é um campo vastíssimo, o que nos faz entender que o caráter destes labirintos, não só tem relevância como também seria injusto não falar de um elemento que tenta trazer mais luz ao entendimentos destes símbolos.
Milhares de lugares possuíam esta característica, porém com o passar do tempo muitas sumiram e este elemento ficou esquecido. A origem de3ste elemento é sem dúvida de muito longe sendo que já foi encontrado em basílicas paleocristãs (Orleanville), tendo relação com o famoso labirinto de Creta, comprovado por inscrições e figurações, porém indo mais ainda ao passado sendo que este fato "cretense" é apenas uma hipótese que talvez o estilo basílico dos edifícios tenha nascido em Creta.
Autran, fez a observação que estes labirintos pode ter uma relação muito mais antiga tendo em vista que os desenhos coincidem (segundo ele), com o desenho dos megálitos pré históricos (como Stonehenge), há no museu de Dublim, Pedras megalíticas com Labirintos similares gravados, o que nos faz não rejeitar a hipótese de uma transmissão pela civilização construtora dos megalíticos.
      Os labirintos nos templos se encontram na nave, no cruzeiro do transepto, e são visíveis pelo fiel assim que este cruza a porta, já que eles estão desenhados no começo da nave.
Motivos Geométricos ou cenas figuram o centro do labirinto que se estendem por uma série de círculos concêntricos ou octogonais. O centro apresenta uma intersecção de dois eixos que formam uma cruz visível, através de curvas das linhas dos círculos.
Obviamente assim como os campanários não se pode crer que nos labirintos exista um motivo somente ornamental, o que sabemos com certeza é que os labirintos serviam para exercícios de devoção, ligados a indulgências. Existe uma tese de que estes labirintos eram assinaturas das corporações de artesões que construíam as igrejas, que é de certa forma rejeitada por se conhecer alguns símbolos dos artesãos que se faziam representar.
Ao entrar nos templos há certa magia que provem da existência de um centro do qual irradiam linhas que originam, em função da proporção divina, formas, superfícies, volumes em expansão até um limite sabiamente calculado, que as detém, reflete e reenvia ao ponto de origem. E esta dupla corrente constitui, de certo modo, a "respiração" subtil desse organismo de pedra, que se dilata para o exterior para preencher o espaço, após o que se concentra na sua origem, no seu coração, que é pura interioridade.
Este centro para onde tudo converge é o altar, que é o local mais sagrado do templo, sendo a razão da existência do próprio templo assim como também, a essência do templo. Por exemplo, existe a possibilidade de se realizar uma celebração, ou culto fora de um templo, porém mesmo assim é necessário um altar. O altar é a mesa, a pedra de sacrifício, o único meio de estabelecer um contato direto com Deus. No altar Deus vem até nós e nos vamos até Deus, é o centro de reunião, de assembléia cristã, de junção das almas de todos presentes, cujo o símbolo (da alma), é a própria pedra da qual é feito altar. Até mesmo no velho testamento, Moises ao fazer o pacto de Deus com seu povo, fez um sacrifício, derramando sangue no altar para Deus e uma outra parte para o Povo o qual aspergiu o sangue.
Vemos em diversos outros contextos altares como nas religiões Judaicas, em Jerusalém, e altares de sacrifício do cordeiro, sendo o altar cristão uma união de todos estes altares.









7. CONCLUSÃO
     
      Estilo Românico este estilo prevaleceu na Europa no período da Alta Idade Média (entre os séculos XI e XIII). Na arquitetura, principalmente de mosteiros e basílicas, prevaleceu o uso dos arcos de volta-perfeita e abóbadas (influências da arte romana). Os castelos seguiram um estilo voltado para o aspecto de defesa. As paredes eram grossas e existiam poucas e pequenas janelas. Tanto as igrejas como os castelos passavam uma idéia de construções "pesadas", voltadas para a defesa. As igrejas deveriam ser fortes e resistentes para barrarem a entrada das "forças do mal", enquanto os castelos deveriam proteger as pessoas dos ataques inimigos durante as guerras.  
      Com relação às esculturas e pinturas podemos destacar o caráter didático-religioso. Numa época em que poucos sabiam ler, a Igreja utilizou as esculturas, vitrais e pinturas, principalmente dentro das igrejas e catedrais, para ensinar os princípios da religião católica. Os temas mais abordados foram: vida de Jesus e dos santos, passagens da Bíblia e outros temas cristãos.  
      O estilo gótico predominou na Europa no período da Baixa Idade Média (final do século XIII ao XV). As construções (igrejas, mosteiros, castelos e catedrais) seguiram, no geral, algumas características em comum. O formato horizontal foi substituído pelo vertical, opção que fazia com que a construção estivesse mais próxima do céu. Os detalhes e elementos decorativos também foram muitos usados. As paredes passaram a ser mais finas e de aspecto leve. As janelas apareciam em grande quantidade. As torres eram em formato de pirâmides. Os arcos de volta-quebrada e ogivas foram também recursos arquitetônicos utilizados.  
      Com relação às esculturas góticas, o realismo prevaleceu. Os escultores buscavam dar um aspecto real e humano às figuras retratadas (anjos, santos e personagens bíblicos).   
      No tocante à pintura, podemos destacar as iluminuras, os vitrais, painéis e afrescos. Embora a temática religiosa ainda prevalecesse, observam-se, no século XV, algumas características do Renascimento: busca do realismo, expressões emotivas e diversidade de cores. 
      
















8 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

AUTOR IGNORADO. Arte Gótica. Disponível em:
http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cartas&subsecao=arte&artigo=20050511092006&lang=bra . Acesso em 10/11/2006.

AUTOR IGNORADO. Wikipédia. Disponível em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A1gina_principal. Acesso em 01/11/2006.

GOZZOLI, M.C. Como Reconhecer a Arte Gótica. São Paulo: Martins Fontes, 1986. 69p
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HINDLEY, Geoffrey, O Grande Livro da Arte - Tesouros Artísticos do Mundo.
Verbo: Lisboa/São Paulo, 1982.

JANSON, H. W. História da Arte. [Tradução de J. A. Ferreira de Almeida com
colaboração de Maria Manuela Rocheta Santos]. - 2ª ed. - Lisboa: Fundação
Calouste Gulbenkian, 1977. 777 p.

RAMALHO, G. Saber Ver a Arte Românica. São Paulo: Martins Fontes, 1992.

RIBEIRO, F. História crítica da Arte - 5 volumes. Rio de Janeiro: Fundo Cultura, 1965. 265p..

STRICKLAND, Carol e BOSWELL John. Arte Comentada. Da Pré-História ao Pós- Moderno. 14ª edição. Tradução de Ângela Lobo de Andrade. Rio de Janeiro.
Ediouro, 2004. 198 páginas








Rodrigo José Guergolet
Ribeirão Pires, 27 de novembro de 2008

Um comentário:

Pivot Fan disse...

Muito legal!
Mostra certinho como qe é
bom trabalho