terça-feira, 14 de abril de 2009

Islamismo



"Ele é Deus e não há outro deus senão ele. Ele é o Soberano, o Santo, a Paz, o Fiel, o Vigilante, o Poderoso, o Forte, o Grande! Que Deus seja louvado acima dos que os homens Lhe associam"
Corão
1. INTRODUÇÃO - O ISLAMISMO
1.1. CORRENTES ISLÂMICAS
1.2. TERRAS ISLÂMICAS SAGRADAS
1.3. MAOMÉ O PROFETA
1.4. LINHA DO TEMPO DO ISLAMISMO
2. ARQUITETURA ISLÂMICA
2.1. OS MOTIVOS VEGETAIS E GEOMÉTRICOS
2.2. OS MOTIVOS EPIGRÁFICOS
3. CALIGRAFIA ISLÂMICA
3.1. OS DIFERENTES TIPOS DE ESCRITA
4. ARTES MENORES
4.1. TAPETES
4.2. A ARTE NA CERÂMICA 
4.3. A ARTE NOS METAIS E VIDRO
5. LEGADOS
6. CONCLUSÃO
7. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
























1. INTRODUÇÃO - O ISLAMISMO


Encyclopædia Britannica, 2007. "Allah."
      O Islamismo é uma religião monoteísta que começou com o profeta Maomé (Muhammad), e tem como Deus Alá. Segundo os Islâmicos essa religião surgiu desde a criação do Homem, com Adão que foi o primeiro profeta, o que mostra a proximidade do Islão com o Cristianismo e o Judaísmo.
      Essa religião tem como base o último profeta Maomé (criador da religião), e seu livro sagrado chamado erroneamente de Alcorão, sendo al apenas um artigo árabe, tendo como seu nome real Corão.
      O Médio Oriente e o Norte da África, assim como a antiga pérsia e a Índia já tinham sido atingidos pela onda islâmica 200 anos após a morte de Maomé, anos mais tarde o Islamismo ainda atingiu a Anatólia, os Bálcãs e até mesmo a África subsaariana (que é composta de 47 países).
      A Mensagem islâmica foi popular pelo simples fato de ser simples, para ter a salvação, bastava acreditar em Alá, viajar a Meca uma vez durante a vida (se houver condições), rezar cinco vezes ao dia como corpo voltado a Meca, pagar as dádivas rituais (assim como o dizimo) e jejuar no mês do Ramadão.
      Os ensinamentos de Alá (Allah) estão contidos no Corão (Qur´na, que significa recitação). O corão é mais um livro de regras do que um livro de estórias, como a bíblia, os muçulmanos acreditam que Maomé em suas conversas com companheiros contou muito sobre o encontro que deu inicio ao Islamismo, onde Maomé dizia ter se encontrado como Anjo Gabriel, e através de revelações o fez pregar a religião monoteísta. Estes companheiros diziam ter memorizado muito do que Maomé dizia, e escreveram nos matérias que tinham em mãos, considera-se que este livro foi estruturado no ano entre 610 e 632 d.C.
      O Corão é dividido em suras (capítulos), sendo estes 114, subdivididos em Avat´s, não possuindo uma cadência de tamanho ou cronológico, considerando-se 92 suras revelados em Meca e 22 em Medina, sendo identificados por palavras do início dos capítulos.
      Há uma grande preocupação por parte dos mulçumanos em manter o Corão assim como o original, sendo desencorajadas as traduções e normalmente recitados em sua língua original, inclusive os mulçumanos que o memorizam em sua língua original são chamados de Hafiz, que significa de maneira literal, guardião.
      O Corão obtém mensagens de um único Deus, dos diversos profetas anteriores a Maomé que foram rejeitados quando enviados aos seus respectivos povos, para pregar um único Deus, avisos sobre o juízo final e regras relacionadas à vida dos fieis.
      
1.1 CORRENTES ISLÂMICAS


Muçulmanos em Meca
Sandro Estevão
      Até hoje nos telejornais, e na imprensa escrita, ouvimos falar da briga (guerra), entre Sunitas e Xiitas.
O profeta Maomé faleceu em 632 d.C sem deixar claro de quem seria a sucessão da liderança da comunidade muçulmana, assim logo após sua morte um dos primeiros convertidos e companheiro de Maomé, foi eleito Califa (representante Islâmico), função da a qual exerceu por dois anos até morrer, sendo seguido por Omar e Otman, exercendo a função por 10 e 12 anos respectivamente.
Após a morte deste último califa surgiu uma discussão sobre de quem seria o direito de representar os mulçumanos, dividindo esta religião, entre os que acreditavam que deveria ser delegado a Ali, primo de Maomé, casado com sua filha, e os que acreditavam que deveria ser conferido ao primo de Otman. A Principio Ali ganhou a disputa (656 d.C), o que iniciou uma guerra civil entre os partidários das duas facções. Em 661 Ali é assassinado, o que dá ao primo de Otman e sua família o poder, porém esta batalha pelo califado vem se estendendo desde este tempo.
Essas lutas originaram os dois principais ramos que dividem o mundo muçulmano, os partidários de Ali (Shiat ali ou xiitas), e os sunitas partidários do primo de Otman, sendo os sunitas 90% dos mulçumanos atuais.

1.2 TERRAS ISLÂMICAS SAGRADAS

      O Local mais sagrado para os islâmicos é a Caaba, que fica exatamente na cidade de Meca, para onde todos os muçulmanos se viram para rezar, considerado pelos fieis Islâmicos o local mais sagrado do mundo, localizado dentro da mesquita de Al Masjid Al-Haram.

Cúpula da Rocha
Fonte - abbra.eng.br/jerusalem.htm
Essa construção tem um formato de cubo de 15,24 metros de altura e é cercada por muros de 10,67metros. A Caaba abriga uma pedra escura de 50 centímetros, que a relíquia mais sagrada do Islã, chamada de Hajar el Aswad, estudiosos acreditam que ela seja o resto de um meteoro.
Antes de ser um local sagrado para os islâmicos, a Caaba possuía cerca de 360 ídolos, sendo provavelmente uma representação zodiacal, quando Maomé dominou Meca, repudiou todos os Deuses pagãos destruindo os ídolos, porém poupou a Caaba tornando-a o centro de peregrinação Islâmica.
Para o muçulmano a Caaba, não é somente o centro de peregrinação como o centro do universo, onde Abraão estabeleceu seus fundamentos e recebeu a pedra negra do Anjo Gabriel, lendas muçulmanas afirmam também ter sido um templo construído por Adão, o primeiro profeta.
O segundo local sagrado para os muçulmanos é Medina (que significa cidade do profeta), pra onde Maomé e os primeiros Islâmicos fugiram quando foram ameaçados politicamente, religiosamente e economicamente em Meca (no Islã não existe divisão de política, religião ou economia). Nesta cidade há uma grande mesquita onde Maomé está enterrado.
E o terceiro lugar sagrado dos islâmicos é Jerusalém, devido aos profetas anteriores a Maomé (inclusive Jesus, pois os muçulmanos não desacreditam no judaísmo, nem no cristianismo, só acreditam que estas correntes foram versões anteriores do próprio Islamismo, e foram deveras deturpadas com o tempo, fazendo parte da própria história do Islã), e também por ser a cidade onde se acredita que Maomé fez uma viagem noturna cavalgando um ser chamado Buraq, lá ele teria subido aos Céus conversado com Deus e com os antigos profetas. No local onde se acredita que Maomé subiu ao Céu foi construído a Cúpula da Rocha, sobre as ruínas do antigo templo de Salomão.


1.3 MAOMÉ O PROFETA


Pintura turca da idade Média (Maomé)
Portal Fernando Fernandes
      Maomé, originalmente Muhammad nasceu em Meca em 570 d.C e morreu em oito de junho de 632. Ele tentou restabelecer a religião monoteísta de Abraão, considerado pelos muçulmanos o mais recente e último profeta de Deus (Alá).
Jesus Cristo, Moisés, Davi, Jacob, adão, Isaac, Ismael e Abraão, foram os antecessores de Maomé como profetas, sendo que ele foi um grande líder político, militar e religioso árabe, unificando várias tribos isoladas, permitindo que o império Islâmico se tornasse grandioso, se estendendo pela pérsia até a península Ibérica.
Maomé como a maioria dos nascidos em Meca desempenhou a profissão de Mercador na primeira parte de sua vida, viajando por grandes extensões de terra, ele tinha por hábito orar em lugar isolado, acredita-se que em 610 em uma das cavernas do monte Hira, enquanto orava recebeu uma visita do Anjo Gabriel que revelou a ele alguns versos posteriormente integrados ao Corão, e também que seria o ultimo profeta que Deus enviara a humanidade para mostrar-lhes a "verdade", neste tempo Maomé tinha 40 anos.
Assim após três anos Maomé começa a pregar publicamente que foi incumbido de restaurar a religião Judia e Cristã, que teriam sido corrompidas e esquecidas, levando em conta que estas duas religiões já eram a muito conhecidas pelos Árabes.
Devido ao comércio de Meca ter lucros em função do culto aos Deuses pagãos e a rejeição comum destas mensagens Maomé e seus seguidos começaram a ser perseguidos, sendo obrigados em 622 a abandonar Meca. Esta imigração é conhecida como Hégira, que marca o início do calendário mulçumano.
A cidade que acolheu Maomé e seus seguidores foi Medina, onde ele se tornou chefe da primeira comunidade muçulmana, vindo depois a dominar Meca e destruir os Ídolos (como já citado), sendo usada a mesma organização militar de Maomé posteriormente para derrotar as tribos da Arábia.
O grande feito do Profeta Maomé foi unificar todo o território sob a bandeira do Islão.
1.4 LINHA DO TEMPO DO ISLAMISMO


* 570 d.C.: Nascimento de Maomé, em Meca.
* 595: Casamento de Muhammad com Cadija, uma viúva rica.
* 610: Segundo a tradição muçulmana, Maomé recebe a revelação da sua missão profética enquanto meditava no monte Hira, em Meca.
* 613: Maomé começa a pregar em público a sua mensagem religiosa.
* 615: Perseguição dos primeiros muçulmanos pelos Coraixitas. Uma parte deles foge para a Abissínia.
* 619: Morte de Cadija e do tio de Maomé, Abu Talib.
* 622: Migração de Maomé e dos seus seguidores de Meca para Medina (Hégira). O evento marca o início do calendário islâmico.
* 630: Conquista de Meca.
* 632: Morte de Maomé (8 de Junho). Morte de sua filha, Fátima.
* 632-634: Califado de Abu Bakr.
* 634-644: Califado de Omar.
* 635: Conquista de Damasco.
* 639: Conquista do Egito.
* 640: Conquista da Pérsia.
* 644-656: Califado de Otman.
* 653: Data de canonização do texto do Alcorão.
* 656-661: Califado de Ali.
* 657: Batalha de Siffin entre o exército omíada e os partidários de Ali.
* 661: Assassinato de Ali por um kharijita. Muawiya torna-se o primeiro califa omíada.
* 661-750: Dinastia omíada.
* 678: Morte de Aixa, uma das mulheres de Maomé.
* 680: Martírio de Hussein, filho de Ali e neto de Maomé, em Karbala.
* 711: Conquista da Península Ibérica por árabes e berberes.
* 711-712: Conquista do Vale do Indo.
* 750: Queda dos Omíadas e ascensão dos Abássidas.
* 762: Fundação de Bagdade, capital dos Abássidas.
* 767: Morte do erudito legal Abu Hanifa.
* 855: Morte do erudito legal Ibn Habal.
* 870: Morte de Bukhari, compilador de Hadith.
* 970: Fundação da mesquita Al-Azhar no Cairo.
* 1090: Hassan i Sabbah Toma a fortaleza de Alamut, criando a Ordem Ismaelita dos Assassinos
* 1099: Os cruzados tomam Jerusalém.
* 1162: Hassan II de Alamut abole a xariá no Teerã, fundando um estado gnóstico ismaelita sob domínio dos Assassinos na região.
* 1166: Hassan II de Alamut é assassinado e sucedido por Maomé II.
* 1187: Saladino reconquista Jerusalém aos cruzados.
* 1210: Hassan III de Alamut restaura o ismaelismo original no Teerã, os seguidores de Hassan II e Mohhaamed II migram para a Índia, influenciando o futuro ismaelismo hindu (Khojas).
* 1256: Os mongóis conquistam Alamut e quase a totalidade dos domínios dos Assassinos. A Ordem desaparece por séculos.
* 1258: Os mongóis conquistam Bagdade. Fim da dinastia abássida.
* 1453: Conquista de Constantinopla pelos Turcos Otomanos.
* 1492: Fim do Reino de Granada na Península Ibérica. O seu território é integrado na Espanha.
* 1517: Os Otomanos conquistam o Egito. O imperador otomano toma o título de califa.
* 1609-1614: Expulsão dos muçulmanos de Espanha.
* 1798: Napoleão invade o Egito.
* 1818: A comunidade ismaelita (nas sobras desde a queda de Alamut pelos Mongóis) ressurge quando o Shá do Irã dá ao governador da província Kermen o título de Aga Khan, existente até os dias atuais.
* 1917: Abolição do califado.
* 1947: Independência do Paquistão, baseada na sua maioria muçulmana em relação à Índia hindu, da qual se separa.
* 1979: Derrubada do Shah Reza Parlevhi e Criação da República Islâmica do Irão.
* 2001: Surgimento do Estado Islâmico do Afeganistão

* Fonte:.  http://www.portalgv.com.br/enciclopedia.asp

2 ARQUITETURA ISLÂMICA

Segundo o filósofo e historiador da arte Roger Garaudy, a arquitetura islâmica, mostra o quão magnífico é deus mesmo onipresente e invisível, usando uma "sinfonia de pedra", com harmonia matemática, raciocínio e musical, tentado simbolizar essa transcendência.

Masjid-i-Sha escola de estudantes islâmicos
Portal História do mundo
      A arquitetura islâmica possui um forte simbolismo, principalmente nas mesquitas, que são as casas de oração, que funcionam como porta para uma realidade sensível e espiritual e outra transcendental como citado, tendo como elementos principais o uso da luz, a ordem geométrica e a caligrafia que ornamenta os templos, sem contar é claro com a estrutura das construções islâmicas.
Segundo este mesmo historiador é necessário recorrer à música para acompanhar a magnificência das curvas que se entrelaçam formando hexágonos e outras figuras geométricas, formando uma repetição criativa, juntamente com os suaves contornos em gesso que copia formas vegetais e minerais, assim como os harmoniosos arcos.
Os arquitetos muçulmanos procuravam através de a luz alcançar outra metáfora (de divino, ou de revelação), utilizando vários recursos técnicos para atingir este objetivo, sendo que ela assim como a caligrafia marca os principais pontos da construção, se tratando de uma mesquita até mesmo o oratório que se encontra virado para o lado de Meca sendo a maior prova da unidade muçulmana.
A água era também muito presente nas construções mulçumanas, tendo em vista que é uma religião que surgiu no deserto onde homens passavam sede, tem como significado a passagem do puro para o não puro, do sagrado para o profano. Toda mesquita conta com uma fonte de água corrente na ante-sala de orações (Sahn), onde os fieis lavam antebraços, rosto, mãos e pés para se purificar para a oração (Wudhu).
Já na área externa das mesquitas a uma torre chamada minarete onde o muezin chama os fiéis para a oração cinco vezes ao dia, Na área externa a mesquita é marcado pelo minarete, torre da qual o muezin faz cinco vezes ao dia o adhan - chamado para a oração - avisando a vizinhança que chegou a hora de rezar. 
A partir da Hégira (fuga de Maomé para Medina), o Islamismo começou a crescer, criando em um espaço de 100 anos um dos maiores impérios que já se viu. Devido à tolerância as culturas conquistadas e ao judaísmo e cristianismo, assim como a grande extensão deste império criou se vários estilos artísticos islâmicos, porem todos, com a mesma estética.
Na capital damasco, os Islâmicos ocuparam a grande Basílica de São João a transformando em uma mesquita, e foi exatamente neste período na Síria que se encontram os mais importantes exemplos da primeira fase da arquitetura islâmica, outra conversão de templo importante é da mesquita Al Aqsa , e junta a ela a cúpula da Rocha em Jerusalém. Sabe-se que o uso do tijolo na abobada, a decoração geométrica, e o arco pontiagudo, e a ornamentação em estalactite provém da pérsia, de onde a maior parte da arquitetura islâmica sofre influência.
Quando a Capital Islâmica é transferida de Damasco para Bagdá, começa-se a perceber influências da mesopotâmia, como podemos ver na mesquita de Amr no Egito do século VIII. A partir do século IX, a arte mesopotâmica perde influência em detrimento da arte persa. Na Pérsia a arquitetura monumental é derivada da antiga arte iraniana, lá surge o liwam (câmara abobadada), que pode ser visto na mesquita de Ispahan. Suntuosos palácios são erguidos, como o de Ispahan, onde é feita uma decoração com faiança poli cromada, um azulejo primitivo. Na Índia a arquitetura islâmica também se adapta às formas tradicionais, durante a dinastia mongul (XVI - XVII) são construídas obras esplêndidas como os palácios de Delhi, Agra, Fatehpur, Sikri, Lahore e Udaipur, que eram divididas em partes públicas e privadas. As mesquitas são de influência persa. Mas é na arquitetura mortuária que se encontra o maior esplendor da arquitetura islâmica indiana, como o de Mahmud, em Bijapur, mas, sobretudo pelo famoso Taj Mahal, erguido pelo imperador Shah Jahan entre 1631 e 1633 em memória de sua esposa Mumtaz-i-Mahal. Exemplo da arquitetura islâmica africana é a mesquita de Kairouan, Tunísia, construída em 670 e reconstruída em 836. Lá surge uma nova forma, a maksoura, espaço coberto com uma cúpula e fica em frente ao mirhab. Esta arquitetura reflete-se na arquitetura espanhola (Sevilha, La Giralda), onde as mais belas casas e palácios são obras de arquitetura mourisca como em Alhambra, Granada.

Mausoléu do profeta Hafiz em Shiraz
2.1 OS MOTIVOS VEGETAIS E GEOMÉTRICOS

Embora os motivos vegetais sejam fáceis de identificar a época que surgiram (no período Omiada como se pode entender melhor na introdução), a abstração veio de maneira rápida e sólida, com meias férulas e o contorno das rochas, assim como à estilização das folhas e caules, vindo a partir do século X e XI, se juntarem em um mesmo estilo arquitetônico que veio a ser aplicado no oriente islâmico.
Já o estilo Geométrico é considerado a composição mais original da arte Islâmica, que tem influências das formas geométricas gregas, vindo a se desenvolver em grandes polígonos entrecruzados podendo até mesmo se distinguir um polígono "gerador", do qual todos os outros provém esse estilo é chamado de laçaria que é classificado de acordo com o número de laços feitos. Paralelamente há um estilo mais simples chamado de rombos ou sebka, que acaba se tornando característica de al - andaluz.


Jardins de Alah, os Motivos vegetais e Mosaico de Alhambra, os motivos geométricos.
Fotos de Ramon Tarrio






2.2 OS MOTIVOS EPIGRÁFICOS


Taj-Mahal
India
Era comum na arquitetura Islâmica, escrever como decoração, tendo em vista, que os islâmicos possuem uma belíssima caligrafia, sendo estas inscrições com trechos do corão, ou de caráter piedoso. Essa caligrafia, se pode dizer que acabava por contar a história dessa arquitetura e seus intuitos, havendo duas formas mais usadas que é a cúfica (de características retas e angulosas), e a Nesjt que parecia uma letra cursiva, muito usada no Ocidente.
Mesmo com motivos diferentes, os islâmicos não deixaram de integrar todos eles em uma só decoração sem deixar que estes perdessem sua identidade, começando as vezes com as formas geométricas, seguidas de uma laçaria e com inscrições poéticas logo em seguida como em Alhambra.
As principais características da arquitetura islâmica é a valorização da luz, da água e dos jardins, assim como a grande importância dada aos objetos, que seriam então vistos como objetos artísticos, lembrando que devido a grande extensão de território e a capacidade de incorporar outras culturas fazem com que a arte islâmica seja muito variada.





3 PINTURA ISLÂMICA


"Revista de Estudos Árabes" 
Caligrafia de Hassan Massoudy
      
      Na realidade, devido ao Islamismo proibir veementemente o culto as imagens, pouco se tem de pintura islâmica, sendo que a maior parte delas, são feitas, por não islâmicos observadores.
Porem está na caligrafia o maior legado artístico islâmico, sendo para eles até a atualidade um dos bens mais valiosos desta cultura, que procura manter intocado seu idioma e caligrafia, sobretudo porque na teoria, Deus teria falado através do anjo Gabriel em árabe, e as palavras de Deus foram escritas em Árabe, e para compreender totalmente as intenções de Deus, eles devem saber falar a língua em que ele falou com eles, sendo assim a língua e caligrafia islâmica o tesouro mais valioso para eles.
        Por isso, usaram a caligrafia como expressão religiosa e, no decorrer do tempo, a escrita tornou-se uma arte muito respeitada. Segundo o sábio muçulmano Yasin Hamid Safadi, "No Islam, a supremacia da palavra está refletida na aplicação universal da caligrafia. "
        A escrita arábica é um ramo das escritas semitas, onde só as consoantes estão representadas. Ela é derivada da escrita nabatéia que, por sua vez, vem da aramaica. Os nabateus eram árabes semi-nômades que viviam numa área que se estendia desde o Sinai e norte da Arábia, até ao sul da Síria e seus domínios incluíam as cidades de Hijr, Petra e Busra. Embora o império tenha acabado em 105 d.C, a língua e a escrita tiveram profundo impacto no desenvolvimento do alfabeto arábico.
        A partir de de 650 d.C, foram consignadas, por escrito, as primeiras versões completas do Alcorão, numa forma denominada jazm, o alfabeto arábico mais antigo de que se tem referência. Acredita-se que era uma forma mais avançada do alfabeto nabateu. As letras rígidas, angulares e bem proporcionadas do alfabeto jazm iriam influenciar mais tarde o famoso alfabeto kufi, a escrita cúfica que se desenvolveu na cidade de Kufi, no Iraque. A escrita cúfica, de traço vigoroso e angular, durante séculos foi o meio mais popular de registro do Alcorão sagrado. Simultaneamente, desenvolveram-se outras escritas cursivas com fins burocráticos e privados, e, em meados do século X, já estavam fixadas as seis escritas clássicas da caligrafia islâmica: Thuluth, Naskh, Muhaqqah, Raihani, Tawqi e Riqa.igrafia isllingua s.
ber falara lingua be, idioma e caligrafia, sobretudo porque na teoria, Deus teria falado atraves      
        Por isso, usaram a caligrafia como expressão religiosa e, no decorrer do tempo, a escrita tornou-se uma arte muito respeitada. Segundo o sábio muçulmano Yasin Hamid Safadi, "No Islamismo, a supremacia da palavra está refletida na aplicação universal da caligrafia. "

Cópia do corão do século XIII
Foto: AP
        A escrita arábica é um ramo das escritas semitas, onde só as consoantes estão representadas. Ela é derivada da escrita nabatéia que, por sua vez, vem da aramaica. Os nabateus eram árabes semi-nômades que viviam numa área que se estendia desde o Sinai e norte da Arábia, até ao sul da Síria e seus domínios incluíam as cidades de Hijr, Petra e Busra. Embora o império tenha acabado em 105 d.C, a língua e a escrita tiveram profundo impacto no desenvolvimento do alfabeto arábico.
        A partir de de 650 d.C, foram consignadas, por escrito, as primeiras versões completas do Alcorão, numa forma denominada jazm, o alfabeto arábico mais antigo de que se tem referência. Acredita-se que era uma forma mais avançada do alfabeto nabateu. As letras angulares e bem proporcionadas do alfabeto jazm iriam influenciar mais tarde o famoso alfabeto kufi, a escrita cúfica que se desenvolveu na cidade de Kufi, no Iraque. A escrita cúfica, de traço vigoroso e angular, durante séculos foi o meio mais popular de registro do Alcorão sagrado. Simultaneamente, desenvolveram-se outras escritas cursivas com fins burocráticos e privados. em meados do século X, já estavam fixadas as seis escritas clássicas da caligrafia islâmica: Thuluth, Naskh, Muhaqqah, Raihani, Tawqi e Riqa. Estas escritas acabam, se unindo formando doze.
        
3.1 Os diferentes tipos de escrita
        
        No século X a escrita Nash ficou famosa, depois de ser redesenhada por um famoso calígrafo Islâmico chamado Ibn Muqlah. Seu estilo característico tem como base sua proporção abrangente, posteriormente foi uma escrita reformulada e deixada digno do corão chegando a ser a caligrafia mais utilizada para escrever o livro, sendo uma letra de deixa relativamente se ler e escrever com facilidade acabou caindo nas graças do povo.
        

Em nome de Deus, o Clemente e Misericordioso em escrita Nash
        

5 tipos diferentes de Kufi, sendo o último o mais usado
         Durante os primórdios Islâmicos a escrita mais utilizada era o Kufi sendo criada nas cidades de Basra e Kufa no Iraque, na segunda década islâmica, próxima ao século VIII. Tinha medidas proporcionais especificas e tem como característica, uma angulosidade e linhas quadradas como predominância.  Essa escrita tem linhas mais alongadas horizontalmente, ao contrário da caligrafia Nash, sendo uma letra larga, podendo ser facilmente usada devido a sua angulosidade e construção geométrica, em qualquer espaço e material, desde pequenos quadrados na seda até grandiosos monumentos.
        A escrita Kufi, não possuía muitas regras, fazendo com que ela fosse utilizada principalmente para decoração, sendo de fundo floral, até textos do corão, na arquitetura.
        Com seu começo de desenvolvimento no século VII e término tardio no século IX, a escrita thuluth foi pouquíssima usada para se escrever o Corão, sem deixar de ser a mais importante caligrafia ornamental daqueles tempos até a atualidade, sendo muito encontrada em títulos, cabeçalhos, etc.
        A escrita tuluh tem a característica de possuir linhas curvas, dando um aspecto cursivo para a escrita, contando com pequenos pontos e traços que compõem o charme desta caligrafia, possuindo uma estética plástica magnífica.

Surata Al-Fatiha, em escrita Thuluth
      A escrita riqa, também chamada de ruq´ah, evoluiu das escritas naskh e thuluth. Ainda que tenha uma afinidade maior com a escrita thuluth, a escrita riqa tomou uma direção diferente, ficando mais simplificada. As formas geométricas das letras são semelhantes às da thuluth, porém menores e com mais curvas. Ela é arredondada e estruturada de uma forma mais densa, com pequenos traços horizontais.

Nastaliq, guachee sobre estuque com traços de ouro.
      A escrita riq´ah foi uma das favoritas dos calígrafos otomanos e sofreu muitas modificações nas mãos do shaike Hamdullah al-Amasi. Mais tarde, ela foi revista por outros calígrafos até transformar-se na escrita mais popular e a mais amplamente usada. Hoje, a escrita riqâ´ah é a preferida para a caligrafia no mundo árabe.
      As escritas cursivas também foram rapidamente utilizadas para a transcrição do Corão, trazendo novas possibilidades de efeitos decorativos. E surgiram, assim, as outras quatro escritas importantes: Tumar, Ghubar, Taliq e Nastaliq, que, embora não fossem populares entre os árabes, foram durante quase quatro séculos a escrita favorita dos muçulmanos do Irã, Turquia e Índia.
Já a escrita Taliq, acredita-se que provêm de uma linguagem pérsica antiga e esquecida, conhecida como firamuz. A caligrafia Taliq, tinah como apelido Farsi, sendo uma letra cursiva e modesta aproximando-se das outras, em uso desde o século IX, sendo que hoje tem grande aceitação no mundo árabe.
Houve também um estilo mais leve desenvolvido pelo calígrafo persa Mir Ali Sltun al-Tabrizi, que devido a sua elegância, foi uma caligrafia usada em ocasiões muito especiais, nastaliq, derivá de Nash e Taliq, fazendo com que esta letra tenha sido muito usada, menos no Corão. 
4 ARTES MENORES
4.1 TAPETES


Tapete Kiz-Gordes
Anatólia
      O nome "tapete oriental" é frequentemente usado para se referir a todos os  tapetes com nós feitos a mão. A arte de dar nós e de tecer os tapetes e as mantas foi uma criação clássica dos povos nômades, que encontrou acolhida por parte dos muçulmanos, assim como  do mundo não muçulmano. Nenhum produto surge mais diretamente das possibilidades e das necessidades da         vida nômade. As mulheres fiam e tecem, em forma de tapetes, a lã e o pêlo dos rebanhos, e ao mesmo tempo, encontram tintas naturais de plantas e          insetos à sua volta. Os produtos das suas oficinas constituem um mobiliário magnífico daqueles que vivem em tendas.         
      Entre as comunidades sedentárias, os tapetes alcançaram novas funções, como cobrir as áreas sagradas das capelas funerárias e das mesquitas, mostrarem a riqueza e o bom gosto dos mercadores e príncipes, e proporcionar a matéria para exportações lucrativas para a Europa. Os modelos criados foram ricos e variados; configuraram-se desde as formas estilizadas e os desenhos geométricos aos tapetes para oração, que reproduzem o nicho do mihrab e as composições realistas que representam homens, animais e flores já que os islâmicos não reproduzem figuras humanas. 
      Alguns dos maiores centros de tapeçaria surgiram na Pérsia e na Turquia. Os manuscritos persas descrevem um tapete do rei Chosroes I, tecido em algodão, seda, ouro e prata e guarnecido com pedras preciosas.
Marco Pólo, em sua visita à região da Anatólia, na Turquia, descreveu os tapetes da região, com seus desenhos geométricos e figuras de animais, como os mais belos do mundo.
  No mundo islâmico, os tapetes foram usados principalmente para cobrir o chão das mesquitas e casas. Também eram usados como decoração das paredes. Eram feitos de lã de carneiro, do pêlo da cabra ou do camelo, e mais tarde, em algodão e seda. A lã é tirada dos numerosos rebanhos de pastores nômades, que pastam em grandes áreas. A lã mais fina vem do Curdistão, onde a parte ocidental da Pérsia faz fronteira com a Turquia.

Tapete de Heriz
Pérsia Islâmica
      A lã do Corassã e de Kirman é famosa por ser mais fina e aveludada, enquanto que a lã do Cáucaso e da Ásia Central é apreciada por ser mais forte e lustrosa.
      Os tapetes no mundo islâmico nem sempre apresentam características distintas o bastante para que se possam assegurar suas diferenças. O Islamismo condena a representação artística de seres humanos e animais e, por causa disso, predominam as formas geométricas nos desenhos dos povos islâmicos.
      Embora a Pérsia tenha se convertido à religião islâmica, os tapeceiros persas muitas vezes decoraram suas criações com animais e figuras humanas. É bastante raro encontrar qualquer figura humana nos primeiros tapetes turcos. São famosos seus tapetes de oração, que se caracterizam por uma decoração ricamente detalhada. Todos têm o nicho do mihrab, que aponta para Meca, quando usado para a oração.       
Foram quatro as principais áreas do mundo islâmico que se destacaram na produção de tapetes: sendo estes Cáucaso, Ásia Central ou Turquestão, Pérsia; e Turquia ou Anatólia.
      Um fator importante na determinação da origem de um tapete é a identificação da forma como o nó foi amarrado. Os tipos mais comuns de nó são o nós turco e o nó persa.
      
4.2 A ARTE NA CERÂMICA

A arte na cerâmica islâmica provém dos romanos e bizantinos, os mosaicos sempre foram empregados, porém com os islâmicos, os resultados eram fabulosos. Era muito usada a terracota também, muitas vezes enriquecidas com esmaltes policromados, usadas como tijolo assim como os de construção ou azulejos. A cerâmica sempre foi considerada uma arte menor, mas vale lembrar que para os islâmicos era uma arte muito importante, tendo em vista que atingiram uma primazia digna do Japão e da China, criando peças fabulosas. Obviamente sua qualidade variava de acordo com a classe e o mercado para qual era destinada. Não ficaram grandes nomes de artesãos, tendo em vista que a cerâmica era uma produção coletiva em ateliês.

4.2 A ARTE METAIS E VIDRO


Porta Jóias em Metal
Portal de Raul Mendes
Os islâmicos alcançaram maior notoriedade também com os metais e vidro, utilizando de chumbo, ferro, estanho, zinco, cobre, prata e ouro. Usaram técnicas de fundição e martelos apropriados, para esculpir os objetos. Como já é de se imaginar, estes artefatos eram de alto custo, oq eu fez com que eles fossem encomendados, normalmente para pessoas poderosas, eram peças de mobília, armas, pratos, vasos, assim como uma infinidade de objetos domésticos, e alguns científicos.
A grande imaginação dos artistas islâmicos, fez com que fossem usados algumas vezes metais fundidos sobrepostos em decorações, usando o bronze, aço e o bidri (sendo este ultimo de origem indiana, uma mistura a base de zinco), tendo peças de alto valor artístico.
Já os vidros alcançaram seu auge na dinastia dos abássidas, os ayubidas e também nas dinastias mamelucas. Primeiro os islâmicos seguiram as heranças romanas/bizantinas, tendo como técnica a fundição, com moldes de argila, ou refratárias de metal, posteriormente os artistas gravavam ornamentos sobre a própria superfície de vidro.


Caneca em Vidro
Portal de Raul Mendes














5. LEGADOS


Vista externa do Taj Mahal
Envocare copyright

Taj Mahal: detalhe de um alto-relevo em painel de mármore.
Imagem: rschuckman.com
A arte Islâmica deixou vários legados pelo mundo, como se pode ver em mesquitas e cidades do oriente médio, tendo como principal foco a arquitetura que foi preservada, alias quase tudo do mundo islâmico foi preservado, como por exemplo, também a caligrafia. Para exemplificar, falarei sobre o maior legado da arte islâmica localizado na Índia, o Taj Mahal.
O Taj Mahal foi construído em Agra uma cidade da Índia, considerado pela UNESCO um patrimônio da humanidade e uma das sete maravilhas do mundo moderno. Sua construção se deu entre 1630 e 1652, tendo como força de trabalho 22 mil homens, este monumento nada mais é que um mausoléu em tributo a Aryumand Banu Begam, esposa predileta do imperador Shah Jahan.
O Taj Mahal hoje é considerado também uma das maiores provas de amor do mundo, que assim como todas as construções Islâmicas, contem como decoração inscrições retiradas do Corão, e sua cúpula é construída com fios de Ouro, há no edifício duas mesquitas.
A parte de fora do Taj Mahal é complexamente ornamentada, tendo três elementos decorativos, tendo em vista que o islamismo proíbe a representação de figuras humanas, são esses a Caligrafia, os elementos geométricos abstratos e os motivos vegetais, tendo dentro destes elementos pinturas ou estuque aplicado sobre as paredes, a incrustação de pedras e as esculturas.
Como é praxe na decoração da arquitetura Islâmica os elementos de caligrafia sempre possuem passagens do Corão, possuindo uma primazia de beleza, chegando a ser uma caligrafia tão decorativa que em vários momentos se torna difícil de ler devido aos detalhes e a fantasia do calígrafo. Vários painéis aparecem assinados por Mogol Amanat Khan, que era um calígrafo da corte persa.
      O quartzo opaco era a pedra usada nas incrustações da caligrafia, sobre os painéis de mármore branco o qual é feito todo Taj Mahal, um item interessante de frisar é que nos painéis superiores existe uma proporcionalidade para compensar a distorção visual, do observador que está no chão.
O pedestal do mausoléu, os minaretes (torres em volta da mesquita de onde os fieis são chamados nas horas de oração), a mesquita, a jawab (quer dizer resposta a mesquita, é uma construção igual a mesquita, sua função não é muito clara), e as superfícies menores do templo, são dominadas pelas formas geométricas abstratas, assim como as cúpulas, que são desenvolvidas com traceria criando formas geométricas bem complexas.
O chão o Taj Mahal é coberto com mosaicos de diferentes cores e formas, trazendo padrões geométricos diferentes.
Já os motivos vegetais, são encontrados nas paredes baixas do templo funerário, com baixos relevos de flores e vegetais polidos, os frisos e arcadas decorados com pedras semipreciosas formando desenhos geralmente de flores.
      O interior do Taj Mahal apresenta técnicas surpreendentes como a Sala central que apresenta as mais elevadas técnicas da arte manual, como a ourivesaria e a joalharia. Aqui o material usado para as incrustações já não é mármore ou jade, mas sim gemas preciosas e semipreciosas. Cada elemento decorativo do exterior foi redefinido mediante jóias.
      A forma da sala é octogonal e ainda que o desenho permita ingressar por qualquer dos lados, só a porta sul, em direção aos jardins é usada habitualmente. As paredes interiores têm aproximadamente 25 metros de altura, sobre as quais se construiu uma falsa cúpula interior decorada com motivos solares. Similar ao que se sucede no exterior, a cada meio arco sobrepõe-se um segundo a meia altura na parede. Os quatro arcos centrais superiores formam balcões com miradouros para o exterior. Cada janela destes balcões leva um minucioso trabalho de mármore. Além da luz proveniente dos balcões, a iluminação complementa-se com a que ingressa através dos chattris em cada esquina da cúpula exterior.
      Cada uma das paredes da sala foi detalhadamente decorada com frisos em baixo-relevo, com incrustações de pedraria e refinados painéis de caligrafia, refletindo inclusivamente o nível minimalista do complexo. Com estes elementos, cria-se uma espécie de ligação ou fusão simétrica do espaço interior e exterior, numa linha decorativa que permite que contatem diretamente os dois espaços do complexo funerário.
      A tradição muçulmana proíbe a decoração elaborada das campas, pelo que os corpos de Mumtaz e Shah Jahan descansam numa câmara relativamente simples debaixo da sala principal do Taj Mahal. Estão sepultados segundo um eixo norte-sul, com os rostos inclinados para a direita, em direção a Meca.
      Todo o Taj Mahal se centra em redor dos cenotáfios que duplicam em forma exata a posição das duas campas e são cópia idêntica das pedras do sepulcro inferior.
      O cenotáfio de Mumtaz ergue-se no centro exato da sala principal, sobre uma base retangular de mármore de aproximadamente 1,50 × 2,50 metros. Há uma pequena urna também de mármore. Tanto a base como a urna estão incrustadas com um requintado trabalho de gemas. As inscrições têm a função de identificar Mumtaz e protegê-la, em jeito de oração. Na tampa da urna sobressai uma placa, que se assemelha a um quadro de escola.
      O cenotáfio de Shah Jahan está junto ao de Mumtaz, formando a única disposição assimétrica de todo o complexo. É maior que o da sua esposa, mas contém os mesmos elementos: uma grande urna com base alta, também decorada com maravilhosa precisão mediante incrustações e caligrafia identificadora. Sobre a tampa da urna existe uma escultura de uma pequena caixa de penas de escrever.

Piso de pequenos mosaicos.
foto de: Salsabeel
      
      
      
      
      
      







6. CONCLUSÃO


Caligrafia Árabe
Museu de Londres
O Islamismo é uma das religiões mais bem preservadas do mundo, que teve inicio com Maomé o profeta, que de certa forma não vai contra o judaísmo, nem o cristianismo.
A base desta religião é Muhammad, ou seja, Maomé, que para os Islâmicos foi o ultimo profeta, tendo como o primeiro deles, Adão, o que mostra a proximidade com as religiões cristã e judia, os islâmicos consideram essas duas religiões também verdadeiras, porém corrompidas com o decorrer do tempo, vêem Jesus como um profeta, e não o filho de Deus, reconhecendo assim também Abraão, Moises entre outras figuras bíblicas, considerando Alá, o mesmo Deus destas duas religiões.
O livro sagrado dos Islâmicos é o Corão, conhecido também como Alcorão, sendo esta uma confusão da língua portuguesa, tendo em vista que Al no idioma árabe é um artigo, então dizer Alcorão é como dizer Abiblia, ou Ocorão. O Corão é um livro com vários capítulos chamados de Suras, que tem mais relação com conduta do que com histórias propriamente ditas assim como é a bíblia, é costume dos Islâmicos (desde os primeiros), fazer cinco orações por dia assim como sempre orar voltado à cidade de Meca, que a cidade sagrada dos Islâmicos.
Existem duas correntes Islâmicas, os Sunitas e os Xiitas, estas duas correntes surgiram depois da morte de Maomé e a dúvida que ficou de quem seria o líder maior dos Islâmicos, uma parte deles acreditava que o poder deveria ficar com os parentes de Maomé, e outros acreditavam que este poder deveria ser de lideres comunitários, ou pelo voto, e isto resultou em uma guerra política/religiosa entre os islâmicos, que perdura até hoje. Os xiitas acreditam que o poder deve ficar com os descendentes de Maomé e são apenas 10% dos Islâmicos.

Mesquita Hassan II, seu minarete tem 200 m de altura
Foto: banca de dados intempus
Os islâmicos têm três locais que consideram sagrados, sendo a Caaba, que fica em Meca, onde diz no Corão que se deve visitar pelo menos uma vez na vida se possuir condições, o segundo lugar sagrado é Medina, que significa exatamente a cidade do profeta, que foi pra onde Maomé fugiu no inicio de suas pregações, que significa exatamente a cidade do profeta, sendo o terceiro lugar sagrado Jerusalém, que foi onde em sonho segundo a lenda, Maomé viajou e subiu aos céus para ter uma conversa com Deus.
A Arquitetura islâmica possui um caráter simbolista, possuindo uma estrutura repleta de símbolos, como a água em abundância, a luz e os desenhos, dando ênfase principalmente na decoração através da caligrafia, que são até hoje verdadeiras obras de arte já que a representação por figuras é completamente proibida pelos islâmicos a Caligrafia virou a pintura árabe.
Vale lembrar também que os Islâmicos possuíam uma vasta coleção das artes consideradas menores, tendo motivos vegetais e geométricos na tapeçaria, produzindo belas peças de metal ou vidro com pedras semipreciosas incrustadas, e produzindo também peças de cerâmica de alto nível artístico, com peças muito elaboradas assim como peças mais simples para as castas inferiores.
Os Islâmicos deixaram vários legados para o mundo contemporâneo como o Taj Mahal, o templo da Rocha entre outras, tendo em vista que uma das principais preocupações dos islâmicos é preservar sua língua escrita e falada, e sua cultura intacta, para não corromper sua religião.
7. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

CURATOLA, Giovanni, "Arte Islâmica", A grande História da Arte, Vol. 20, Lisboa, Mediasat/PÚBLICO, 2006

ARTE bárbara, bizantina e islâmica. Barueri, SP: Videolar Multimídia, [2004]. 1 CD-ROM. (Enciclopédia Caras, 4).

Almanaque Abril. ALMANAQUE ABRIL 95: a enciclopédia em multimídia. Abril, São Paulo, 1995.

PROENÇA, Graça. História da Arte. São Paulo: Editora Ática, 1994.



























Rodrigo José Guergolet
Ribeirão Pires, 28 de outubro de 2008

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