terça-feira, 14 de abril de 2009

Renascimento

"De tempos em tempos, o Céu nos envia alguém que não é apenas humano, 
mas também divino, de modo que através de seu espírito e da superioridade de 
sua inteligência, possamos atingir o Céu"
Giorgio Vasari, falando de Leonardo da Vinci


Sumário

1. INTRODUÇÃO
2. O QUE CAUSOU O RENASCIMENTO?
2.1. SURTO COMERCIAL  E O MECENATO
2.2. O CRESCIMENTO DAS CIDADES E A BURGUESIA
2.3. A INVENÇÃO DA IMPRENSA
3. CONSEQUENCIAS RENASCENTISTAS
4. MUDANÇA DE PENSAMENTOS ESTÉTICOS E ARTÍSTICOS
5. OS GÊNIOS RENASCENTISTAS
5.1. LEONARDO DA VINCI
5.2. MICHELANGELO
5.3. RAFAEL SANZIO
5.4. BRUNELLESCHI
6. MANEIRISMO
7. CONCLUSÃO
8. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA























1. INTRODUÇÃO

O termo Renascimento é utilizado para caracterizar a civilização 
européia entre os anos de 1300 a 1650, a literatura, as ciências assim como o 
campo das artes obtiveram grandes progressos neste período, apesar de certa 
forma ser uma época em que se reviveria a antiga cultura greco-romana, 
porém ultrapassando em muito essa sua herança clássica. 
      O novo nascimento (re-nascimento) voltou os olhos para o humanismo, 
sendo o espírito deste movimento que fez oposição aos conceitos 
impregnados da idade média que voltava seus olhos para o divino, ou 
sobrenatural, trazendo novos temas como a valorização do próprio homem 
assim como da natureza. As principais características do Renascimento é a 
racionalidade, a dignidade do ser humano, o rigor cientifico, o ideal humanista 
e a reutilização das artes greco-romanas.
 
Cúpula da catedral de Florença - Filipo Brunelleschi
Acervo de fotos Juca Martins
      As relações matemáticas eram a base para a ocupação do espaço pelo 
edifício, na arquitetura Renascentista, para que o observador possa entender a 
lei que organiza de qualquer lugar que se coloque. Segundo Bruno Zevi "já 
não é o edifício que possui o homem, mas este que, aprendendo a lei simples 
do espaço possui o segredo do edifício", as ordens arquitetônicas, os arcos de 
volta perfeita, a simplicidade nas construções, a escultura e a pintura 
autônomas ao edifício, são as características que dominam a arquitetura neste 
período da história, tendo como seu principal arquiteto Filipo Brunelleschi, que 
não só era um completo artista Renascentista (pintor, escultor e arquiteto), 
como também tem como seus maiores trabalhos a cúpula da catedral de 
Florença e a Capela Pazzi.
      Já a pintura deu um grande salto com o inicio do uso da perspectiva 
que seguia os princípios da matemática e da geometria para mostrar a 
diferença de tamanho das coisas seja por proporções ou distancias, o que não 
era feito anteriormente, o uso do claro e escuro, que trazia as pinturas um jogo 
de contrastes, pintando algumas áreas com luz e outras na sombra, dando 
também através deste "jogo" a sugestão de volume dos corpos. A mudança de 
pensamento deste período, que fazia com que o artista não visse mais o 
homem como um simples observador do mundo que mostra a grandeza do 
divino, e sim se colocando na posição de obra prima de Deus, deixando o 
mundo para ser compreendido através da ciência e não apenas admirado, 
trouxe também uma pintura realista, utilizando pela primeira vez a tela e a tinta 
a óleo.
      É neste período também que a pintura (assim como a escultura) deixa 
de ser quase que exclusivamente detalhes das obras arquitetônicas para se 
tornar manifestações independentes, o que fez com que surgissem artistas 
com estilo pessoal (individualistas em termos artísticos).
 
Virgem das Rochas - Leonardo da Vinci
Divulgação da exposição do 50º 
aniversário da União Européia
       Entre os principais pintores deste período estão, Bottichelli (A 
Primavera e O Nascimento de Vênus), Michelangelo (teto da Capela Sistina e 
A Sagrada Família), Rafael (A Escola de Atenas e Madona da Manhã), e o 
principal gênio do Renascimento Leonardo da Vinci (Virgem das Rochas e 
Monalisa).
      Os grandes escultores do Renascimento surgem na região do Vaticano, 
com a volta dos papas de Avinhão para Roma, sendo o maior destes 
escultores Michelangelo (que também era pintor), os escultores do 
Renascimento buscavam representar o homem com fidelidade, buscando o 
realismo absoluto, tentando também manter a figura na sua proporção real, 
sendo influenciados pela perspectiva e pela profundidade assim como na 
pintura, estudando também o corpo e o caráter humano.
      Michelangelo assim como Leonardo da Vinci dissecou muitos corpos 
tentando saber exatamente onde estavam cada músculo e cada tendão.










2. O QUE CAUSOU O RENASCIMENTO?

Quando falamos de Renascimento com certeza estamos tratando de um 
tema muito amplo, e pensando em história, não foi um movimento que veio 
com uma obra revolucionária de alguém, ou mesmo, com alguns anos 
graduais, e sim vários fatores históricos e sociais.
Podemos falar que as principais causas do Renascimento foi o 
aumento do comércio, o crescimento dos centros urbanos, a renovação dos 
interesses pelo cientifico, pelos estudos clássicos, a fuga do misticismo, as 
cruzadas, a invenção da imprensa, o fortalecimento da burguesia com o fim 
do feudalismo, e o mecenato (financiamento para artistas, com finalidade de 
aumentar o poderio das cidades e firmar o poder pessoal).

2.1 SURTO COMERCIAL E O MECENATO
 
Cidade de Florença
Foto de Medusa (quenemumavacalouca.blogspot.com)
      Com o aumento da burguesia, as localidades em que o comércio se 
desenvolveu, apareceu uma disposição em financiar artistas. O sustento dos 
artistas do Renascimento vinha desta prática chamada mecenato (que nada 
mais é que uma referência a um patrocinador da Roma antiga), onde 
mercadores, banqueiros, reis e até mesmo a igreja contratava patrocinava os 
melhores artistas para que eles construíssem, suntuosos edifícios, palácios,, 
igrejas, estátuas, pinturas até mesmo para suas próprias residências, sendo 
assim através do orgulho os maiores protetores da produção artistica do 
Renascimento.
O exemplo é a cidade de Florença onde os Médici ficaram famosos por 
fundar uma academia dedicada ao estudo de Platão, sendo responsáveis 
também, pelo sustento de diversos escultores, pintores, e arquitetos que 
transformaram Florença inteira em uma verdadeira obra de arte, sem negar 
que este período é um dos maiores responsáveis pela valorização das artes, 
das ciências, e da valorização do intelectual na atualidade.
2.2 O CRESCIMENTO DAS CIDADES E A BURGUESIA

Nos séculos XI e XII, várias mudanças sociais políticas e econômicas 
ajudaram o crescimentos das cidades e o fortalecimento da burguesia. As 
técnicas agrícolas evoluíram aumentando a diversidade de produtos agrícolas, 
e o cultivo de novas terras, o que sustentou a alimentação de um grade 
crescimento demográfico no período.  Estes fatores fortaleceram a vida 
urbana, fazendo com que as cidades crescessem e se tornassem centros 
comerciais e artesanais fazendo com que estes locais deixassem de depender 
da produção agrícola e se afastarem dos centros agrários (ao redor de castelos 
e mosteiros). 
      Com esta evolução as cidades européias chamadas de burgos, que 
deixaram de depender de senhores feudais, transformando-se em ilhas 
capitalistas em um continente feudal, sendo tudo isto acompanhado de uma 
ascensão desenfreada do comércio. Estes habitantes dos burgos eram uma 
nova classe social dedicada somente ao comércio (os burgueses), que devido 
ao conflito dos reis com os senhores feudais se beneficiavam com apoios 
reais.
      No mesmo momento os burgueses restabeleceram o comércio com o 
Oriente Próximo, o que elevou o preço das mercadorias, pelo aumento de 
demanda, aumentando as condições dos camponeses que compravam sua 
liberdade, aliado a expansão do comércio e da indústria, que abria novas 
frentes de trabalho, atraindo estes camponeses para os burgos, que se 
tornavam cidades. Todos estes fatores minaram as bases da organização 
feudal, que causou assim, o declínio do feudalismo, que dominava o período 
anterior ao Renascimento.
      
 
Johann Gutenberg
(www.biografiasyvidas.com
)
2.3 A INVENÇÃO DA IMPRENSA
      Vale lembrar que Johann Gutenberg redescobriu os tipos (tipografia) 
chineses e inventou a prensa tipográfica, e foi muito importante para difundir 
as idéias comunicando finalmente em massa. Essa invenção ocorreu junto 
com a Queda de Constantinopla e  teve grande influência na sociedade 
Européia, democratizando o aprendizado (antes de uso quase exclusivo do 
clero), vindo a contribuir quando o Renascimento atingiu o norte Europeu.






3. CONSEQUENCIAS RENASCENTISTAS

O Renascimento proporcionou ao mundo várias mudanças, um novo 
comportamento foi encontrado em todas as situações, desde os encontros nas 
ruas, o trabalho, a diversão, o tipo de moradia, até a moral, ética, política e 
religião, o que significa que o Renascimento não teve influência somente na 
arte e sim essa foi reflexo de uma mudança de pensamento da sociedade, 
recuperando vários dos valores clássicos.
 
Homem-Vitruviano
Gallerie Dell´Academia
      Ao contrário do que os Romanos fizeram com a arte grega, na 
antiguidade clássica, o Renascimento nunca foi uma cópia, pois se utilizava 
dos conceitos gregos, porém sem perder a estética e os conceitos desta nova 
realidade do homem, o antropocentrismo era um ponto comum entre as duas 
civilizações "o Homem é a medida de todas as coisas", porém, no pensamento 
Renascentista o que era belo no homem era ser uma criação perfeita de Deus, 
assim como a natureza e os animais, e não simplesmente o homem pelo 
homem, o que houve foi uma mudança de foco, enquanto na idade Média os 
"olhares", se voltavam para Deus, no Renascimento eles se voltaram as 
criações do mesmo, chegando a conclusão de que o homem era/é a mais 
perfeita delas.
O mundo passou a ser entendido a partir da importância do ser 
humano, o trabalho, as guerras, as transformações, aspirações e as 
contradições humanas se tornam objetos de inspiração e preocupação, 
produtos da ação do homem. A ciência e a razão passam a ser cultuadas, 
fazendo com que o homem se recuse em acreditar em qualquer coisa que 
não tenha sido provada de forma cientifica, ou com racionalismo, o que faz 
com que o experimentalismo e a ciência se desenvolvesse em grande 
proporções, sendo que este homem racional, acabou se tornando também 
individualista, que nada mais é do que reflexo da emergência da burguesia, e 
as novas relações de trabalho, tendo como idéia norteadora que cada um é 
responsável pela condução da própria vida, podendo mudá-la, e tomar 
controle da mesma. É importante frisar que o individualismo, não 
proporcionou o isolamento do homem, que continuou normalmente vivendo 
em sociedade mas sim na possibilidade que cada um de nós tem de tomar 
decisões sobre as próprias vidas.
Na arte havia também o hedonismo que nada mais era que produzir o 
belo, apenas pelo prazer que isso lhe proporcionava, juntamente com o 
universalismo, que dizia que o homem deveria desenvolver todas as áreas do 
saber, que temos como maior exemplo Leonardo da Vinci, que além de pintor 
e escultor, foi arquiteto, engenheiro, matemático, botânico, físico estudando 
até fisiologia.


4. MUDANÇA DE PENSAMENTOS ESTÉTICOS E ARTÍSTICOS

O Renascimento veio com diversas mudanças de pensamentos, na arte 
muito foi modificado, como por exemplo, a volta dos ideais clássicos, assim 
também como algumas descobertas estéticas.
Vários fatores trouxeram essas mudanças, fatores políticos, e 
econômicos e de organização, assim, um período denominado trecento, que 
foi uma preparação para o movimento Renascentista, teve algumas 
mudanças. Foi nessa época que os Médici, começaram a prática do 
mecenato, e os moldes políticos, foram se modificando saindo do feudalismo 
um sistema onde cada local deveria ser auto-suficiente, isolando as regiões, 
modificando algumas coisas de feudo para feudo, e tornando-se basicamente 
mercantilista e urbana, fazendo com que a economia dependa exatamente do 
comércio o que acabou com este isolamento. Essa sociedade em expansão 
via crescer uma classe média que não dependia dos nobres, que foi a base de 
sustentação para o governo, e os pilares para o novo mercado de arte e 
cultura.
Houve um fator religioso que ajudou nesta transformação de 
pensamento, houve uma mudança na relação entre Deus e o Homem, 
fazendo com que a salvação pudesse ser alcançada, além de pelos bons atos, 
pelo embelezamento das cidades e igrejas com obras de arte, o que aumentou 
também a prática do mecenato.
No período a seguir denominado Quattrocento (séc XV), é famoso por 
ser a era dourada da Renascença, onde ela sai totalmente do gótico, e 
amadurece saindo da Europa e rumando para países, como a França, 
Inglaterra, Portugal, Espanha, a historiografia com Leonardo Bruni é criada e 
várias pessoas procuram pelas bibliotecas do mundo textos dos clássicos, 
como Platão, Aristóteles entre outros, repercutindo também na arte, fazendo 
com que todos saiam do pensamento idealista do gótico, vindo ao 
racionalismo, aumentando ainda mais a prática do mecenato.
 
Escola de Atenas - Rafael
      Talvez o período mais famoso do Renascimento, é a transição do 
Quattrocento para o Cinquecento, chamado Alta Renascença, foi neste período 
que Leonardo Da Vinci, fez suas mais maduras obras como "A Virgem das 
Rochas", e Michelangelo fez seu "Davi", Rafael em seu inicio de carreira 
pintou sua "Madonna Cowper", tendo até o "Tempietto" de Bramante na Igreja 
de São Pietro em Montorio em Roma. É a fase em que se cristalizam idéias 
que marcam todo o movimento Renascentista, o humanismo, a noção de 
autonomia na arte, assim como a emancipação do artista de sua condição de 
artesão deixando-o lado a lado ao cientista e ao erudito.
É neste período que a arte atinge perfeição e equilíbrio que todos 
buscavam nos clássicos, especialmente na escultura e na pintura, e o 
idealismo clássico encontra uma reforma, no Renascimento.
 
Madalena Penitente
Donatello
      O Cinquecento, também chamado de Maneirismo, foi quando as coisas 
começaram a avançar de tal forma, que quando menos se esperava tudo 
havia se modificado chegando ao barroco, devido a muitas mudanças 
políticas o séc.XVI, faz com que Roma se torne agora berço de Renascentistas 
(anteriormente era Florença), e mestres como Rafael, Michelangelo e 
Bramante, fizeram com que a cidade ficasse artisticamente mais rica e se 
criasse ali uma escola onde o mecenas mais poderoso de Roma deu uma 
estética nova a todo esse período sendo ele o papa. Com novas mudanças 
políticas e sociais como o domínio de Roma pelos protestantes, e a 
contestação da autoridade papal, trouxe um novo sentimento aos artistas, 
rumando para o barroco, o Maneirismo é um período de diversas 
transformações e de tão extensa influência que muitos historiadores o vê 
como um movimento a parte do Renascimento, sendo que alguns dizem ser 
uma decadência a busca pelos clássicos, e a perfeição, e outros que é uma 
parte positiva e conciliadora e até uma legitima conclusão do Renascimento, 
onde se usava os modelos Renascentistas para se criar uma nova estética de 
acordo como aquele momento histórico tendo sua grande importância 
principalmente por fazerem dele a primeira escola de arte moderna.
A pintura Renascentista foi uma grande transformação que tem como 
pontos centrais uma nova definição do espaço cênico e a representação 
realista principalmente do homem, assim como dos animais e da natureza, 
com avanços técnicos, que modificaram toda a visão de pintura, como a 
perspectiva, realista e cientifica que deram uma nova visão de pintura dando 
uma aparência de terceira dimensão, nas pinturas (bidimensional), ajudando 
nas construções de proporção e ponto de vista buscando assim uma maior 
perfeição. Outro fator técnico dominante do Renascimento foi a tinta óleo que 
surgiu devido aos mercadores irem cada vez mais longe, que tinha um tempo 
maior para a secagem que possibilitou diversas novas técnicas não possíveis 
no fresco e na têmpera. Novos elementos aglutinantes também ajudaram na 
técnica da pintura Renascentista, que possibilitou uma maior gama de cores 
possibilitando um maior degrade, assim como as telas e os cavaletes também 
contribuíram para que os pintores pudessem carregar suas obras para outros 
locais.
Esteticamente a pintura da Renascença tem como principais fatores, a 
representação da realidade tal como se é observada, valorizando a 
personalidade retratada, assim como o equilíbrio e harmonia que era possível, 
devido ao rigor científico, adquirido através da perspectiva, e do esquema em 
pirâmide o que possibilitava uma maior harmonia entre os elementos. Essa 
nova maneira de representar os elementos significou um afastamento das 
técnicas medievais, as proporções Greco-romanas foram a base da pintura 
Renascentista, assim como o culto do belo, típico dos gregos. No 
Renascimento o desenho era considerado o alicerce de todas as artes visuais. 
O uso do claro e escuro também foi um diferencial do Renascimento.
Já a escultura do Renascimento distingue-se das esculturas anteriores, 
por deixar de ter um valor tipicamente ornamental, para valer-se por si só, 
voltando a representação do nu como nos clássicos, e assim como na pintura 
a busca pelo realismo perfeito foi incessante.
 
Davi - Michelangello
Museu do Louvre
      Os sinais dessa influência estética classicista vêm de um pouco antes, 
no século XIII com Nicola Pisano e o púlpito do "Batistério de Pisa", já seu filho 
vai além dominando a cena em Florença, e usando linhas limpas e puras, 
com elementos góticos, misturados com elementos clássicos, os 
contemporâneos de Giovanni Pisano, seguiam mais ou menos a mesma 
linha, por todo trecento. Apesar de todos estes avanços estéticos, isso ainda 
era uma discussão entre os elementos antigos (Gótico), com os novos, até que 
Lorenzo Ghilberti recupera todos os modelos clássicos, seguido de Donatello 
que conduz vários avanços modelando em grandes proporções o nu, de 
dimensões por completo e inovando a estatuária eqüestre. Vale lembrar 
Verocchio que compôs esculturas de grande teatralidade e dinamismo de 
composições, sendo tudo isso basicamente em Florença o berço do 
Renascimento, até o aparecimento e desenvolvimento de Michelangelo, que 
trabalhou em Roma, para os papas, que foi o maior nome da escultura, que 
passou desde o classicismo puro, até o Maneirismo, as mudanças estéticas da 
escultura ficaram evidentes durante estes períodos, tendo obras de 
extremamente perfeição, como Davi de Michelangelo que assim como 
Leonardo da Vinci na pintura tinha grandes noções de anatomia, por ter 
dissecado corpos humanos.
Todas as artes basicamente seguiram estes elementos, buscando a 
perfeição do clássico.
5. OS GÊNIOS RENASCENTISTAS

Existe uma gama de Gênios Renascentistas nas diversas áreas, como 
Leonardo da Vinci, Michelangelo, Rafael, Donatello, Bruni, entre outros, que 
são considerados gênios, pela maestria em suas obras assim como pela 
revolução causada pelos seus trabalhos.

5.1 LEONARDO DA VINCI

 
Madonna do Fuso
http://abcgallery.com/L/leonardo/leonardo29.html
Leonardo da província de Vinci, foi pintor, escultor, arquiteto, engenheiro, 
matemático, fisiólogo, químico, botânico, geólogo, cartógrafo, físico, mecânico, 
escritor, poeta, musico e inventor conhecido também por ser o percussor da 
aviação e da balística. Embora não tivesse uma educação formal na maioria 
dos campos em que atuava, foi considerado um dos maiores gênios da 
humanidade, não possuía um sobrenome, por ser filho ilegítimo, sendo o da 
Vinci, o nome do local onde cresceu (vindo de Vinci). Leonardo nasceu em 
Anchiano, filho de Piero e de Caterina, que se acredita ter sido uma escrava 
de Piero ou uma camponesa, sendo assim sempre assinou seus trabalhos 
simplesmente como Leonardo. 
Lorenzo de Médici e Andrea Del Verrocchio foram as grandes 
influências de Leonardo em sua adolescência, sendo plena Renascença, 
sendo considerado um dos artistas que mais expressa o espírito destes 
tempos. Tem como obra mais conhecida "La Gioconda - Mona Lisa", assim 
como "A última Ceia". Com 14 anos Leonardo se mudou para Florença onde 
iniciou seu aprendizado no ateliê de Verrocchio, que era um artista de grande 
prestigio na época, que lhe ensinou as bases da pintura, que o tornaria um 
grande pintor, já com 20 anos (1472), era membro do Grêmio dos pintores 
Florentinos o que o lança independente de seu mestre, anos depois foi 
acusado de sodomia, em 1476, porém foi absolvido de todas as acusações. 
Foi Ludovico Sforza que foi mecenas de Leonardo em 1482, encomendando 
um cavalo em armas. 1500, foi o ano que Leonardo Voltou a Florença sendo 
em 1502 mantido por César Bórgia, sendo seu arquiteto militar e engenheiro, 
viajando pelo norte da Itália e voltando a Florença ainda neste ano, para 
recebeu a encomenda de um retrato que viria a ser "La Gioconda".
Morou na mesma cidade que Rafael e Michelangelo (Roma), de 1513 a 
1516, sem ter muito contato com estes artistas. Uma de suas encomendas 
desta época provavelmente o colocou em contato com o rei Francês Francisco 
I, sendo que se mudou pra França em 1516 para servir-lo como primeiro 
pintor, arquiteto e engenheiro do rei, se tornando um grande amigo do mesmo.
Morreu em Cloux e seu corpo está enterrado na Capela de São 
Humberto na França, para grande pesar de seus conterrâneos Italianos, de 
acordo com seu desejo, sessenta mendigos seguiram seu caixão.
Imagine uma torre fortificada com 4 rampas de acesso para o seu topo, 
para que as tropas não se batessem, enquanto descessem, ou subissem, ou 
mesmo um fosso com uma torre cilíndrica escondida nele e embaixo da água 
de modo que, só aparecesse na superfície um pequeno pedaço na superfície 
revestida de feno molhado para evitar os disparos inimigos, com pequenas 
fendas para os defensores atirarem seus projeteis, esse são dois exemplos de 
invenções de Leonardo que foram colocadas em prática pelos Sforza.
Pintura
Data de 
realização
Anunciação
1472 - 1475
O Batismo de Cristo
1475 - 1478
Madona Benois
1475-1478
Anunciação(segunda 
versão)
1478-1482
Adoração dos Magos
1481-1482
Retrato de Músico
1485
Retrato de Mulher de 
Perfil
1490
La Belle Ferronière
1490-1495
A Virgem das Rochas
1495-1508
Mona Lisa ou La 
Gioconda
1503-1506
São João Batista
1513-1516
Pintura
Data de 
realização
A Virgem de 
Granada
1475 - 1480
Ginevra de' Benci
1475-1478
Madona del 
Garofano
1478-1480
São Jerônimo
1480-1482
Madona das Rochas
1483-1486
Dama com Arminho
1485-1490
Madona Litta
1490-1491
A Última Ceia
1495-1497
Madona, o 
Menino,Sant'Ana e 
São João Batista
1499-1500
A Virgem, o Menino 
e Sant'Ana
1508-1510
São João Baptista 
(com os atributos de 
Baco)
1513-1516

Fonte: Wikipédia
5.2 MICHELANGELO
 
Pietá, escultura de Michelangelo
Foto: Eliomar Ribeiro
      
      Michelangelo Buonarroti foi essencialmente escultor, ou pelo menos se 
dizia assim, foi de verdade pintor, escultor e poeta do Renascimento. Apesar 
de ter tido poucas atividades além das artes sua versatilidade o equiparou com 
Leonardo da Vinci. Duas de suas obras mais famosas obras são a Pietá, o 
Davi, que foram feitas antes de o artista completar 30 anos, e apesar de não se 
afeiçoar com a pintura fez obras que até hoje são idolatradas, como as 
pinturas famosas da Capela Sistina e a cúpula da Basílica de São Pedro a 
qual ele projetou.
Para Michelangelo a arte nada mais era do que fonte da inspiração 
interna e da cultura via a natureza como um inimigo a ser superado em 
beleza, o que o influenciou para o Maneirismo, tinha como objetivo ao esculpir 
libertar as formas que estavam dentro da pedra, sendo solitário e melancólico, 
indiferente a vida em si, e buscando apenas a arte, conta-se que Michelangelo 
proferiu a frase "perchê non parlü?", ao terminar sua escultura  de Moisés (por 
que não fala?), depois de proferir uma forte martelada no joelho da estátua.
A estética das obras de Michelangelo é em parte uma expressão da 
idealização Renascentista do corpo humano, sendo que para alguns autores 
era também, uma paixão pela beleza (principalmente masculina), tendo em 
vista que além da escultura e da pintura, Michelangelo deixou em seu legado 
cerca de trezentos poemas, marcados por uma carga homoerótica.
Vale lembrar que Michelangelo era canhoto e escolheu ser aprendiz 
inicialmente de Domenico Ghirlandaio, onde ficou por três anos,. Foi aprendiz 
também de Bertoldo di Giovanni e Lourenço de Médici.
Com a morte de Lourenço de Médici Michelangelo, sem financiamento 
parte para Bolonha, onde produz o "Cúpido" em mármore que é comprado 
pelo cardeal San Giorgio e o chama para Roma, onde ele produz "Baco" e 
"Pietá".
Em 1513, Michelangelo volta a trabalhar para um Médici,que pede para 
que ele reconstrua o interior da Igreja de São Lourenço em Florença, e o 
adornasse com esculturas, o que não foi concluído. 1526 foi o ano em que os 
Médici foram expulsos de Florença e Michelangelo volta para ajudar a 
construir as fortificações, porém quatro anos depois os Médici conseguiram 
voltar ao poder.
No tempo em que Michelangelo  ficou em Roma, foi comissionado para 
construir a tumba papal, pelo papa Julio II, porém seu papa-mecenas, não o 
deixava concluir a obra pedindo que diversas outras tarefas fossem feitas 
antes e durante a construção da tumba, fazendo com que o artista trabalhasse 
40 anos sem parar neste projeto, sem nunca concluí-lo.
Destas tarefas a mais famosa foi a pintura do teto da Capela Sistina, 
que demorou quatro anos para ser concluída, Michelangelo por não se 
considerar pintor, protestou e relutou, mas o que era para ser uma 
representação dos 12 apóstolos, se tornou uma decoração que retrata toda a 
doutrina da igreja católica, passando pela Criação, a Queda do Homem, e a 
Promessa de Salvação, compostas por mais de 300 figuras centradas nos 
episódios do Genesis. Anos depois em 1534 Michelangelo volta a Sistina 
comissionado pelo papa Paulo III, para pintar toda parede por trás do altar, 
representando o juízo final.
O Gênio Michelangelo morreu em casa, em Roma com 88 anos no dia 
18 de fevereiro de 1564.
 
A criação do Homem - Capela Sistina
5.3 RAFAEL SANZIO

      Raffaello Sanzio, conhecido em português como Rafael, nasceu em 
Urbino, então capital do ducado do mesmo nome, na Itália, em 6 de abril de 
1483. Seu pai, Giovanni Santi, era pintor de poucos méritos mas homem culto 
e bem relacionado na corte do duque Federico de Montefeltro. Transmitiu ao 
filho, de precoce talento, o amor pela pintura e as primeiras lições do ofício. O 
duque, personificação do ideal Renascentista do príncipe culto, encorajara 
todas as formas artísticas e transformara Urbino em centro cultural, a que 
foram atraídos homens como Donato Bramante, Piero della Francesca e 
Leone Battista Alberti.
 
O casamento da Virgem - primeira 
obra registrada
Pinacoteca di Brera, Milão
      Após a morte do pai, em 1494, Rafael foi para Perugia, onde aprendeu 
com Pietro Perugino a técnica do afresco ou pintura mural. Em sua primeira 
obra de realce, "O casamento da Virgem" (1504), a influência de Perugino 
evidencia-se na perspectiva e na relação proporcional entre as figuras, de um 
doce lirismo, e a arquitetura. A disposição das figuras é, no entanto, mais 
informal e animada que a do mestre.
      No outono de 1504, Rafael foi a Florença, atraído pelos trabalhos que 
estavam sendo realizados, no Palazzo della Signoria, por Leonardo da Vinci e 
Michelangelo. Sob a influência sobretudo da obra de Da Vinci, absorveu a 
estética Renascentista e executou diversas madonas, entre as quais a 
"Madona Esterházy" e "A bela jardineira". Fez uso das grandes inovações 
introduzidas na pintura por Da Vinci a partir de 1480: o claro-escuro, contraste 
de luz e sombra que empregou com moderação, e o esfumado, sombreado 
levemente esbatido, ao invés de traços, para delinear as formas. A influência 
de Michelangelo, patente na "Pietà" e na "Madona do baldaquino", consistiu 
sobretudo na exploração das possibilidades expressivas da anatomia 
humana.
Roma. Por sugestão de Bramante, seu amigo e arquiteto do Vaticano, Rafael 
foi chamado a Roma pelo papa Júlio II em 1508. Nos 12 anos em que 
permaneceu nessa cidade incumbiu-se de numerosos projetos de 
envergadura, nos quais deu mostras de uma imaginação variada e fértil. Dos 
afrescos do Vaticano, os mais importantes são a "Disputa" (ou "Discussão do 
Santíssimo Sacramento") e a "Escola de Atenas", ambos pintados na Stanza 
della Segnatura. O primeiro, que mostra uma visão celestial de Deus, seus 
profetas e apóstolos a encimar um conjunto de representantes da igreja, 
equipara a vitória do catolicismo à afirmação da verdade. Já a "Escola de 
Atenas" é uma alegoria complexa do conhecimento filosófico profano. Mostra 
um grupo de filósofos de várias épocas históricas ao redor de Aristóteles e 
Platão, ilustrando a continuidade histórica do pensamento platônico.
      Após a morte de Júlio II, em 1513, a decoração dos aposentos 
pontifícios prosseguiu sob o novo papa, Leão X, até 1517. Apesar da 
grandiosidade do empreendimento, cujas últimas partes foram deixadas 
principalmente por conta de seus discípulos, Rafael, que então se tornara o 
pintor da moda, assumiu ao mesmo tempo numerosas outras tarefas: criou 
retratos, altares, cartões para tapeçarias, cenários teatrais e projetos 
arquitetônicos de construções profanas e igrejas como a de Sant'Eligio degli 
Orefici. Tamanho era seu prestígio que, segundo o biógrafo Giorgio Vasari, 
Leão X chegou a pensar em fazê-lo cardeal.
 
Transfiguração - Ultima obra
Museu do vaticano
      Em 1514, com a morte de Bramante, Rafael foi nomeado para suceder-
lhe como arquiteto do Vaticano e assumiu as obras em curso na basílica de 
São Pedro, onde substituiu a planta em cruz grega, ou radial, por outra mais 
simples, em cruz latina, ou longitudinal. Sucedeu também a Bramante na 
decoração das loggias (galerias) do Vaticano, aí realizando composições de 
lírica simplicidade que pareciam contrabalançar a aterradora grandeza da 
capela Sistina pintada por Michelangelo.
      Competente pesquisador interessado na antiguidade clássica, Rafael 
foi designado, em 1515, para supervisionar a preservação de preciosas 
inscrições latinas em mármore. Dois anos depois, foi nomeado encarregado 
geral de todas as antiguidades romanas, para o que executou um mapa 
arqueológico da cidade. Sua última obra, a "Transfiguração", encomendada 
em 1517, desvia-se da serenidade típica de seu estilo para prefigurar 
coordenadas de um novo mundo turbulento -- o da expressão barroca.
Em conseqüência da profundidade filosófica de muitos de seus trabalhos, a 
reputação de humanista e pensador neoplatônico de Rafael implantou-se em 
Roma. Entre seus amigos havia respeitados homens de letras, como 
Castiglione e Pietro Aretino, além de muitos artistas. Em 1519 ele projetou os 
cenários para a comédia I suppositi, de Ludovico Ariosto. Coberto de 
honrarias, Rafael morreu em Roma em 6 de abril de 1520.
Rafael foi um grande fã de Leonardo da Vinci e Michelangelo.
5.4 BRUNELLESCHI

      As bases da estética Renascentista foram lançadas por dois artistas 
florentinos: Masaccio, na pintura, e Brunelleschi, na arquitetura, considerados 
os pioneiros da nova linguagem.
      Filippo Brunelleschi nasceu em Florença em 1377 e iniciou a carreira 
artística como ourives e escultor.
 
Dome Duomo - Brunelleschi
Florença Itália
      Em 1401 participou, com o painel "O sacrifício de Abraão", ponto alto de 
sua carreira de escultor, do concurso para a realização dos relevos em bronze 
da porta do batistério de Florença. Decepcionado com o resultado do 
concurso, ganho por Lorenzo Ghiberti, decidiu dedicar-se à arquitetura. 
Acredita-se que nesse mesmo ano tenha viajado com o escultor Donatello 
para Roma, onde estudaram os princípios da escultura e arquitetura clássicas.
      Na primeira fase de sua carreira de arquiteto, Brunelleschi redescobriu 
os princípios da perspectiva linear, que, conhecidos por gregos e romanos, 
ficaram esquecidos durante toda a Idade Média. Restabeleceu na prática o 
conceito de ponto de fuga, e a relação entre a distância e a redução no 
tamanho dos objetos.
      Seguindo os princípios ópticos e geométricos enunciados por 
Brunelleschi, os artistas da época puderam reproduzir objetos tridimensionais 
no plano com surpreendente verossimilhança.
      Em 1418 ganhou o concurso para a finalização da catedral de Santa 
Maria del Fiore, em Florença. As dificuldades para a construção da abóbada 
sobre uma enorme base octogonal tinham desafiado várias gerações de 
arquitetos.
      Brunelleschi pôs em prática um método original para a sustentação da 
cúpula, inventou as máquinas necessárias à construção e executou o projeto 
sem utilizar o cimbre, armação de madeira que servia de molde e suporte a 
arcos e abóbadas e era retirada depois de completada a obra.
      Entre outros trabalhos importantes de Brunelleschi está o pórtico do 
hospital dos Inocentes, cujas características mais notáveis são a proporção, o 
emprego da coluna como elemento sustentador e a sucessão rítmica de 
elementos modulares para criar perspectiva.
      Construiu ainda as igrejas de San Lorenzo e Santo Spirito, esta última 
concebida segundo o modelo de planta basilical, com cúpula em cruzeiro, e 
desenho de proporções estritamente matemáticas.
      A última de suas grandes obras foi a capela Pazzi, na igreja de Santa 
Croce, em Florença. Brunelleschi morreu em 15 de abril de 1446 em 
Florença. 



























6. MANEIRISMO

No ano de 1520, começaram várias manifestações artísticas, 
denominadas Maneirismo, que nada mais é que o movimento que ajudou na 
transição do Renascimento para o Barroco. Neste período vários movimentos 
religiosos reformistas, políticos e absolutistas.  Os outros países Europeus 
começam a receber os artistas que fogem da inquisição na Itália, difundindo 
as bases Renascentistas,  que já estão começando a se modificar.
 
"A Primavera" - Giuseppe Arcimbaldo
Museu do Louvre
      O Maneirismo tem características diversas o que impossibilita que você 
chegue a um conceito único, como no Renascimento, a tendência maneirista 
era de estilizar a obra e caprichar ainda mais nos detalhes, desenvolvendo em 
cada artista uma marca pessoal, passando assim das linhas rígidas do 
clássico que era tão cultuado no Renascimento, e ainda no Maneirismo, sendo 
o próprio termo utilizado por Giorgio Vasari, para se referir a maneira diferente 
de cada artista trabalhar.
      Para muitos autores o Maneirismo é uma contraposição dos modelos 
clássicos e um estilo que vai predominar até a chegada do Barroco, outros 
acreditam ser apenas uma tendência na transição entre o Renascimento e o 
barroco.
      A busca pelo real e perfeito do Renascimento é deixada para trás, e 
neste momento os artistas buscavam pela deformação das figuras e a criação 
de figuras abstratas, não havendo mais uma relação do tamanho da figura 
com a sua importância na obra.
      O estilo maneirista na arquitetura não refletiu somente na construção 
do edifício, assim como também na distribuição da luz e na decoração, 
construído igrejas no plano longitudinal, com espaços longos, tendo sobre o 
transepto a cúpula principal.
      Naves escuras, iluminadas apenas de ângulos diferentes, coros com 
escadas em espiral, que na maior parte das vezes não levam a lugar nenhum, 
produzem uma atmosfera de rara singularidade. Guirlandas de frutas e flores, 
balaustradas povoadas de figuras caprichosas são a decoração mais 
característica desse estilo. Caracóis, conchas e volutas cobrem muros e 
altares, lembrando uma exuberante selva de pedra que confunde a vista.
      Na arquitetura profana ocorre exatamente o mesmo fenômeno. Nos 
ricos palácios e casas de campo, as formas convexas que permitem o 
contraste entre luz e sombra prevalecem sobre o quadrado disciplinado do 
Renascimento. 
      A decoração de interiores ricamente adornada e os afrescos das 
abóbadas coroam esse caprichoso e refinado estilo, que, mais do que marcar 
a transição entre duas épocas, expressa a necessidade de renovação.
 
"o Rapto de Sabina" - Giambologna
Florença Itália
      A escultura maneirista segue Michelangelo, somando a um novo 
conceito intelectual as formas clássicas, arte pela arte, o que leva a um 
distanciamento da realidade, repetindo-se basicamente as características da 
pintura e da arquitetura. A atmosfera de tensão predomina no estilo 
maneirista, sendo que as formas acentuadas e caprichadas as proporções 
estranhas e as sobreposições de planos são elementos que contribuem para 
esta atmosfera.
As proporções clássicas já não são as únicas referências, fazendo com 
que a composição da escultura fosse aparentemente frágil, com extremos 
exageros e contorções.
Porém é na pintura que o espírito maneirista se manifesta em primeiro 
lugar, a segunda década do século XV, afastados dos cânones 
Renascentistas, criam o novo estilo, deformando a realidade e re-valorizando a 
arte pela arte, criando uma nova estética insinuando novas obras pictóricas. 
Imagine uma pintura onde existem várias pessoas, não tão musculosas mais 
como no Renascimento e sim esguias, com os músculos alongados, todas 
comprimidas em um espaço reduzido, numa atmosfera de tensão, e uma 
figura que pouco se destaca da composição observa tudo com olhos sem vida, 
já não posicionada no centro da perspectiva e sim em um canto, com uma 
integração de conjunto perfeita, este é um exemplo de uma pintura maneirista.
7. CONCLUSÃO
 
Mona Lisa ou La Gioconda
Museu do Louvré
      
      O Renascimento tem como principal elemento o resgate de proporções 
e idéias clássicas, Greco-romanas, sendo as construções, as pinturas e as 
esculturas em geral influenciadas por essa cultura.
Euclides - o grego, assim como sua geometria, foi a base da construção 
clássica, o que os Renascentistas descobriram e usaram a seu favor, usando 
como base de suas obras o quadrado, aplicando-se perspectiva, obtendo uma 
construção harmônica. Apesar do racionalismo e do antropocentrismo do 
Renascimento, sua arte continuou ainda assim a ser cristã, porém as igrejas 
adotaram um novo estilo, mais funcional, representada pelo plano 
centralizado, ou a cruz grega, sendo assim mais racional.
Assim como as igrejas os palácios também eram construídos de forma 
plana tendo como base o quadrado, um corpo sólido com um pátio central, 
quadrangular com a função de levar luz a todas as janelas internas.
Quando falamos de Renascimento é obrigatório se pensar em dois 
gênios em especial, Leonardo da Vinci e Michelangelo, pois estes eram os 
mais próximos do ideal Renascentista, artistas com atividades múltiplas e 
muitos conhecimentos em diversas áreas, podendo se dizer que entre as 
pessoas as mais Renascentistas eram estes dois, e entre as artes, a que 
melhor representa o Renascimento, pelo menos no termo do humanismo, é a 
escultura, que se utilizava da perspectiva e da proporção geométrica, 
destacando sempre figuras humanas que até então estavam sendo relegadas 
a segundo plano, vindo até a voltar a esculpir nus (e foi o Donatello que fez 
isto pela primeira vez), no Renascimento a escultura ganha independência, e 
deixa de ser um elemento meramente ilustrativo das construções , sendo 
colocada acima de uma base para ser apreciada de todos os ângulos. O que 
impressiona na escultura do Renascimento e a expressão corporal que 
garante o equilíbrio, assim como a perfeição dos músculos levemente 
torneados e as proporções perfeitas, assim como as expressões das figuras 
revelando seus sentimentos.
      Foi no Renascimento que as pinturas deixaram de dar a impressão de 
ser realmente bidimensional, causando uma sensação ótima tridimensional 
devido ao uso da recém descoberta perspectiva, através da qual o artista 
conseguia reproduzir espaços reais, com uma grande riqueza de detalhes, 
assim como a utilização de luzes e sombras, que ajudavam na sensação de 
volume, e distancias, o surgimento da tinta a óleo contribuiu também para que 
o artista criasse novas técnicas devido a seu tempo de secagem ser maior que 
as técnicas anteriores, e as telas, que aumentavam a durabilidade do trabalho 
assim como a facilidade de locomoção com o mesmo.
Com a nova classe média surgindo na sociedade (a burguesia), e a 
valorização do homem e seu individualismo já citado, começam a surgir os 
retratos, e cenas em família, o que obviamente não eliminou outras 
retratações como as religiosas.
 
Pietà. 
Nel Museo dell'Opera del Duomo 
di Firenze
       Após o aparecimento de Leonardo da Vinci, Rafael e Michelângelo, 
muitos artistas italianos tentaram buscar uma nova arte, contrária aos 
princípios da alta Renascença. Trata-se de uma arte mais turbulenta, em que 
se buscavam idéias novas, invenções que surpreendessem, insólitas, cheia 
de significados obscuros e referências à alta cultura. Acredita-se que tenha 
sido influenciada ainda pela contra-reforma católica e pelo clima de 
inquietação do momento. O estilo artístico que daí decorre recebe o nome de 
Maneirismo e faz a passagem entre a alta Renascença e o barroco, 
apresentando alguns elementos ora mais próximo de uma escola, ora de 
outra. Seu período estende-se de mais ou menos 1520 ao fim do século XVI. 
O termo Maneirismo, derivando da palavra italiana maneira (estilo), pode nos 
dar mais informações sobre esse tipo de arte. Utilizada pelo pintor, arquiteto e 
teórico de estória da arte da época, Vassari, no sentido de graça, sofisticação, 
estabilidade, elegância. Por extensão a denominação prosseguiu para a arte 
análoga à realizada pelo artista. Entretanto esse novo estilo foi visto com 
desconfiança pelos críticos até o nosso século. Eles consideravam-na uma 
arte menor, uma falha de compreensão por parte dos artistas da época sobre a 
arte dos grandes mestres, imitações sem alma. O próprio termo Maneirismo, 
relacionado ao mau gosto e excesso. Entretanto, mais ou menos no período 
entre as duas guerras mundiais, os artistas de então passaram a ser melhor 
compreendidos e admirados pelos críticos. Entre as obras de Giorgio Vassari 
(1511 - 1574), estão os afrescos do grande salão do Palazzo della Cancelleria, 
em Roma (mostrando a vida do papa Paulo III) . Entretanto, ele é mais 
conhecido por seu livro "A Vida dos Artistas" - uma das principais fontes de 
informações sobre a Itália Renascentista e por seus conceitos e opiniões 
artísticas que acabaram por pautar, durante longo tempo, o trabalho dos 
críticos e historiadores de arte que o seguiram. Dentro do Maneirismo são 
colocados vários artistas que desenvolveram atividades no período e é grande 
a diversidade das obras. Entretanto, podemos destacar, como outros 
nomes importantes, que ajudaram na " formação" da escola (que até hoje não 
se encontra muito clara para os pesquisadores), além de Vassari, Rosso 
Fiorentino (1494 - 1540) e Jacopo Pontormo (1494 - 1557), na pintura e 
Benvenuto Cellini (1500 - 1571) e Giovanni da Bologna (1529 - 1608), na 
escultura e Giulio Romano (1492 - 1546), na arquitetura. Mas talvez seja na 
Escola Veneziana que podemos encontrar o maior mestre do período: o pintor 
Tintoretto (Jacopo Robustini; 1518 - 1594). Enquanto grande parte dos artistas 
do período contentavam-se em imitar os mestres, ele utilizou-se de maneira 
extremamente pessoal e crítica o aprendido com suas maiores influências: 
Michelângelo e Ticiano. Era conhecido por sua grande imaginação, por sua 
composição assimétrica e por produzir grandes efeitos dramáticos em suas 
obras, sacrificando, às vezes, até as bases da pintura desenvolvida por seus 
antecessores (como, por exemplo "a suave beleza" de Giorgione E Ticiano). 
Seu quadro São Jorge e o Dragão, retratando o auge da batalha entre as duas 
figuras, através de um jogo de luz e tonalidades, produzem grande tensão. Em 
alguns países da Europa, (principalmente a França, Espanha e Portugal), o 
Maneirismo foi o estilo italiano quinhentista que mais se adaptou à própria 
cultura desses países, encontrando mais seguidores que a própria arte da alta 
Renascença.


































8. REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA

DE MELO, Afonso Arinos, et alii. O Renascimento, Rio de Janeiro, 1978

BARRETO Gilson; OLIVEIRA  Marcelo G., A arte secreta de Michelangelo, ARX, 
São Paulo, 2004

Enciclopédia Multimídia da Arte Universal; Alphabetum, Ed. Multimídia

(c)Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.

HUNT, David. A Escultura no Renascimento. In Franco, Rio de Janeiro: Agir, MNBA, 
1978. pp. 119 

OLIVIERI, Antonio Carlos, O Renascimento, Atica, São Paulo

SOUZA, Wladimir Alves de. A Arquitetura no Renascimento. In Franco et al. p. 191

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